10 DE NOVEMBRO DE 2020 - EDIÇÃO Nº 2064 - JCF
COLUNA JCF – 11/05/2015
JCF
Clovis - Tradição e Cultura
Viajando
pela historia e cultura
2064
– AS AMAZONAS
03/11/2020 –
Amazonas (mitologia)
As amazonas (em grego clássico: Αμαζόνες; romaniz.: Amazónes), eram
as integrantes de uma antiga nação de mulheres
guerreiras da mitologia grega. Heródoto as colocou numa região situada às
fronteiras da Cítia, na Sarmácia.
Entre as rainhas célebres das
amazonas estão Pentesileia, que
teria participado da Guerra de Troia, e sua irmã, Hipólita, cujo cinturão mágico foi o objeto de um
dos doze trabalhos de Hércules.
Saqueadoras amazonas eram frequentemente ilustradas em batalhas contra
guerreiros gregos na arte grega, nas chamadas amazonomaquias.
Na historiografia greco-romana, existem
diversos relatos de invasões das amazonas na Anatólia. As amazonas foram associadas com diversos
povos históricos, ao longo da Antiguidade tardia.
A partir do período moderno, seu nome passou a ser associado com as mulheres
guerreiras da atualidade. O termo Amazonas é frequentemente
utilizado para se referir a mulheres que montam a cavalo, participando em
provas de equitação em destreza ou salto.
Etimologia
O termo amazona (em grego clássico: Αμαζών; romaniz.: Amazón) tem
uma das etimologias mais
controversas da mitologia grega;
existem numerosas teorias a respeito da origem da denominação.
Entre as principais hipóteses,
estaria uma provável derivação do gentílico iraniano *ha-mazan-, que significaria
originalmente "guerreiras". Já outra teoria diz que o termo significa
"sem seio", em grego, já que, segundo algumas versões do mito, as
amazonas cortavam um dos seios para melhor manejar os arcos.
Segunda outra fonte, a
etimologia folclórica que relaciona os seios é incorreta pois não há imagens ou
fontes que a refiram. De origem cítia, as amazonas eram iranianas conhecidas por
montar a cavalos; os jônicos, sempre
ameaçados pelos persas (que eram os mais importantes dentre os iranianos),
foram os primeiros a entrar em contato. Amazōn é a forma
jônica para a palavra ha-mazan de origem iraniana, cujo
significado é "lutando junto".
No livro Matriarchat in
Südchina: Eine Forschungsreise zu den Mosuo (Taschenbuch), a autora, Heide
Göttner-Abendroth, revela a raiz comum da palavra Ama para
a sociedade matriarcal ainda
existente na China, no povoado de Moso, cujo significado
é mãe, na língua local dos mosos; a palavra encontra a mesma raiz
no norte da África, onde também o matriarcado existiu e os quais se auto
denominavam amazigue. Por esta razão, a antiga palavra Ama tem
o significado de Mãe no sentido mais estrito e no sentido
figurativo denomina cultura matriarcal.
O prefixo relaciona-se também
com a mitologia babilônia e sua deusa suprema, Tiamat: algumas fontes identificam-na com uma
serpente do mar ou dragão. No poema Enuma Elish, o épico babilônio da criação, ela dá
vida à primeira geração. Os céus e a terra são formados a partir de seu corpo
dividido. Thorkild Jacobsen a Walter Burkert ambos relacionam-na com a palavra
acádia para mar, tâmt'u', derivado de 'ti'amtum. Tiamat pode
derivar também da palavra suméria ti, 'vida", e ama,
"mãe".
Mitologia grega
As amazonas teriam vivido
na região do Ponto,
parte da atual Turquia, próximo
à costa do mar Euxino (o mar Negro).
Teriam formado um reino independente, sob o governo de uma rainha, das quais a
primeira teria se chamado Hipólita ("égua solta, indomada").
De acordo com o dramaturgo Ésquilo, num passado distante as amazonas teriam
vivido na Cítia, no lago Meótis (atual mar de Azove), porém teriam se mudado posteriormente
para Temiscira, no rio Termodonte (atual Terme, no norte da Turquia). Heródoto as chamou de Androktones ("matadoras
de homens"), afirmando que no idioma cita elas eram chamadas de Oiorpata,
que ele assegurava ter este significado.
Em certas versões do mito,
nenhum homem podia ter relações sexuais, ou viver na comunidade amazona; porém
uma vez por ano, de modo a preservar a sua raça da extinção, as amazonas
visitavam os gargáreos,
uma tribo vizinha. As crianças do sexo masculino que nasciam destas relações
eram mortas, enviadas
de volta para os seus pais ou expostas à natureza; já as crianças do sexo
feminino eram mantidas e criadas por suas mães, treinadas em práticas
agrícolas, na caça e nas artes da guerra.
Um cartógrafo de Londres não-identificado estabeleceu em 1770 as amazonas no norte da Sarmácia Asiática, baseado em fontes de informações literárias gregas
Na Ilíada, de Homero, as amazonas foram chamadas de Antianeira ("aquelas
que lutam como homens").
As amazonas também aparecem no
mito de Jasão e os Argonautas, que teriam aportado na ilha de Lemnos, em seu caminho até a terra da Cólquida. Descobriram que a ilha era habitada somente
por mulheres, governadas pela rainha Hipsípile.
Deram à ilha o nome de Gynaikokratumene, palavra grega que pode ser
traduzida como "reinada por mulheres". Apolônio de Rodes escreveu
que as mulheres receberam Jasão e seus companheiros em formação
de batalha - "Hipsípile assumiu as armas de seu pai, e
liderou as tropas, estonteante em seus encantos". A jovem rainha contou
então ao herói que Lemnos havia sido invadida, e todos os homens assassinados,
convidando os Argonautas a tomarem os lugares dos seus falecidos esposos. Sem
perceber o ardil, já que na realidade eles seriam assassinados como aqueles que
os haviam antecedido, os Argonautas decidem ir embora e, enquanto velejam pelo
Helesponto (estreito de Dardanelos),
para dentro do mar Euxino, ouvem: "fuja da costa amazônica, ou Temiscira
logo, com rude alarme, reunirá e armará suas amazonas."
As amazonas aparecem na arte grega do período arcaico da história da Grécia, associadas a diversas lendas. Teriam invadido a Lícia, porém foram derrotadas por Belerofonte, que foi enviado para combatê-las por Ióbates, rei daquela nação, na esperança de que o herói morresse nas mãos delas, tamanha era a confiança na força das guerreiras, na época. A tumba de Mirina é mencionada na Ilíada; interpretações posteriores a viram como uma amazona; de acordo com Diodoro Sículo, a rainha Mirina teria liderado as amazonas numa vitória contra a Líbia e as górgonas.
Teriam também atacado os frígios, que foram auxiliados por Príamo, então um jovem rapaz. No entanto, anos
mais tarde, próximo ao fim da Guerra de Troia, suas antigas oponentes se juntaram a
ele contra os gregos, sob a rainha Pentesileia "trácia por nascimento", morta
por Aquiles no Etiópida, poema épico de Artino de
Mileto que continuou a Ilíada.]
Um dos doze trabalhos impostos
ao herói Héracles (Hércules na mitologia romana) por Eristeu foi
o de obter a cinta da rainha amazona Hipólita Foi acompanhado por seu amigo, Teseu,
que raptou a princesa Antíope, irmã de
Hipólita, um incidente que levou a uma invasão retaliatória da Ática na qual Antíope morreu, lutando ao lado de
Teseu contra suas compatriotas. Em certas versões, no entanto, Teseu se casa
com Hipólita, enquanto noutras casa-se com Antíope e ela sobrevive. A batalha
entre os atenienses e as amazonas é frequentemente
celebrado num tipo específico de arte, chamado de amazonomaquia, em baixos-relevos de mármore como os que existiam no Partenon, ou as esculturas do Mausoléu de Halicarnasso.
Taléstris, rainha das
amazonas, visita Alexandre, o Grande
Ilustração de 1696
As amazonas também teriam
empreendido uma expedição à ilha de Leuke, na foz
do rio Danúbio,
onde as cinzas de Aquiles teriam sido depositadas por sua mãe, Tétis. O
fantasma do herói morto apareceu, assustando tanto os cavalos das guerreiras,
que estas foram derrubadas e pisoteadas por eles, forçando-as a fugir. Pompeu teria encontrado-as no exército de Mitrídates
IV do Ponto.
Biógrafos de Alexandre, o Grande mencionam
a rainha amazona Taléstris, que
teria visitado o grande rei macedônio e
tido um filho com ele. No entanto, diversas outras fontes refutam a alegação,
incluindo Plutarco que em seus escritos menciona o momento
em que o comandante naval secundário de Alexandre, Onesícrito,
teria lido a passagem sobre as amazonas de sua história de Alexandre para o
rei Lisímaco, da Trácia, que também estava na expedição original; o
rei, ao ouvir o relato, teria sorrido e dito: "E onde estava eu,
então?"
A caracterização feita pelo
escritor romano Virgílio da donzela guerreira Volsca Camilana Eneida, foi influenciada pelo mito das amazonas.
ATÉ A PRÓXIMA...JCF
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