14/ABR/2020 - JCF
JCF
Clovis - Tradição e Cultura
Viajando
pela historia e cultura
1845
– A ABERRAÇÃO
DA INQUISIÇÃO
14/ABR/2020
– Esta edição nº 1845 vou retratar um resumo da historia da Famigerada
INQUISIÇÃO...JCF
Tribunal eclesiástico instituído pela Igreja
católica no começo do sXIII com o fito de investigar e julgar sumariamente
pretensos hereges e feiticeiros, acusados de crimes contra a fé católica; Santo
Ofício [Os condenados eram enviados ao Estado, para serem sentenciados.
A INQUISIÇÃO TAMBÉM AGIU COM BRUXAS BRASILEIRAS...JCF
Também
chamada de Santo Ofício, essa instituição era formada pelos tribunais da Igreja
Católica que perseguiam, julgavam e puniam pessoas acusadas de se desviar de
suas normas de conduta. Ela teve duas versões: a medieval, nos séculos XIII e
XIV, e a feroz Inquisição moderna, concentrada em Portugal e Espanha, que durou
do século XV ao XIX. Tudo começou em 1231, quando o papa Gregório IX –
preocupado com o crescimento de seitas religiosas – criou um órgão especial
para investigar os suspeitos de heresia. “Qualquer um que professasse práticas
diferentes daquelas reconhecidas como cristãs era considerado herege”, afirma o
historiador Rogério Luiz de Souza, da Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC). Atuando na Itália, na França, na Alemanha e em Portugal, a Inquisição
medieval tinha penas mais brandas – a mais comum era a excomunhão -, embora a
tortura já fosse autorizada pelo papa para arrancar confissões desde 1252. Já
sua segunda encarnação surgiu com toda força na Espanha de 1478.
A INQUISIÇÃO TAMBÉM AGIU COM BRUXAS BRASILEIRAS E QUATRO MORRERAM NA FOGEIRA....JCF
Dessa
vez, o alvo principal eram os judeus e os cristãos-novos, como eram chamados os
recém-convertidos ao Catolicismo, acusados de continuarem praticando o Judaísmo
secretamente. “A justificativa desse retorno da Inquisição era a necessidade de
fiscalizar a fidelidade desses conversos”, diz outro historiador, Nachman
Falbel, da Universidade de São Paulo (USP). A verdade é que esses grupos já
formavam uma poderosa burguesia urbana que atrapalhava os interesses da nobreza
e do alto clero. O apoio dos reis logo aumentou o poder do Santo Ofício, que,
para piorar, passou a considerar como heresia qualquer ofensa “à fé e aos
costumes”. Por exemplo, quem usasse toalhas limpas no começo do sábado ou não
comesse carne de porco era acusado de Judaísmo. A lista de perseguidos também
foi ampliada para incluir protestantes e iluministas, homossexuais e bígamos.
As
punições tornaram-se bem mais pesadas com a instituição da morte na fogueira,
da prisão perpétua e do confisco de bens – que transformou a Inquisição numa
atividade altamente rentável para os cofres da Igreja. A crueldade dos
inquisidores era tamanha que o próprio papa chegou a pedir aos espanhóis que
contivessem o banho de sangue. A migração de judeus expulsos da Espanha para
Portugal, em 1492, fez com que a perseguição se repetisse com a criação do
Santo Ofício lusitano, em 1536. O Brasil nunca chegou a ter um tribunal desses,
mas emissários da Inquisição aportaram por aqui entre 1591 e 1767. Calcula-se
que 400 brasileiros foram condenados e 21 queimados em Lisboa, para onde eram
mandados os casos mais graves. Os inquisidores portugueses fizeram 40 mil
vítimas, das quais 2 mil foram mortas na fogueira. Na Espanha, até a extinção
do Santo Ofício, em 1834, estima-se que quase 300 mil pessoas tenham sido
condenadas e 30 mil executadas.
CULTURA HEBRAICA COM A INQUISIÇÃO NA IDADE MÉDIA...JCF
A
caminho da fogueira Na
Espanha e em Portugal, a Inquisição abusava da crueldade para punir quem se
desviasse da fé católica.
1. O JULGAMENTO
2.
A. A
CHEGADA DA INQUISIÇÃO
3. Um grupo de monges do Santo
Ofício chegava à aldeia e reunia toda a população na igreja. No chamado Período
de Graça, que durava um mês, convidavam os pecadores a admitirem suas heresias.
Quem se confessasse, em geral se livrava das penas mais severas
4.
B. AS
INVESTIGAÇÕES
5. Quem não aproveitasse o Período
de Graça poderia ser denunciado. Como a Inquisição incentivava a delação, o
pânico era generalizado: todos eram suspeitos em potencial. O acusado era
convocado a se defender no tribunal
6. C. A SENTENÇA
7. O suspeito era interrogado por
três inquisidores. Um deles, o inquisidor-mor, dava a sentença final. A defesa
era difícil: raramente o réu tinha direito a um advogado. Para arrancar
confissões, o Santo Ofício colocava espiões no encalço do suspeito e recorria a
tenebrosas práticas de tortura
BRUXA BRASILEIRA ACUSADA E SENDO TORTURADA PELA INQUISIÇÃO PORTUGUESA...JCF
8. AS TORTURAS
O
inquisidor-mor variava a crueldade dos castigos conforme a heresia. Os mais
leves incluíam deixar o acusado acorrentado, sem comer nem dormir por vários
dias. Mas os relatos históricos registram outros bem mais dolorosos, como os
aparelhos chamados potro e extensão. Para amedrontar os acusados, os carrascos
faziam uma demonstração de como funcionavam esses dispositivos. Para abafar os
gritos, era comum colocarem colchões nas portas...
B. O
POTRO
O livro Prisioneiros
da Inquisição traz a história de Jean Coustos, mestre da loja maçônica de
Lisboa, condenado pelo tribunal. Coustos passou pelos horrores do potro em
1743: “Me prenderam com uma argola no pescoço, um anel de ferro em cada pé e
oito cordas que passavam por furos no cadafalso. Ao sinal dos inquisidores,
elas foram puxadas e apertadas pelos carrascos. As cordas entravam na carne até
os ossos e faziam jorrar sangue. Repetiram a tortura por quatro vezes. Perdi a
consciência e fui levado de volta à minha cela sem perceber”
C. A
EXTENSÃO
Seis
semanas depois, o maçom foi submetido a outra tortura: a extensão. “As cordas,
puxadas por um torniquete, faziam com que os punhos se aproximassem um do
outro, por trás. Puxaram tanto que as minhas mãos se tocaram. Desloquei os dois
ombros e perdi muito sangue pela boca. Repetiram três vezes o mesmo tormento
antes de me devolverem à cela”. Nos meses seguintes, Coustos ainda sofreu mais
uma série de torturas até confessar. Foi condenado a quatro anos de trabalhos
forçados em 1744.
UMA BRUXA BRASILEIRA PRESTES A SER ENFORCADA APÓS ACUSAÇÃO JULGAMENTO E SENTENÇA EXECUTADA...JCF
3.
AS SENTENÇAS
A. O
AUTO-DE-FÉ
Assim era chamada a cerimônia pública em que se liam as sentenças do
tribunal. Os autos-de-fé geralmente ocorriam na praça central da cidade e eram
grandes acontecimentos. Quase sempre o rei estava presente. As punições iam das
mais brandas (como a excomunhão) às mais severas (como a prisão perpétua e a
morte na fogueira).
Vou
abortar esta edição e retornar em outra oportunidade para avançar neste tema de
tanta selvageria...jcf
Comentários
Postar um comentário