16/OUTUBRO/2020 - EDIÇÃO Nº 2040 - JCF
COLUNA JCF – 11/05/2015
JCF
Clovis - Tradição e Cultura
Viajando
pela historia e cultura
2040
– ANTONIO FRANCISCO LISBOA – O
ALEIJADINHO
14/10/2020 –
ANTONIO FRANCISCO LISBOA –
1ª fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Aleijadinho
Aleijadinho
Antônio Francisco Lisboa, mais
conhecido como Aleijadinho, (Ouro
Preto, ca. 29 de
agosto de 1730 ou, mais provavelmente, 1738 —
Ouro Preto, 18 de novembro de 1814) foi
um importante escultor, entalhador e arquiteto do Brasil
colonial.
Pouco se sabe com certeza sobre
sua biografia, que permanece até hoje envolta em cerrado véu de lenda e
controvérsia, tornando muito árduo o trabalho de pesquisa sobre ele e ao mesmo
tempo transformando-o em uma espécie de herói nacional. A principal fonte
documental sobre o Aleijadinho é uma nota biográfica escrita somente cerca de
quarenta anos depois de sua morte. Sua trajetória é reconstituída
principalmente através das obras que deixou, embora mesmo neste âmbito sua contribuição
seja controversa, já que a atribuição da autoria da maior parte das mais de
quatrocentas criações que hoje existem associadas ao seu nome foi feita sem
qualquer comprovação documental, baseando-se apenas em critérios de semelhança
estilística com peças documentadas.
Toda sua obra, entre talha, projetos arquitetônicos, relevos e estatuária, foi realizada em Minas Gerais, especialmente nas cidades de Ouro Preto, Sabará, São João del-Rei e Congonhas. Os principais monumentos que contém suas obras são a Igreja de São Francisco de Assis de Ouro Preto e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. Com um estilo relacionado ao Barroco e ao Rococó, é considerado pela crítica brasileira quase em consenso como o maior expoente da arte colonial no Brasil e, ultrapassando as fronteiras brasileiras, para alguns estudiosos estrangeiros é o maior nome do Barroco americano, merecendo um lugar destacado na história da arte do ocidente.
Biografia
Muitas dúvidas cercam a vida de
Antônio Francisco Lisboa. Praticamente todos os dados hoje disponíveis são
derivados de uma biografia escrita em 1858 por Rodrigo José Ferreira Bretas, 44
anos após a morte do Aleijadinho, baseando-se alegadamente em documentos e
depoimentos de indivíduos que haviam conhecido pessoalmente o
artista. Contudo, a crítica recente tende a considerar essa biografia em
boa medida fantasiosa, parte de um processo de magnificação e dramatização de
sua personalidade e obra, numa manipulação romantizada de sua figura cujo
intuito era elevá-lo à condição ícone da brasilidade, um misto de herói e artista,
um "gênio singular, sagrado e consagrado", como descreveu
Roger Chartier. O relato de Bretas, contudo, não pode ser completamente
descartado, pois sendo a mais antiga nota biográfica substancial sobre
Aleijadinho, sobre ela se construiu a maioria das biografias posteriores, mas
as informações que traz precisam ser encaradas com algum ceticismo, sendo
difícil distinguir o que é fato do que foi distorcido pela tradição popular e
pelas interpretações do escritor. Biografias e estudos críticos realizados
pelos modernistas brasileiros na primeira metade do
século XX também fizeram interpretações tendenciosas de sua vida e obra,
aumentando a quantidade de estereótipos em seu redor, que ainda hoje se
perpetuam na imaginação popular e em parte da crítica, e são explorados tanto
por instâncias culturais oficiais como pelas agências de turismo das
cidades onde ele deixou sua produção.
IGREJA SÃO FRANCISCO- OURO PRETO - MG...JCF
A primeira notícia oficial sobre Aleijadinho apareceu em 1790 em um memorando escrito pelo capitão Joaquim José da Silva, cumprindo ordem régia de 20 de julho de 1782 que determinava se registrassem em livro oficial os acontecimentos notáveis, de que houvesse notícia certa, ocorridos desde a fundação da Capitania de Minas Gerais. O memorando, escrito ainda em vida de Aleijadinho, continha uma descrição das obras mais notáveis do artista e algumas indicações biográficas, e em parte nele se baseou Bretas para escrever os Traços biográficos relativos ao finado Antônio Francisco Lisboa, distinto escultor mineiro, mais conhecido pelo apelido de Aleijadinho, onde reproduziu trechos do documento original, que mais tarde se perdeu.
Primeiros anos e formação
Detalhe
de Ouro Preto, com a Igreja do Carmo, projeto em parte de Aleijadinho
Antônio Francisco Lisboa, o
Aleijadinho, era filho natural de um respeitado mestre de
obras e arquiteto português, Manuel Francisco Lisboa, e de sua escrava africana, Isabel. Na certidão de batismo,
invocada por Bretas, consta que Antônio, nascido escravo, fora batizado em 29
de agosto de 1730, na então chamada Vila Rica, atual Ouro Preto, na freguesia de Nossa
Senhora da Conceição de Antônio Dias, tendo como padrinho Antônio dos
Reis e sendo alforriado na ocasião, por seu pai e senhor. Na
certidão, não consta a data de nascimento da criança, que pode ter ocorrido
alguns dias antes. Entretanto, há argumentos fortes que levam atualmente a
se considerar mais provável que tenha nascido em 1738, pois
em sua certidão de óbito consta como data de seu falecimento 18 de novembro de
1814, acrescentando que o artista tinha então 76 anos de idade. A data de
1738 é aceita pelo Museu
Aleijadinho localizado em Ouro Preto, e segundo Vasconcelos o
manuscrito original de Bretas, encontrado no arquivo da Arquidiocese de Mariana, remete o nascimento a 1738,
advertindo corresponder a data ao registrado na certidão de óbito do artista; o
motivo da discrepância entre as datas no manuscrito e no opúsculo que foi
impresso não é clara. Em 1738 seu pai casou com Maria Antônia de São
Pedro, uma açoriana, e com ela deu quatro meios-irmãos a
Aleijadinho, e foi nesta família que o artista cresceu
Adicionar legenda
IGREJA SÃO FRANCISCO DE ASSIS - SÃO JOÃO DEL REI - MINAS GERAIS...JCF
Segundo Bretas o conhecimento que Aleijadinho tinha de desenho, de arquitetura e escultura fora obtido de seu pai e talvez do desenhista e pintor João Gomes Batista. Terá frequentado o internato do Seminário dos Franciscanos Donatos do Hospício da Terra Santa de 1750 até 1759, em Ouro Preto, onde aprenderia Gramática, Latim, Matemática e Religião. Entrementes, assistia seu pai nos trabalhos que ele realizava na Matriz de Antônio Dias e na Casa dos Contos, trabalhando também com seu tio Antônio Francisco Pombal, entalhador, e Francisco Xavier de Brito. Colaborou com José Coelho Noronha na obra da talha dos altares da Matriz de Caeté, projeto de seu pai. Data de 1752 o seu primeiro projeto individual, um desenho para o chafariz do pátio do Palácio dos Governadores em Ouro Preto.
IGREJA SÃO JOÃO BATISTA - EM BARÕES DE COCAIS...JCF
Maturidade
Em 1756 pode ter ido ao Rio de Janeiro acompanhando Frei Lucas
de Santa Clara, transportador do ouro e diamantes que deveriam ser embarcados
para Lisboa, onde
pode ter recebido influência dos artistas locais. Dois anos depois teria criado
um chafariz de pedra-sabão para o Hospício da Terra Santa e logo em seguida
lançou-se como profissional autônomo. Contudo, sendo mulato, muitas vezes
foi obrigado a aceitar contratos como artesão diarista e não como mestre. Da
década de 1760 até próximo da morte realizou uma grande quantidade de obras,
mas na ausência de documentação comprobatória, diversas têm uma autoria
controversa e são a rigor consideradas apenas atribuições, baseadas em
critérios de semelhança estilística com sua produção autenticada. Em 1767
morreu-lhe o pai, mas Aleijadinho, como filho bastardo, não foi contemplado no
testamento. No ano seguinte alistou-se no Regimento da Infantaria dos Homens
Pardos de Ouro Preto, onde permaneceu três anos, sem descontinuar sua atividade
artística. Neste período recebeu encomendas importantes: o risco da fachada da
Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Sabará, e os púlpitos da Igreja São Francisco de
Assis, de Ouro Preto.
Imagem de Nossa Senhora da Piedade
Em torno de 1770 organizou sua
oficina, que estava em franca expansão, segundo o modelo das corporações de
ofícios ou guildas medievais, a qual em 1772 foi
regulada e reconhecida pela Câmara de Ouro Preto. Ainda em 1772, no dia 5
de agosto, foi recebido como irmão na Irmandade de São José de Ouro Preto. Em 4
de março de 1776 o governador da Capitania de Minas, Dom Antônio de Noronha,
cumprindo instruções do vice-rei, convocou pedreiros, carpinteiros,
serralheiros e ferreiros para integrarem um batalhão militar que trabalharia na
reconstrução de um forte no Rio
Grande do Sul. Aleijadinho teria sido obrigado a atender ao chamado, chegando
a se deslocar até o Rio de Janeiro, mas então teria sido dispensado. No Rio
providenciou a averbação judicial da paternidade de um filho que tivera com a
mulata Narcisa Rodrigues da Conceição, filho que se chamou, como o avô, Manuel
Francisco Lisboa. Mais tarde ela o abandonou e levou o filho para o Rio,
onde ele se tornou artesão.
Até então, de acordo com Bretas, Aleijadinho gozara de boa saúde e apreciava os prazeres da mesa e as festas e danças populares, mas a partir de 1777 começaram a surgir os sinais de uma grave doença que, com o passar dos anos, deformou lhe o corpo e prejudicou seu trabalho, causando-lhe grandes sofrimentos. Até hoje, como já Bretas reconhecera, é desconhecida a exata natureza de seu mal, e várias propostas de diagnóstico foram oferecidas por diversos historiadores e médicos. Mesmo com crescente. Dificuldade dificuldade, prosseguiu trabalhando intensivamente.
CONTINUA NA EDIÇÃO 2045 COM A PARTE 2 - JCF
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