19 DE MARÇO DE 2021 - COLUNA JCF - EDIÇÃO Nº 067 - 2021 - A SAGA DE LAMPIÃO...JCF
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067
- 2021 – A SAGA DE LAMPIÃO
18/03/2021 – NESTA EDIÇÃO Nº 067 – 2021 FAREI
O REGISTRO DA SAGA DE LAMPIÃO
1ª fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lampi%C3%A3o_(cangaceiro)
Virgulino Ferreira da Silva,
vulgo Lampião (Serra Talhada, 4 de junho de 1898 — Poço Redondo, 28 de julho de 1938),
foi um cangaceiro brasileiro que atuou no sertão nordestino.
Segundo o seu biógrafo Cicinato Ferreira Neto, o apelido "Lampião"
foi lhe dado devido à sua facilidade em manejar o rifle, "que, de
tanto atirar, mais parecia um candeeiro aceso nas escuras noites da
caatinga”.
Conhecido como Rei do Cangaço, Lampião foi
provavelmente o líder banditista de maior sucesso do Século XX. Por parte das autoridades, Lampião
simbolizava a brutalidade, o mal, uma doença que precisava ser cortada. Para
uma parte da população do sertão, ele encarnou valores como a bravura, o
heroísmo e o senso da honra. Por conta disso, suas façanhas o transformaram em
um herói popular no Brasil, principalmente na região nordeste do país, lhe
rendendo uma reputação equivalente a Jesse James e a Pancho Villa.
Lampião |
|
Nome completo |
Virgulino Ferreira da Silva |
Nascimento |
|
Morte |
28 de julho de 1938 (40 anos) |
Nacionalidade |
|
Cônjuge |
|
Biografia
Origem
Virgulino Ferreira da Silva, 1927.
Há controvérsia sobre a data de nascimento de Lampião. As mais
citadas são:
Lampião, Maria Bonita e grupo de cangaceiros (1936).
Encontro do fotógrafo Benjamin Abrahão Botto com Lampião e seu bando.
·
12 de fevereiro de 1900: data dada
segundo Antônio Américo de Medeiros pelo próprio Lampião em entrevista ao
escritor cearense Leonardo Mota, em 1926, em Juazeiro do Norte.
A questão de sua data de nascimento torna-se ainda mais
relevante no contexto em que se instituem datas comemorativas em seu nome (18 de julho), e 7 de julho,
que corresponde ao dia do seu registro civil, como o "Dia do Xaxado",
pelo projeto da Câmara Municipal de Serra Talhada.
Nascido na cidade de Vila Bela,
atual Serra Talhada,
no semiárido do estado de Pernambuco, foi o terceiro filho de José Ferreira dos
Santos e Maria Sucena da Purificação.
Até os 21 anos de idade trabalhou como artesão. Era alfabetizado
e usava óculos para leitura, características bastante incomuns para a região
sertaneja e pobre onde ele morava. Uma das versões a respeito de seu apelido é
que sua capacidade de atirar seguidamente, iluminando a noite com seus tiros,
fez com que recebesse o apelido de lampião.
Sua família travava uma disputa com outras famílias locais,
geralmente por limites de terras, até que seu pai foi morto em confronto com a
polícia em 1919. Virgulino jurou vingança, e junto de mais dois
irmãos, passou a integrar o grupo do cangaceiro Sinhô Pereira.
Em 1922, tornou-se líder do bando até então comandado por Sinhô Pereira em Pernambuco. No mesmo ano matou o informante que
entregou seu pai à polícia, e realizou o maior assalto da história do cangaço
àquela altura, contra a Baronesa de Água Branca em Alagoas.
Além do grupo principal, Lampião tinha o comando de diversos
subgrupos paralelos, designando outros cangaceiros à frente, a exemplo de Corisco e Antônio de Engracia.
Em 1930 se junta afetivamente a Maria Bonita na Bahia.
No mesmo ano, aparece no jornal The New York Times.
Em 1936, seu cotidiano na caatinga é fotografado e filmado por Benjamin Abrahão Botto.
Durante quase 20 anos, Lampião viajou com seu bando de
cangaceiros, todos a cavalo e em trajes de couro, chapéus, sandálias, casacos,
cintos de munição e calças para protegê-los dos arbustos com espinhos típicos
da vegetação caatinga. Para
proteger o "capitão" (como Lampião era chamado) e realizar ataques a
fazendas e municípios, todos usavam sempre um poder bélico potente. Como não
existiam contrabandos de armas para se adquirir, as mesmas eram, em sua
maioria, roubadas da polícia e de unidades paramilitares. A espingarda Mauser e uma grande variedade de pistolas
semiautomáticas e revólveres também eram adquiridos durante confrontos. A arma
mais utilizada era o rifle Winchester. O
bando chamava os integrantes das volantes de "macacos" - uma alusão
ao modo como os soldados fugiam quando avistavam o grupo de Lampião:
"pulando".
Lampião e seu bando atacaram fazendas e cidades em sete estados
além de praticar roubo de gado, saques, sequestros, assassinatos, torturas,
mutilações e estupros. Sua passagem causava terror e indignação nos moradores,
fato citado amplamente na imprensa local:
“Não
é uma vergonha o que se está passando ou melhor dizendo continua a ocorrer em o
nordeste brasileiro? E os poderes públicos, que garantia oferecem ao sertanejo
infeliz e batido por todas as calamidades? Até os magistrados já não escapam às
sortidas de Lampião. (...) Eis porque o sertanejo tem sempre nos
lábios uma expressão de descrença quando se lhe promete a aplicação de
providencias no sentido de desinfestar o sertão das hordas de cangaceiros
horríveis que tornam a região a mais infeliz do mundo”.
Apesar disso, Lampião e seu
bando eram frequentemente protegidos por coiteiros, conhecidos como
fazendeiros, pequenos sitiantes ou mesmo autoridades locais que ofereciam
abrigo e alimentos aos bandos por um curto espaço de tempo nos limites de suas
terras, facilitando o deslocamento dos cangaceiros pelo Nordeste e sua fuga das
forças volantes do Estado.
Vida pessoal
Sua companheira, Maria Gomes de Oliveira, conhecida
como Maria Déa ou como Maria Bonita conforme apelidada pela
imprensa, juntou-se ao bando em 1930, sendo a primeira das
mulheres a integrá-lo.
Virgulino e Maria Déa tiveram uma filha, Expedita Ferreira
Nunes, nascida em 13 de setembro de 1932. O casal teria tido
ainda dois natimortos.
Religião
Era devoto de Padre Cícero e
respeitava as suas crenças e conselhos. Os dois se encontraram uma única vez,
no ano de 1926, em Juazeiro do
Norte.
Morte
Cruzes
marcando o local da morte de Lampião e seu bando, em Poço Redondo, Sergipe.
As cabeças dos cangaceiros incluindo Lampião (no primeiro
degrau) e Maria Bonita (ao centro, no segundo degrau) na cidade de Piranhas em Alagoas.
No dia 27 de julho de 1938, o bando acampou na fazenda Angicos,
situada no sertão de Sergipe, esconderijo tido
por Lampião como o de maior segurança. Era noite, chovia muito e todos dormiam
em suas barracas. A volante chegou tão silenciosamente que nem os cães
perceberam. Por volta das 5:00h do dia 28, os cangaceiros levantaram para rezar
o ofício e se preparavam para tomar café; quando um cangaceiro deu o alarme, já
era tarde demais.
Não se sabe ao certo quem os traiu. Entretanto, naquele lugar
mais seguro, o bando foi pego totalmente desprevenido. Quando os policiais do
Tenente João Bezerra e
do Sargento Aniceto Rodrigues da Silva abriram fogo com metralhadoras
portáteis, os cangaceiros não puderam empreender qualquer tentativa viável de
defesa.
O ataque durou cerca de vinte minutos e poucos conseguiram
escapar ao cerco e à morte. Dos trinta e quatro cangaceiros presentes, onze
morreram ali mesmo. Lampião foi um dos primeiros a morrer. Logo em
seguida, Maria Bonita foi
gravemente ferida. Alguns cangaceiros, transtornados pela morte inesperada do
seu líder, conseguiram escapar. Bastante eufóricos com a vitória, os policiais
apreenderam os bens e mutilaram os mortos. Apreenderam todo o dinheiro, o ouro
e as joias.
A força volante, de maneira bastante desumana para os dias de
hoje, mas seguindo o costume da época, decepou a cabeça de Lampião. Maria
Bonita ainda estava viva, apesar de bastante ferida, quando foi degolada. O
mesmo ocorreu com Quinta-Feira, Mergulhão (os dois também tiveram suas cabeças
arrancadas em vida), Luís Pedro, Elétrico, Enedina, Moeda, Alecrim, Colchete
(2) e Macela. Um dos policiais, demonstrando ódio a Lampião, desfere um golpe
de coronha de fuzil na sua cabeça, deformando-a. Este detalhe contribuiu para
difundir a lenda de que Lampião não havia sido morto e escapara da emboscada,
tal foi a modificação causada na fisionomia do cangaceiro. "Feito
isso, salgaram os seus troféus de vitória e colocaram em latas de querosene,
contendo aguardente e cal."] Os
corpos mutilados e ensanguentados foram deixados a céu aberto, atraindo urubus.
Para evitar a disseminação de doenças, dias depois foi colocada creolina sobre os corpos. Como alguns
urubus morreram intoxicados pela creolina, este fato ajudou a difundir a crença
de que eles haviam sido envenenados antes do
ataque, com alimentos entregues pelo coiteiro traidor.
Cruzes
marcando o local da morte de Lampião e seu bando, em Poço Redondo, Sergipe.

As cabeças
dos cangaceiros incluindo Lampião (no primeiro degrau) e Maria Bonita (ao
centro, no segundo degrau) na cidade de Piranhas em Alagoas.
O Memorial da Resistência localizado em Mossoró no Rio
Grande do Norte é um museu que retrata a história da única
cidade nordestina a resistir à invasão do bando lampião.
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