14 DE NOVEMBRO DE 2020 - EDIÇÃO Nº 2077 - JCF
COLUNA
JCF
JCF Clovis - Tradição e Cultura
Viajando
pela historia e cultura
2077
– CARTOLA COMPOSITOR BRASILEIRO – PARTE
- 5
10/NOVEMBRO/2020 – Minha
Coluna JCF criada em 11 de maio de 2015 e a criei com a missão de publicar
diariamente edições de “recontando história e divulgando cultura e assim eu
tenho feito diariamente e esta já edição de nº 2077 terá a continuidade da
edição nº 2076 para finalizar este estupendo tema.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cartola_(compositor)
Continuação...
Últimas homenagens
Em 1978, quase aos 70 anos, se
transferiu da Mangueira para uma casa em Jacarepaguá,
buscando um pouco mais de tranquilidade, na tentativa de continuar compondo,
mas sempre voltava para visitar os amigos no morro onde crescera e se tornara famoso. A residência de Cartola e Zica
em Mangueira era muito frequentada por músicos e jornalistas, o que levou o
casal a procurar um pouco de sossego. Era finalmente a primeira casa própria do
artista, o máximo que ele conseguiu com o sucesso obtido no final da vida. Em
frente à sua porta, foi inaugurada em seguida uma praça apropriadamente
batizada de As Rosas Não Falam.
Naquele mesmo ano, estreou seu segundo
show individual: "Acontece", outro sucesso. E em
novembro, por ocasião de seu septuagésimo aniversário, recebeu uma grande
homenagem na quadra da Mangueira. O sambista, no
entanto, já estava doente. Diagnosticado seu mal - um câncer na tireoide -
foi operado em 1978.
Ainda naquele ano o sambista
gravou com Eliana Pittman o samba "Meu
amigo Cartola", de Roberto Nascimento e, com Odete
Amaral, o samba "Tempos Idos" (parceria
com Carlos Cachaça). Valdir
Azevedo, João Maria de Abreu, Joel
Nascimento e Fagner regravaram "As
rosas não falam". Elizeth
Cardoso regravou "Acontece" e Odete
Amaral, "Alvorada". Durante a apresentação no
Ópera Cabaré, em São Paulo, no mês de dezembro, o concerto foi gravado ao vivo,
por iniciativa de J.C. Botezelli, responsável pelo primeiro disco de Cartola.
Esse registro ao vivo só sairia em LP após a morte do compositor.
Em 1979 foi lançado Cartola – 70 anos, seu quarto LP, no qual interpretou seus sambas "Feriado na roça", "Fim de estrada", "Enquanto Deus consentir", "Dê-me graças, senhora", "Evite meu amor", "Bem feito" e "Ao amanhecer", além de "O inverno do meu tempo" e "A cor da esperança" (parcerias com Roberto Nascimento), "Ciência e arte" e "Silêncio de um cipreste" (com Carlos Cachaça), "Senões" (com Nuno Veloso) e "Mesma estória" (com Élton Medeiros). Ainda naquele ano Nelson Gonçalves e Emílio Santiago regravaram "As rosas não falam". Em fins de 1979 Cartola participou de um programa na Rádio Eldorado, da cidade de São Paulo, no qual contou um pouco de sua vida e cantou músicas que andava fazendo. Essa entrevista foi posteriormente lançada em LP, na década de 1980, com o nome "Cartola - Documento Inédito". Em 1980, a cantora Beth Carvalho regravou "As rosas não falam" e "Consideração", parceria com Heitor dos Prazeres. Com Nelson Cavaquinho, compôs apenas "Devia ser condenada", gravada pelo parceiro na década de 1980. A carreira de Cartola não iria longe. Ele sabia que sua doença era grave, mas manteve segredo sobre ela todo o tempo. Para todos dizia que tinha uma úlcera.
“Quando for enterrado, quero que Waldemiro
toque o bumbo.”
— Cartola, manifestando
a sua família um desejo uma semana antes de sua morte, Almanaque da Folha.
Três dias antes de morrer, recebeu de Carlos Drummond de Andrade sua última homenagem em vida. Cartola morreria de câncer em 30 de novembro de 1980, aos 72 anos de idade. O corpo foi velado na quadra da Estação Primeira de Mangueira, onde passaram as mais diversas presenças do mundo da música; Clara Nunes, Alcione, Emilio Santiago, Chico Buarque, João Nogueira, Dona Ivone Lara, Nelson Sargento, Jamelão, Roberto Ribeiro, Clementina de Jesus, Martinho da Vila, Gal Costa, Simone, Elizeth Cardoso, Paulo Cesar Pinheiro, Beth Carvalho, Paulinho da Viola, Gonzaguinha, entre muitos outros. Seu corpo foi sepultado no Cemitério do Caju. Dona Zica viu o corpo do seu grande amor pela última vez, abraçada com Clara Nunes, que era amiga e uma das "queridinhas" do poeta. Atendendo a seu pedido, no dia 1º de dezembro, data de seu funeral, Waldemiro, ritmista da Mangueira, que havia aprendido com ele a encourar seu instrumento, marcou o ritmo para o coro de "As Rosas Não Falam", cantada por uma pequena multidão de sambistas, amigos, políticos e intelectuais, presentes em sua despedida. Em seu caixão a bandeira do time do seu coração, o Fluminense.
ATÉ A PRÓXIMA ...JCF
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