22 DE JANEIRO DE 2021 - EDIÇÃO Nº 022-2021- PROVINCIA CISPLATINA - A REVOLTS - JCF
COLUNA
JCF – DESDE 11/05/2015
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Clovis - Tradição e Cultura
Viajando
pela historia e cultura
022-2021
– A PROVINCIA CISPLATINA – A REVOLTA
19/JANEIRO/2021 – EDIÇÃO Nº 022-2021 FAREI A
CONTINUAÇÃO DA EDIÇÃO Nº 021-2021.
PROVINCIA CISPLATINA - BANDEIRA
1ª fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Prov%C3%ADncia_Cisplatina
O Império do Brasil havia
sido criado em 7 de setembro de 1822,
proclamado por D. Pedro I, filho
de D. João VI.
Desde janeiro de 1823,
o governo das Províncias
Unidas do Rio da Prata vinha QUESTIONANDO diplomaticamente,
tendo enviado ao Rio de Janeiro uma
missão de Valentin
Gomes, com instruções de negociar o que chamava a "restituição
da Banda Oriental", encontrando repulsa a respeito da separação da
Cisplatina do Império do Brasil.
Em abril de 1825,
um grupo liderado por Juan Antônio
Lavalleja e conhecido como os 33 Orientales, adentraram em território
uruguaio nas imediações de Colônia do Sacramento,
dispostos a ativar o movimento de independência ainda latente no interior do
país. Seu anseio de liberdade, no entanto, poderia ser bastante relativizado
uma vez que estavam atrelados ao apoio financeiro de Buenos Aires para a invasão. Entretanto,
o movimento contagiou o campo, principalmente os pequenos estancieiros,
confinando o domínio brasileiro às cidades.
Somando-se a eles o General Fructuoso Rivera, no chamado Abraço de Monzon,
em poucos meses fizeram o exército brasileiro retroceder. O apoio dos argentinos aos caballeros
orientales fez com que, em 25 de agosto de 1825,
no Congresso de Florida,
fossem proclamados nulos os atos de incorporação da Cisplatina pelo
antigo Reino
Unido de Portugal, Brasil e Algarves e declarada a
independência do território oriental, junto com o seu desejo de ser parte
das Províncias
Unidas do Rio da Prata, atual Argentina. O governo de Buenos Aires
manifesta aceitação à proposta.
MAPA DANDO A LOCALIZAÇÃO DA PROVINCIA CISPLATINA...JCF
No Rio, o embaixador da Áustria, Mareschal, informava ao seu prócer, Klemens Wenzel von Metternich, da conveniência de uma intervenção britânica em favor da paz. O embaixador britânico na corte de Viena, Sir Charles Stewart, sabia que George Canning, então Secretário de Estado para o Exterior do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda, era favorável à separação da Cisplatina.
O consulado do Brasil foi atacado em Buenos Aires em 29 de outubro de 1825.
A influência inglesa na guerra
A ofensiva uruguaia era apoiada por tropas das Províncias
Unidas do Rio da Prata. A 10 de dezembro de 1825,
um decreto do Imperador D. Pedro I reconhecia o estado de guerra que lhe movia
o governo de Buenos Aires.
Diante disto, o Império do Brasil declarou
guerra às Províncias Unidas do Rio da Prata (origem da Argentina), começando
assim a Campanha Cisplatina (Guerra
Cisplatina, ou, na Argentina, Guerra del Brasil).
Tropas brasileiras, sob o comando do general Carlos Frederico
Lécor, ocuparam Montevidéu e a Colônia do Sacramento.
Uma esquadra comandada por Rodrigo Pinto Guedes bloqueou
o Rio da Prata. Em fins de 1826,
D. Pedro I do Brasil viajou ao Rio Grande. Pretendia "ver com seus
próprios olhos as necessidades do exército". Substituiu Lécor pelo
Marechal Felisberto
Caldeira Brant Pontes, Marquês de Barbacena. Em janeiro, retornava a
fim de assistir ao sepultamento de sua esposa, a austríaca Dona Leopoldina de Habsburgo.
Os três desfechos políticos possíveis para este conflito
bélico-diplomático eram:
·
a constituição de um Estado Oriental (Uruguai) independente, que parecia impossível
pela falta de garantias de estabilidade e de recursos, voltando à situação
de 1816, com lutas entre facções e caudilhos;
·
a consagração da união da Província Oriental ou Cisplatina às
Províncias Unidas do Rio da Prata (origem da Argentina), o que parecia
impolítico ao Brasil;
· a manutenção da Província Cisplatina como parte integrante do Império brasileiro; D. Pedro se esforçava para realizar esta última opção e suas instruções a Antônio Manuel Correia da Câmara diziam: "fazendo gostar aos demais povos da América o sistema de governo que temos abraçado", em referência à preponderância política civil no Estado brasileiro, em contraste com o caudilhismo militar das repúblicas hispano-americanas, e à união territorial que a monarquia constitucional brasileira criava, em comparação ao quadro oposto dos países vizinhos.
Por três anos a guerra se manteve indefinida, ou tendia a
pretensão dos orientais. Vendo-se prejudicada em seu comércio, a Inglaterra
impacientava-se. Por outro lado, a indefinição da guerra tornava o imperador
impopular. Encontros militares desfavoráveis ao Exército Brasileiro,
como Sarandi, Passo do
Rosário, e a invasão do território de Missões, tiveram resultado quase nulo nas
negociações. Os insucessos militares de 1826 a 1828 coincidiram
com vitórias diplomáticas dos brasileiros.
Desde 1825, Manuel Garcia pedira
mediação britânica, mas havia ordem de Canning para que os representantes
do Reino
Unido não se envolvessem no conflito entre o Brasil e as
Províncias Unidas do Rio da Prata. Em 1826, De la Cruz,
ministro do exterior de Rivadavia, mandou
consultar o governo norte-americano sobre o alcance da doutrina Monroe, pois considerava D. Pedro I um rei português, e como a
anexação antecedia a independência do Brasil, julgava a intervenção deste na
América uma interferência europeia. O secretário de estado norte
americano John Jay respondeu que se tratava de uma
guerra estritamente americana.
A primeira intervenção da diplomacia inglesa, em fevereiro de
1826, sugeria a cessão da Província Cisplatina mediante indenização e
declaração de independência, mas D. Pedro I recusou, o que o fez ser
considerado inimigo da Grã-Bretanha. Lord Ponsonby, o negociador inglês, chegou a
temer uma aliança franco-brasileira que criasse dificuldade ao comércio
britânico no Prata. O negociador brasileiro em Londres, Gameiro, o Visconde de Itabaiana,
referindo-se às intenções inglesas na região, em carta, diz: "O verdadeiro
auxiliar de Buenos Aires é a Inglaterra, que quer dar a Montevidéu a forma de
cidade hanseática sob sua proteção para ter ela a chave do rio da Prata como
tem a do Mediterrâneo e a do Báltico."
194 ANOS DA GUERRA CISPLATINA - UMA GUERRA PERDIDA PARA O BRASIL IMPÉRIO...JCF
Prosseguiram as negociações no Rio de Janeiro entre D. Manuel Garcia, pelos argentinos e o Marquês de Queluz, pelo Brasil. Cresciam as críticas da oposição brasileira à política militar do Império. D. Manuel Garcia conseguiu assinar uma convenção em 24 de maio de 1826, que foi mal recebida em Buenos Aires, sendo rejeitada por Rivadavia por ter "excedido as instruções". Em abril de 1828, o general uruguaio Fructuoso Rivera reconquistou para as Províncias Unidas o território das Missões anexado por Portugal em 1801.
Em nova intervenção diplomática inglesa, Lord Ponsonby ameaçou
retirar a mediação britânica e, em Buenos Aires, formulou tríplice condição:
independência da Província Cisplatina, proibição de ser incorporada a outro
estado e entrega aos uruguaios das fortificações militares (de construção
portuguesa).
A independência da Província Cisplatina
Entre 11 e 27 de agosto de 1828,
durante o governo argentino de Manuel Dorrego e brasileiro de D. Pedro I, e com as gestões da Inglaterra, chegou-se a uma "Convenção
Preliminar de Paz".
Carlos
Federico Lecor, Visconde de Laguna
A Convenção
Preliminar de Paz foi o resultado das reuniões que entre
representantes do Império do Brasil,
o marquês de Aracati e José Clemente Pereira e
os representantes das Províncias
Unidas do Rio da Prata, Balcarce e Guido, no Rio de Janeiro:
a Província Cisplatina tinha sua independência reconhecida pela Argentina e pelo Brasil, cessando as hostilidades.
Finalmente em 28 de agosto de 1828 se
firmaria o Tratado do
Rio de Janeiro, ratificado em 4 de outubro do mesmo ano, e que daria
definitivamente a independência ao Uruguai. D. Pedro I renunciou a quaisquer direitos
sobre a Província Cisplatina e o Brasil recuperava o território das Missões.
Formava-se o estado uruguaio, tendo
o compromisso de não se unir à Argentina: "Colocamos algodão entre dois
cristais", foram as palavras do mediador inglês. Entre 1828
e 1830 teve a denominação de
"Estado Oriental". Com a promulgação da segunda constituição do
estado oriental em 1918, a denominação foi finalmente alterada para República
Oriental do Uruguai.
Até uma próxima matéria de
historia e/ou cultura...JCF
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