10 DE FEVEREIRO DE 2021 - COLUNA JCF - TRADIÇÃO E CULTURA - EDIÇÃO Nº 047 -02021- JCF
COLUNA
JCF – DESDE 11/05/2015
JCF
Clovis - Tradição e Cultura
Viajando
pela historia e cultura
047-2021
– OS SOLDADOS DA BORRACHA (RO)
09/FEVEREIRO/2021 – EDIÇÃO
Nº 047-2021 RETRATAREI OS DESTEMIDOS SOLDADOS DA BORRACHA (RO)
Aos 94 anos, ex-soldado da borracha conta história de
amor por Porto Velho
o início da década de 1940, o objetivo
do ex-soldado da borracha Francisco da Rocha, hoje com 94 anos, era vir à
Amazônia ganhar dinheiro com a extração de látex e depois voltar para o estado
natal, o Rio Grande do Norte. Ele, o pai, a mãe e três irmãos chegaram a Porto
Velho com esse intuito. O comércio de borracha movimentava parte da economia do
país durante a Segunda Guerra Mundial.
No Rio Grande
do Norte, a situação era difícil para a família. "Sabe qual era a situação
de ter o produto, mas não ter pra quem vender? Tínhamos muitas criações no
Nordeste, mas ninguém tinha dinheiro para comprar nossas mercadorias",
relata.
Em meio aos
problemas financeiros e à seca, seu Francisco conta que ao ver os amigos se
alistando para vir à Amazônia, lembrou-se do sonho de morar em um lugar onde
chovesse muito. Apesar de a mãe contar histórias sobre os
perigos com feras e onças.
Francisco da Rocha, o Mossoró, vive há mais de 70 anos no município.
No Rio Grande do Norte, a situação era difícil para a família. "Sabe qual era a situação de ter o produto, mas não ter pra quem vender? Tínhamos muitas criações no Nordeste, mas ninguém tinha dinheiro para comprar nossas mercadorias", relata.
Em meio aos
problemas financeiros e à seca, seu Francisco conta que ao ver os amigos se
alistando para vir à Amazônia, lembrou-se do sonho de morar em um lugar onde
chovesse muito. Apesar de a mãe contar histórias sobre os perigos com feras e
onças.
Viagem para
Porto Velho
Francisco se alistou para se tornar um soldado da
borracha na Amazônia com a promessa de mandar dinheiro para a família, mas a
história mudou. “Quando saí do alistamento, dei de cara com meu pai, que disse
que eu só iria se ele fosse. Meu pai tinha 62 anos e passou nos exames.
Disseram que ele era um coroa sadio e que nós íamos ser felizes”, conta.
O pai de
Francisco decidiu que toda a família iria embora, a mãe e três irmãos também
foram. O caminho do Rio Grande do Norte até Porto Velho foi complicado. Mossoró
diz que ao todo a viagem durou três meses. Tudo começou em um caminhão
"pau de arara" até Fortaleza, em seguida foram de navio para Belém.
Na capital do Pará, ele ficou internado por cerca de 20 dias após contrair sarampo
e catapora. Quando melhorou seguiram viagem para Rondônia. "Era uma
embarcação muito lenta, demorava muito e tinha que parar à noite", diz.
Exército
Vida no seringal
Com a morte do pai, Francisco, que era o mais
velho, acabou pedindo licença do Exército para ficar com a família. Após a
saída, foram quatro meses até a ida para o seringal. "Era uma vida
muito triste e solitária. Morava num barraquinho de 2x2, fechado com madeira e
paxiúba e onças esturrando em volta da casa”, relata. A rotina era sair cedo
para extrair o látex, voltar meio dia para defumar o leite e tomar um banho
para almoçar a comida feita no dia anterior.
Devido a
distância, os seringueiros não recebiam visitas. Quem aparecia mensalmente era
o "comboieiro", que buscava a borracha para pesar no barracão.
"No final do mês tinha festinha, mas não tinha mulher. Já vi homem dançar
com homem. Eu nunca dancei, só observei", garante. Foi assim durante um
ano e seis meses, em um seringal de Porto Velho, no Rio Mucuim. “Até eu ver que
aquilo não era vida. Pedi ao patrão para ir a cidade ver minha mãe e meu saldo.
Ele perguntou se eu voltava e eu disse que sim”, afirma.
Seu Francisco ganhou 12 mil réis por um ano e seis
meses de trabalho, ao chegar a Porto Velho, recebeu uma bronca da mãe que se
preocupava com o filho dentro de um seringal. "Fui pra casa e fiquei
pensando ‘eu volto ou não?’. Não voltei mais", diz.
Sempre visito
Bairro Agricolândia
Sem o seringal,
Mossoró começou a vida no bairro Arigolândia, local onde vive até hoje. O
bairro tem o nome em homenagem aos "arigós", como eram chamados os
nordestinos. Ele arrendou uma pequena propriedade e iniciou o plantio de uma
horta e depois trabalhou com pesca. "Quando eu cheguei nesse bairro, não
tinha rua, só barro. Eu tinha ideia de ir embora, mas pensei aqui é que eu
estava sendo abençoado", pontua.
Após mais de 70
anos na capital rondoniense, seu Francisco desistiu de voltar para sua terra
natal. "Vi muita coisa acontecer em Rondônia, resolvi ficar e sou muito
feliz na vida. Fui pegando gosto por aqui. Sempre visito o Nordeste, gosto de
lá, mas eu amo Porto Velho e quero ser enterrado aqui. Sou nordestino só porque
nasci lá", finaliza.
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ASSIM FINALIZO ESTA HISTORIA REAL DE UM EX-SOLDADO DA BORRACHA RELATANDO TUDO QUE OICORREU ATÉ CHEGAR EM RONDÔNIA,,,JCF
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