17 DE MARÇO DE 2021 - COLUNA JCF TRADIÇÃO E CULTURA - EDIÇÃO Nº 066 - 2021-COSTUMES E CULTURA DE INDÍGENAS DO ALTO XINGÚ...JCF
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pela historia e cultura
066
- 2021 – ÍNDIOS XAVANTES – CULTURA E
COSTUMES
15/03/2021 – NESTA EDIÇÃO Nº 066 – 2021 FAREI
O REGISTRO DOS INDÍGENASXAVANTES DO ALTO XINGÚ
1ª fonte: https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Xingu
O Parque
Indígena do Xingu engloba, em sua porção sul, a área cultural conhecida como
alto Xingu, formada pelos povos Aweti, Kalapalo, Kamaiurá, Kuikuro, Matipu, Mehinako, Nahukuá, Naruvotu, Trumai, Wauja e Yawalapiti .
A despeito de sua variedade linguística, esses povos caracterizam-se por uma
grande similaridade no seu modo de vida e visão de mundo. Estão ainda
articulados em uma rede de trocas especializadas, casamentos e rituais
inter-aldeões. Entretanto, cada um desses grupos faz questão de cultivar sua
identidade étnica e, se o intercâmbio cerimonial e econômico celebra a
sociedade alto-xinguana, promove também a celebração de suas diferenças.
Os povos Ikpeng, Kaiabi, Kĩsêdjê, Tapayuna e Yudja não
fazem parte do complexo cultural alto-xinguano e são bastante heterogêneos
culturalmente. Foram integrados aos limites da área demarcada por razões de
ordem administrativa, em alguns casos implicando o deslocamento de suas
aldeias.
As 16 etnias que habitam o Parque: Aweti, Ikpeng, Kaiabi, Kalapalo, Kamaiurá, Kĩsêdjê, Kuikuro, Matipu, Mehinako, Nahukuá, Naruvotu, Wauja, Tapayuna, Trumai, Yudja, Yawalapiti.
Línguas: Kamaiurá
e Kaiabi (família Tupi-Guarani, tronco Tupí); Yudja (família Juruna, tronco
Tupí); Aweti (família Aweti, tronco Tupi); Mehinako, Wauja e Yawalapiti
(família Aruák); Kalapalo, Ikpeng, Kuikuro, Matipu, Nahukwá e
Naruvotu (família Karíb); Kĩsêdjê e Tapayuna (família Jê, tronco Macro-Jê);
Trumai (língua isolada).
Há, contudo, casamentos frequentes
entre esses grupos, que acarretam uma maior articulação entre eles.
Um movimento recente vem ainda fazendo convergir todos os povos do
Parque em nome de interesses comuns. As organizações
indígenas (sobretudo a Associação Terra Indígena do Xingu) têm
se estabelecido como um importante meio de interlocução com a sociedade
nacional e fomento de projetos de educação,
alternativas econômicas e proteção do território.
Este verbete constitui uma introdução geral ao Parque e ao alto
Xingu, complementando o conjunto de textos que tratam de cada povo
especificamente.
Apesar do intenso intercâmbio entre diferentes povos do
Parque, cada qual mantém a sua língua. Nele estão representadas as seguintes famílias
linguísticas:
§ Família Tupi-Guarani (do tronco Tupi): Kamayurá e Kaiabi
§ Família Juruna (do tronco Tupi): Yudja
§ Família Aweti (do tronco Tupi e com uma única língua): Aweti
§ Família Aruak: Mehinako, Wauja e Yawalapiti
§ Família Karib: Ikpeng, Kalapalo, Kuikuro, Matipu, Nahukwá e Naruvotu
§ Família Jê (do tronco Macro-Jê): Kĩsêdjê e Tapayuna
§ Língua não classificada em qualquer família: Trumai
§ O Português
é usado como língua de contato entre as diferentes etnias, sendo falado mais
fluentemente pelos homens jovens e adultos. Ultimamente, o número de falantes
do Português vem aumentando e muitas mulheres jovens começam a falar e entender
a língua.
§ Hoje em dia,
com o grande número de estradas ligando o PIX às cidades e fazendas, muitos
índios circulam pelo entorno do Parque, se valendo da língua portuguesa para
transações comerciais e demais formas de relacionamento com a população
regional. Pela televisão, presente em quase todas as aldeias, também se aprende
a língua portuguesa. Ademais, nas escolas os professores indígenas ensinam a
falar e escrever em Português, embora todas as aulas sejam dadas nas línguas
nativas.
§ Quanto ao
domínio de mais de uma língua indígena, entre os povos do Alto Xingu é comum a
compreensão das línguas de seus vizinhos, mesmo que não se saiba falar, de modo
que índios de diferentes etnias eventualmente dialogam cada um em sua própria
língua. Entre os Kaiabi, Kĩsêdjê e Yudja também há uma mútua compreensão das
línguas, devido a convivência numa mesma região e aos intercasamentos. Além
disso, em todas as aldeias do Parque, crianças e jovens que são fruto de
casamentos interétnicos costumam dominar ambas as línguas dos pais. E há jovens
que falam quatro ou até cinco línguas.
§
§ Aldeia Ricoh, dos Suyá, às margens do rio
Suyá-Missu, no Parque Indígena do Xingu. Foto: Pedro Martinelli, 1999.
§
§ Posto Indígena Diauarum, na região norte
do Parque. Foto: Camila Gauditano, 2002
§
Gaiteme Suyá
amamentando seu filho. Foto: Camila Gauditano, 2001.
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