21 DE JANEIRO DE 2021 - EDIÇÃO Nº 020-2021 - REVOLUÇÃO PDERNAMBUCANA - JCF
COLUNA
JCF – DESDE 11/05/2015
JCF
Clovis - Tradição e Cultura
Viajando
pela historia e cultura
020-2021
– A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA
16/JANEIRO/2021 – EDIÇÃO Nº 020-2021 FAREI UM
REGISTRO DA REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA - 1817.
1ª fonte: https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/revolucao-pernambucana-1817.htm
Revolução Pernambucana de
1817
A Revolução
Pernambucana foi um movimento de caráter separatista e republicano, que eclodiu
em Recife em março de 1817 e manifestou a
insatisfação
das elites locais.
A Revolução Pernambucana de 1817 foi um movimento separatista – o último que ocorreu no
período colonial – de caráter republicano que aconteceu na Capitania de
Pernambuco. Esse movimento foi liderado pelas elites locais, porém contou com
grande adesão popular assim que foi deflagrado. Essa revolta teve como causa
direta as mudanças ocasionadas nessa região por causa da transferência da Corte
portuguesa para o Brasil em 1808.
Causas da Revolução Pernambucana
A Revolução Pernambucana de
1817, assim como a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana, foi um movimento de caráter
separatista e republicano que ocorreu no Brasil colonial. A grande diferença
desse movimento para os outros dois citados foi que a Revolução Pernambucana conseguiu
superar a fase conspiratória e chegou a tomar o poder
local por mais de dois meses.
Esse movimento foi motivado pela insatisfação popular com as
péssimas condições de vida que existiam nessa época e, principalmente, pela
insatisfação das elites locais, cujos interesses conflitavam com os da Coroa
portuguesa. Essa tensão foi ampliada com a divulgação dos ideais iluministas nessa região.
A
Revolução Pernambucana estava diretamente relacionada com a vinda da Corte portuguesa
para o Brasil em 1808. Com esse evento, a vida dos colonos em Pernambuco
alterou-se de muitas formas. Primeiramente, houve o aumento de impostos em
Pernambuco para manter os luxos da Corte e para financiar as campanhas
militares promovidas no sul (Cisplatina).
Essa política da Corte manifestou-se
nos impostos criados sobre a produção de algodão local. Além disso, cobrava-se
da população do Recife uma taxa sobre a iluminação pública da cidade do Rio de
Janeiro. Esse aumento na carga de impostos gerou grande descontentamento,
principalmente porque a economia local estava em crise decorrente da redução na
produção do açúcar e do algodão – principais produtos da economia local.
Além disso, D. João VI nomeou vários portugueses, que haviam mudado para o Brasil junto com ele em 1808, para cargos administrativos importantes de Pernambuco e também para funções no exército. Isso também desagradou às elites locais, que se viram prejudicadas com essas ações em favor dos portugueses.
A existência de
grande desigualdade social também foi algo importante, pois a insatisfação
causada ajudou a mobilizar as camadas populares. Por fim, a difusão dos ideais
iluministas, que deu base ideológica ao movimento, foi propiciada por uma loja
maçônica, o Areópago de Itambé, e pelo Seminário de Olinda.
O movimento contou com as
elites locais, compostas por grandes comerciantes e alguns grandes
proprietários, e teve adesão também de militares, juízes, pequenos
comerciantes, artesãos e muitos padres. A grande adesão de padres ao movimento,
inclusive, fez com que essa rebelião também ficasse conhecida como Revolução
dos Padres.
Além disso, a região de Pernambuco tinha um grande histórico de
rebeliões, como a Insurreição Pernambucana e a Guerra
dos Mascates. No começo do século XIX, a insatisfação local
motivou ainda outro movimento contra a Coroa, conhecido como Conspiração
dos Suassunas, porém, após ser denunciado, foi desmontado em
1801.
Início da Revolução Pernambucana
A Revolução Pernambucana teve início, de fato, em 6 de março de
1817, quando o brigadeiro português Manoel
Joaquim Barbosa de Castro foi assassinado ao realizar
ordem do governador local de prender supostos envolvidos em uma conspiração.
Esse assassinato foi cometido pelo capitão José de Barros Lima, que reagiu à
voz de prisão realizada pelo brigadeiro.
Em seguida, essa
rebelião espalhou-se por toda a cidade de Recife, o que forçou o governador
local a abrigar-se no Forte do Brum. Logo depois, esse mesmo governador,
Caetano Pinto de Miranda Montenegro, fugiu para a capital Rio de Janeiro. Os
rebeldes, vitoriosos, implantaram um Governo Provisório que
decretava diversas mudanças em Pernambuco.
A bandeira
atual do Estado de Pernambuco é baseada na bandeira criada durante a Revolução
Pernambucana.
A Revolução Pernambucana contou
com os seguintes nomes como lideranças: Domingos José Martins, José
de Barros Lima, Cruz Cabugá, Padre
João Ribeiro, entre outros. Assim que o Governo Provisório foi
formulado, algumas medidas foram tomadas, como:
·
Proclamação
da República na Capitania de Pernambuco;
·
Estabelecida a liberdade de imprensa e
a liberdade
de credo;
·
Os impostos criados por D. João VI foram abolidos;
·
Instituição do princípio dos três poderes (executivo,
legislativo e judiciário);
·
Aumento no soldo dos soldados;
·
Manutenção do
trabalho escravo.
Apesar de ser um movimento de caráter liberal, as medidas
tomadas pelo Governo Provisório visavam beneficiar muito mais
as elites locais do que necessariamente promover a criação
de uma sociedade justa e igualitária. A manutenção do trabalho escravo foi uma
evidência disso, já que havia nesse movimento a participação de grandes
proprietários que eram contrários à abolição.
A Revolução
Pernambucana espalhou-se pelas capitanias vizinhas e alcançou a Paraíba, o Rio
Grande do Norte e o Ceará. As lideranças do movimento enviaram emissários para
diferentes capitanias à procura de obter apoio, como também para países
vizinhos. Cruz Cabugá, por exemplo, foi enviado para os Estados Unidos com 800
mil dólares para comprar armas, contratar soldados e obter o apoio do governo
americano ao movimento pernambucano.
Repressão
da Coroa
A Revolução Pernambucana foi
intensamente reprimida pela Coroa portuguesa. Assim que as notícias da rebelião
chegaram ao Rio de Janeiro, o rei D. João VI mobilizou uma frota que foi levada
do Rio de Janeiro para bloquear o porto de Recife. Além disso, mais de quatro
mil soldados foram enviados da Bahia e marcharam para Pernambuco.
O movimento enfraqueceu-se por causas de divergências internas entre as lideranças, o que permitiu que as tropas reais retomassem o controle sobre a Paraíba, Rio Grande do Norte e do Ceará. Em Pernambuco, a revolta resistiu até o dia 20 de maio de 1817, quando os líderes renderam-se ao general Luís do Rego Barreto após a cidade de Recife ser invadida.
Por ordem de D. João VI, os líderes
do movimento tiveram punições exemplares. Ao todo, nove pessoas foram
enforcadas e outras quatro foram arcabuzadas – o correspondente da época para
fuzilamento. Um dos envolvidos, Padre João Ribeiro, enforcou-se pouco antes de
ser capturado, e Cruz Cabugá, recebendo as notícias do fracasso do movimento,
não retornou ao Brasil e permaneceu nos Estados Unidos.
O grande líder da
revolta pernambucana, Domingo José Martins, foi arcabuzado, e outras lideranças
sofreram martírio severo. O capitão José de Barros Lima, por exemplo, foi enforcado
e teve as mãos e cabeça decepadas e colocadas em exposição, e seu corpo foi
arrastado pelas ruas de Recife. O mesmo aconteceu com os corpos do Padre João
Ribeiro e de Vigário Tenório. Outros envolvidos permaneceram presos durante
anos.
ATÉ A PRÓXIMA...JCF
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