02/ABR/2020 - JCF
Dinastia amorita
JCF
Clovis - Tradição e Cultura
Viajando
pela historia e cultura
1839
-1839
– BABILÓNIA - CONTINUAÇÃO
01/ABRIL/2020 ...na edição 1839
terá a continuidade da edição Nº.1838 com o tema “BABILÓNIA” ...jcf
Continuação...
Dinastia amorita
OS JARDINS SUSPENSOS DA BABILÔNIA - JCF
A ascensão de Babilónia dá-se
com o surgimento de uma dinastia de origem amorita, que
se inicia em 1 894 a.C. com um soberano de nome Samuabum (r. 1894–1881). Este
período é designado como "paleobabilónico" ou "babilónico
antigo". Sumulael (r.
1880–1845) foi o verdadeiro ancestral da primeira dinastia da Babilónia,
pois não era da família do seu predecessor e todos os seus sucessores foram
seus descendentes. Estes aumentaram progressivamente o reino, que no início
estava limitado à cidade e aos seus arredores. Durante o reinado de Sin-muballit (r.
1812–1793), Babilónia torna-se uma potência capaz de rivalizar com os outros
grandes reinos amoritas vizinhos de Larsa, Eshnunna, Isin e Uruque. O seu
filho Hamurabi (r. 1793–1750) desempenhou com
inteligência o seu papel no cenário internacional do seu tempo e foi sob o seu
reinado que esta primeira dinastia babilónica se tornou uma potência regional
dominante. Durante a primeira parte do seu reinado não obteve qualquer vitória,
mas depois logrou submeter os reinos que em sua volta: Larsa, Eshnunna e, mais
tarde, Mari.
O reino babilónico tornou-se
então a maior potência política da Mesopotâmia. O filho e sucessor de
Hamurabi, Samsu-iluna (r.
1749–1712), manteve durante algum tempo essa supremacia, mas enfrentou várias
revoltas que enfraqueceram o seu reino. Os monarcas seguintes viram o seu
território desagregar-se devido a rebeliões e ataques de povos inimigos,
principalmente os cassitas, mas também os hurritas, ao que se somou uma crise agrária. O
último soberano da dinastia, Samsu-ditana (r.
1625–1595), governou praticamente encurralado um território que incluía pouco
mais do que a cidade e os seus arredores. Segundo a tradição babilónica
ulterior, o golpe fatal a Samsu-ditana foi infligido pelo
rei hitita Mursilis I que comandou um raide à
cidade em 1 595 a.C. A cidade foi saqueada, a
dinastia amorita foi extinta e as estátuas de culto ao deus Marduque e da sua
consorte Sarpanitu foram
levadas pelos vencedores como símbolo da submissão dos vencidos.
Sabe-se pouco deste período da
primeira dinastia babilónica. O grande desenvolvimento da cidade e do
reino nesse período deveu-se a vários fatores: em primeiro lugar, ao governo de
uma dinastia poderosa, mas também à situação geográfica que os governantes
souberam aproveitar, numa rica região agrícola irrigada, ao
longo de um braço do rio
Eufrates e perto do rio
Tigre, a qual constitui um eixo de comunicação importante entre
a Síria,
a Alta Mesopotâmia, o planalto
iraniano e o sul da Mesopotâmia, que dá para o golfo
Pérsico. A cidade tornou-se uma cruzamento de rotas comerciais importantes.
Os estratos arqueológicos dessa
época só foram estudados numa área residencial, pois em geral estão cobertos
pelo lençol freático e irremediavelmente
danificados. Os dados arqueológicos são escassos e os achados mais
significativos são vários conjuntos de tábuas escolares, religiosas e
económicas encontradas na zona do Merkes. A organização geral da cidade
fazia-se já em redor da zona religiosa, situada na margem esquerda (leste) do
Eufrates, que já existia, mas ainda se desconhece a extensão exata da cidade.
Não se sabe se a muralha já passava por algumas portas que um
milénio depois já se situavam no interior da cidade, como a porta de Lugalirra ou
porta do mercado, ou se já rodeava uma área mais vasta, correspondente à cidade
interior do tempo de Nabucodonosor II. Contudo, aparentemente a cidade
neste período já se estendia sobre a margem direita (a oeste, futuro bairro de
Kumar), onde a existência de vários templos é atestada por textos.[nt 1] As melhores fontes de
informação sobre as construções da cidade são as inscrições de fundação e os
nomes dos anos dos reis paleobabilónicos, comemorativos dos seus trabalhos de
construção.
O primeiro rei da dinastia,
Sumulael, construiu uma nova muralha e o palácio real que também foi ocupado
pelos seus sucessores, até que Ammi-ditana (r.
1683–1647 a.C.) aparentemente construiu outro (a menos que se trate de um
restauro, pois os textos não distinguem claramente os dois palácios). A vida no
palácio real de Babilónia só é conhecida por algumas tábuas do tempo de
Hamurabi, provenientes de correspondência diplomática do rei de Mari, que
mencionam sobretudo transações que interessavam a este rei. Além das obras
na sua moradia, os reis paleobabilónicos empreenderam regularmente obras na sua
capital, sobretudo nas muralhas, nas portas e nos numerosos templos, muitos
deles localizáveis pois são mencionados em textos de obras de épocas
posteriores. Além das construções, os reis faziam ofertas sumptuosas a algumas
divindades da cidade. O Esagila, o templo do
grande deus local Marduque, era objeto de atenções especiais. O seu zigurate não é mencionado, mas há dados
arqueológicos que podem sustentar a hipótese dele datar deste período. Os
textos do Merkes indicam que o bairro situado naquele local se chamava
"cidade nova oriental" e que era habitado por uma categoria de
sacerdotisas chamadas nadītum, caraterísticas da época
paleobabilónica.
Vou abortar esta edição 1839 e
volto em outra oportunidade para finalizar este complexo mas importante tema
histórico...jcf
Até a próxima...jcf
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