17/maio/2020 - jcf
(Para 19/MAIO/2020) - JCF
Genocídio em Ruanda
O genocídio
Tribunal Penal Internacional
para Ruanda
(Para 19/MAIO/2020) - JCF
COLUNA
JCF – TRADIÇÃO E CULTURA
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Clovis - Tradição e Cultura
Viajando
pela historia e cultura
Genocídio em Ruanda
O genocídio de Ruanda, também conhecido como genocídio
tutsi, foi um massacre em massa de pessoas
dos grupos étnicos tutsi, twa e
de hutus moderados em Ruanda, que ocorreu entre 7 de
abril e 15 de julho de 1994 durante a Guerra Civil de Ruanda.[O genocídio foi organizado por
membros da elite política principal dos hutus, muitos dos quais ocupavam cargos
nos níveis mais altos do governo nacional. A maioria dos historiadores concorda
que um genocídio contra os tutsis havia sido planejado por pelo menos um ano. No entanto, o assassinato
do presidente ruandês Juvénal Habyarimana em
6 de abril de 1994 criou um vácuo de poder e encerrou os acordos de paz. Os
assassinatos genocidas começaram no dia seguinte quando soldados, policiais
e milícias executaram líderes
políticos e militares tutsis e hutus moderados.
UM MEMORIAL ÀS VÍTIMAS DO GENOCÍDIO EM RUANDA...JCF
A escala e a brutalidade do massacre causaram choque em todo o
mundo, mas nações ocidentais como Bélgica, França, Estados Unidos e outros ignoraram
o massacre. A maioria das
vítimas foi morta em suas próprias aldeias ou cidades, muitas por seus vizinhos
e companheiros de aldeia. Gangues hutus procuravam vítimas escondidas em
igrejas e edifícios escolares. A milícia assassinou vítimas com facões e
rifles. Estima-se que 500.000 a
1.000.000 ruandenses foram mortos, cerca de 70% da população tutsi.A violência sexual também foi abundante, sendo que estima-se que entre
250.000 e 500.000 mulheres tenham sido estupradas durante o
genocídio. O massacre
terminou com a vitória militar da Frente Patriótica de Ruanda.
O genocídio teve efeitos duradouros e profundos em Ruanda e nos
países vizinhos. Atualmente, o país tem dois feriados para lamentar o genocídio
e a negação ou revisionismo histórico do genocídio é uma ofensa criminal. Como resultado do genocídio, a
comunidade internacional colaborou para estabelecer o Tribunal Penal Internacional
CORPOS MUMIFICADOS DAS VÍTIMAS...JCF
Antecedentes
Distinguem-se em Ruanda os dois maiores grupos étnicos do país: a maioria
hutu e o grupo minoritário, tutsi. Durante a colonização do país pela Bélgica, os líderes apontados
pela metrópole foram sempre tutsi, num contexto de rivalidade étnica que se
acentuou com o tempo, dada a escassez de terras e a fraca economia nacional,
sustentada pela exportação de café. Após a independência,
em 1962, os hutus tomaram o poder e começaram a marginalizar os tutsis. Segundo
acadêmicos, a diferença entre tutsis e hutus era mínima e fora artificialmente
criada pelos belgas em uma tentativa de exercer melhor controle sobre a região
através de um sistema de castas sociais.
CAMPOS DE REFUGIADOS DE RUANDA NO ZAIRE...JCF
Em 1989, o preço mundial do café reduziu-se em 50%, e Ruanda
perdeu 40% de sua renda oriunda de exportações. Nessa época, com a economia a
beira do colapso, o país enfrentou sua maior crise alimentar em 50 anos, ao
mesmo tempo que aumentavam os gastos militares em detrimento de investimentos em infraestrutura e serviços públicos. Em outubro de 1990, a Frente
Patriótica Ruandesa, composta por exilados tutsis expulsos do
país pelos hutus com o apoio do exército, invade Ruanda pela fronteira
com Uganda. Em 1993, os dois países firmam um acordo de paz -
o Acordo de Arusha. Cria-se em Ruanda um governo de transição, mediado pela ONU, composto por hutus e tutsis. Em 1994, as
tropas hutus, chamadas Interahamwe, são treinadas e equipadas
pelo exército ruandês, em meio a arengas e incitação à confrontação com os
tutsis por parte da Radio Télévision Libre de Mille Collines (RTLM),
dirigida pelas facções hutus mais extremas. Essas mensagens exaltavam as
diferenças que separavam ambos os grupos étnicos e, à medida que os ânimos se
exaltavam, os apelos à confrontação e à "caça aos tutsis" tornaram-se
mais explícitos, sobretudo a partir do mês de abril, em que se fez circular o
boato de que a minoria tutsi planejava o genocídio dos hutus.
do colunista
A MATANÇA DURANTE O GENOCÍDIO ERA DE RIFLE, PEDAÇOS DE FERRO, ENXADAS, FACÕES OU QUALQUER PORRETE QUE ESTIVER PRÓXIMO DAS BARATAS...QUEM TIVER ESTÔMAGO FORTE ASSISTE O FILME "HOTEL RUANDA" - CUIDADO PARA NÃO VOMITAREM...JCF
De acordo com a jornalista britânica Linda Melvern, que teve acesso a documentos
oficiais, o genocídio foi planejado. No início da carnificina, a tropa ruandesa
era composta por 30.000 homens (um membro por cada dez famílias) e organizados
por todo o país com representantes em cada vizinhança. Alguns membros da tropa
podiam adquirir fuzis de assalto AK-47 tão somente preenchendo um formulário
de demanda. Outras armas, tais como granadas, nem sequer requeriam
esse trâmite e foram generosamente distribuídas.
Apurou-se que o genocídio foi financiado, pelo menos
parcialmente, com o dinheiro apropriado de programas internacionais de ajuda,
tais como o financiados pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional como Programa de Ajuste
Estrutural.[carece de fontes] As armas vinham
principalmente do governo Hutu do país, que as havia adquirido de nações
ocidentais (especialmente a França) e, principalmente, de outras nações em
desenvolvimento (como o Egito).[13] Estima-se que 134
milhões de dólares foram gastos na preparação do genocídio em Ruanda — uma das
nações mais pobres da terra — sendo que 4,6 milhões de dólares foram gastos
somente em facões, enxadas, machados, lâminas e martelos. Estima-se que tal
despesa permitiu a distribuição de um novo facão a cada três varões hutus.
ESTA IMAGEM É PIOR QUE FILME DE TERROR, PORQUE ESTA FOI REAL...JCF
CAMPO DE REFUGIADOS DE RUANDA NO ZAIRE...JCF
Segundo Melvern, o primeiro-ministro de Ruanda, Jean Kambanda, revelou[14] que o genocídio
foi discutido abertamente em reuniões de gabinete, e uma ministra teria dito
que ela era "pessoalmente a favor de conseguir livrar-se de todo os
tutsis... sem os Tutsis todos os problemas de Ruanda desapareceriam". Na
década de 1960, seguindo o processo de descolonização do pós-Segunda Guerra, o
território ruandês foi deixado pelos belgas. Em quase meio século de dominação,
ódio entre as duas etnias transformara aquela região em uma bomba prestes a
explodir. Cercados por uma série de problemas, a maioria hutu passou a atribuir
todas as mazelas da nação à população tutsi. Pressionados pelo revanchismo, os
tutsis abandonaram o país e formaram imensos campos de refugiados em Uganda.
Mesmo acuados, os tutsis e alguns hutus moderados se organizaram politicamente
com o intuito de derrubar o governo do presidente Juvenal Habyarimana e
retornar ao país. Com o passar do tempo, esta mobilização deu origem à Frente
Patriótica Ruandense (FPR), liderada por Paul Kagame.
A IMAGEM É REAL... AQUI NÃO TEM MONTAGEM...JCF
Na década de 1990, vários incidentes demarcavam a clara
insustentabilidade da relação entre tutsis e hutus. No ano de 1993, um acordo
de paz entre o governo e os membros do FPR não teve forças para resolver o
conflito. O ponto alto dessa tensão ocorreu no dia 6 de abril de 1994, quando
um atentado derrubou o avião que transportava o presidente Habyarimana.
Imediatamente, a ação foi atribuída aos tutsis ligados ao FPR. Na cidade de
Kigali, capital da Ruanda, membros da guarda presidencial organizaram as
primeiras perseguições contra os tutsis e hutus moderados que formavam o grupo
de oposição política no Pais.
O genocídio
Memorial
às vítimas em Ntarama
Corpos
mumificados das vítimas na escola técnica de Murambi
Em abril de 1994, o presidente ruandês Juvénal Habyarimana (um
hutu) foi morto num atentado contra o avião em que viajava. Logo no dia
seguinte, o genocídio começou. Sem apresentar provas, as lideranças hutus
acusaram os tutsis pelo assassinato do presidente e conclamaram a população a
iniciar a matança. Horas depois, as milícias hutus já avançaram contra
vilarejos e cidades por todo o país, matando tudo que viam pela frente. Postos
de controle foram estabelecidos nas ruas. Pessoas identificadas como membros da
minoria tutsi eram sumariamente executados.
PESQUISADORA FOI A RUANDA TENTAR ENTENDER O GENOCÍDIO. SERÁ QUE HÁ ENTENDIMENTO?...JCF
O massacre sistemático no país contra os tutsis causou um
deslocamento maciço da população para os campos de refugiados situados nas áreas de fronteira, em especial com o Zaire (hoje República Democrática do Congo) e Uganda. Em agosto de 1995, tropas do
Zaire tentaram forçar o retorno desses refugiados para Ruanda.
Catorze mil pessoas foram então devolvidas a Ruanda, enquanto outras 150.000
refugiaram-se nas montanhas.[16]
Mais de 500 000 pessoas foram massacradas entre 7 de abril e 15
de julho de 1994 (algumas fontes dizem até 1 milhão de pessoas teriam sido
mortas). Quase todas as mulheres foram estupradas. Muitos dos 5 000 meninos
nascidos dessas violações foram assassinados. O genocídio só terminou quando a
Frente Patriótica Ruandesa derrotou o governo e se instalou definitivamente no
poder. Até os dias atuais, o massacre deixa um profundo legado em Ruanda. O
país segue enfrentando problemas étnicos e religiosos, ao mesmo tempo que sofre
com dificuldades econômicas e corrupção, gerando extrema pobreza entre a
população.
ESTA CENA ERA DIARIAMENTE ALGUNS TENTANDO ESCAPAR DO GENOCÍDIO A CAMINHADA AOS CAMPOS DE REFUGIADOS...JCF
Muitos hutus ajudaram os tutsis a escapar das perseguições. Um
caso notório foi o do gerente do Hotel Mille Collines, em Kigali, que foi responsável
pela salvação de 1 268 tutsis e hutus, abrigando-os no hotel. Paul Rusesabagina ficou mundialmente
conhecido ao ser retratado no filme Hotel Ruanda. Rusesabagina, hoje
residente na Bélgica, afirma que, se não forem tomadas posturas duras contra
o tribalismo em Ruanda, o
genocídio poderá voltar a ocorrer, agora pelas mãos dos tutsis,
"governantes" do país desde o fim da matança.
Tribunal Penal Internacional
para Ruanda
Em 8 de novembro de 1994, através da resolução 955 do Conselho de Segurança da ONU, foi criado o Tribunal Penal Internacional
para Ruanda (TPIR) para julgar os principais responsáveis pelo genocídio.
A Corte Penal Internacional é competente para julgar somente os
crimes cometidos após a sua criação, em 1º de julho de 2002. Não é portanto
competente para julgar os crimes cometidos em Ruanda, durante o genocídio.
O primeiro-ministro do governo interino ruandês, Jean Kambanda, foi julgado culpado e condenado por genocídio pelo TPIR. 75%
dos membros do governo interino foram presos. Vários ministros desse governo
foram considerados culpados de participação no genocídio ou estão em fase de
julgamento. Dois outros foram liberados.[17] Em 2011, alguns antigos chefes
militares foram considerados culpados de genocídio.
ATÉ UMA PRÓXIMA EDIÇÃO DE HISTORIA OU CULTURA ESTE É O MEU PERFIL...JCF
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