02 DE MAIO DE 2021 - COLUNA JCF TRADIÇÃO E CULTURA NL Nº 0106-2021 - O SINO ASSASSINO - SUA HISTORIA - JCF


 

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JCF Clovis -  Tradição e Cultura

Viajando pela historia e cultura

0106-2021 –  JERÔNIMO - O SINO ASSASSINO

 

01MAIO20021 – Esta edição nº 0106-2021 vou registrar a historia da qual tenho conhecimento por muitas vezes ouvi-las da boca de moradores antigos da bela São João Del – MG – Cidade da qual saí aos 19 anos em busca de conquistas, além das Minas Gerais – Mas quanto a historia hoje a ser tema da minha Coluna JCF, é sobre o sino assassino – Sei que o tema é de certa forma esdrúxulo mas pessoalmente ouvi esta historia pela fonte do “boca a boca”, de diversas pessoas consideradas responsáveis e idôneas, quanto a veracidade ou não nunca teremos certeza, pois o fato ocorreu na década de 30 e não existe registro em canto nenhum, mas de acordo com o disse não disse a mim passado nas décadas de 60 e 70, fico apenas na dúvida, isto é “sem provas”, mas uma coisa certa quanto ao sino cair ao ser feito as badaladas isto não tenho dúvidas, bem vamos aos registros das pesquisas feitas...


ESTA É A IGREJA SÃO FRANCISCO DE ASSIS EM SÃO JOÃO DEL , LOCAL DA TRAGÉDIA OCRRIDO  em plena "procissão dos passos, pois era SEMANA SANTA, ERA COISA SÉRIE E RESPEItável naquela cidade mineira.








 

1ª fonte: http://velhasreportagens.blogspot.com/2016/02/o-sino-assassino-contempla-sao-joao-del.html



Velhas Reportagens

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

17.08.1969 - O sino assassino contempla São João Del Rei ha 138 anos

 

 

O sino assassino contempla São João

Del Rei há 138 anos

 

O JORNAL 2º

Fundador dos Diários Associados: Assis Chateaubriand

 

Rio de Janeiro, domingo, 17 de agosto de 1969


Reportagem de Jorge Audi

 

Esta é a história de Jerônimo. Jerônimo é pardo, tem 138 anos e pesa 4 toneladas. Em São João Dei Rei, Minas Gerais, todos o conhecem. Todos sabem do seu drama, que começou há trinta anos. Foi numa semana santa, quando a cidade estava toda em festa. Exatamente durante a Procissão dos Passos. Nesse dia, Jerônimo matou um homem. Jerônimo é um sino. Um sino assassino.

 

 

 

O perfil de um assassino abençoado: quatro toneladas de azar.

Em São João Del Rei, a Semana Santa termina com a tradicional Procissão dos Passos. A cidade fica toda em festa, e de fisionomia alegre. Das Igrejas. o som reiterado dos sinos. Cada qual procura tocar mais forte e melhor. É o também tradicional combate que há entre eles. Aquele que mais se sobressair, terá a admiração de todos os sineiro da cidade. Jerônimo sempre ganhava. Tinha o melhor som entre todos. Era o mais valente no combate. No ano de 1939, em plena Procissão, quando a competição estava no auge. Jerônimo de repente parou. Estranhamente, emudeceu o melhor sino da cidade. Rápido, a noticia correu. Jerônimo matara um homem.

 

José Maria Apolinário é o atual sineiro da Igreja de São Francisco de Assis. Ele fica comovido quando fala do seu amigo Jerônimo: «Ele é um enjeitado da sorte, moço. Não posso abandoná-lo. Vou todos os dias até o telhado para visitá-lo e cuidar dele. Era o mais triste quando precisava ser triste, e o mais alegre quando era para ser. Não é por ser meu amigo, mas Jerônimo sempre foi o melhor».

QUATRO TONELADAS DE AZAR

Sinos são batizados e têm nomes, como as pessoas. Jerônimo é o sino maior da Igreja de São Francisco. Segundo contaram as testemunhas, João Pilão, o sineiro da época, estava fazendo o enorme sino redobrar. Era o combate da Procissão dos Passos e, como sempre, Jerônimo ganharia fatalmente. Mas João Pilão, às vezes se embriagava. Era desses tipos que conhecem todo mundo, e que todos conhecem. Nesse dia, porém, Pilão exagerou na bebida. Entusiasmado pelo álcool e pela disputa, esqueceu-se da violência bravia do sino valente. Descuidou-se e foi esmagado contra a parede da torre, sob o peso das quatro toneladas de Jerônimo. Mais tarde, a polícia comprovou que ele estava bêbado, quando morreu. Havia, no local, uma garrafa de cachaça. Mas Isto não foi atenuante para o crime de Jerônimo. Amarrado e impedido de tocar, ele esperou silencioso o dia do julgamento.

A SINA DO SINO

Depois de julgado, Jerônimo foi condenado a dez anos de prisão, no Arsenal da Guerra do Rio de Janeiro. Uma vez cumprida a pena, foi refundido e trocaram seu nome, considerado maldito. Jerônimo passou, então, a chamar-se Santo Antônio. Na velha Igreja de São Francisco, seu toque viril foi substituído pelo de Conceição, sino suave e sem antecedentes criminais. Da volta à cidade que o condenara, Jerônimo foi colocado na torre esquerda da Igreja. Os primeiros contatos com São João Del Rei foram difíceis. Muito medo, por parte da população e dos sineiros. Aos poucos, porém, Jerônimo foi-se integrando na vida dos sinos de São Francisco de Assis. Recomeçou a chamar os fiéis para a Missa, anunciar casamentos, mortes, brincar como criança nos dias de festa, marcar as horas da cidade pequena.

POR QUEM OS SINOS DOBRAM

José Maria Apolináno, o amigo de Jerônimo e sineiro dos melhores na cidade, conhece tudo sobre sinos. Sejam eles pequenos, meiões ou grandes. E embora os pequenos já sejam bastante pesados, os sinos grandes pesam mais de duas toneladas. Apolinário conhece sua linguagem, formulada através da dobres e repiques. Por exemplo, ele sabe que quando morre na cidade uma criança menor de sete anos, o sino pequeno deverá dar três repiques. Pela morte de um homem, os sinos grandes dobrarão cinco vezes. E por urna mulher, serão quatro os dobres. Se morre um Papa, o sino grande dobra vinte e uma vezes. Se houver incêndio na Igreja, é preciso tocar freneticamente o «canjiquinha queimada», que avisa a cidade da catástrofe e chama os fiéis para ajudar. E, em São João Dei Rei, existe ainda o combate. A vantagem na competição dependerá bastante do tamanho do sino e da qualidade do bronze. Mas vai depender, sobretudo, do vigor dos braços que movimentam o sino. Como o dobre é executado pelas mãos, os sinos grandes exigem três ou quatro homens para movimentá-los. E, no entanto, um fio de cabelo humano poderá rachar um sino, graças ao efeito da eletricidade contida nos cabelos humanos, colocada em contraste com a vibração dos sinos de bronze.

OUTRA VEZ, A MORTE

A trágica história de Jerônimo, porém, não termina com sua volta à cidade de onde saíra, depois de cumprir sua pena. Dois anos após ser libertado, Jerônimo estava em pleno combate, na Semana Santa, quando seu badalo se soltou. Foi cair no adro da Igreja, quase matando uma menina. Acabou-se a tolerância. Um militar, general Dorneles, antigo morador da cidade, incumbiu-se pessoalmente de punir Jerônimo pela segunda vez. Providenciou para que ele fosse novamente refundido e perdesse também o nome. Jerônimo, agora é o sino São Francisco, o sino «invisível», calado e recolhido a uma torre onde ninguém entra. Jerônimo, sino dos maiores, que recebeu este nome em 1830, quando nasceu na fundição da Rede Mineira de Viação. Ele é um sino condenado. Há anos vive calado e proscrito, na torre esquerda da Igreja de São Francisco de Assis. Jerônimo, o amigo de Apolinário. Um sino. Um assassino.


O perfil de um assassino abençoado: quatro toneladas de azar.

 

Em São João Del Rei, a Semana Santa termina com a tradicional Procissão dos Passos. A cidade fica toda em festa, e de fisionomia alegre. Das Igrejas. o som reiterado dos sinos. Cada qual procura tocar mais forte e melhor. É o também tradicional combate que há entre êles. Aquele que mais se sobressair, terá a admiração de todos os sineiro da cidade. Jerônimo sempre ganhava. Tinha o melhor som entre todos. Era o mais valente no combate. No ano de 1939, em plena Procissão, quando a competição estava no auge. Jerônimo de repente parou. Estranhamente, emudeceu o melhor sino da cidade. Rápido, a noticia correu. Jerônimo matara um homem.

 

José Maria Apolinário é o atual sineiro da Igreja de São Francisco de Assis. Ele fica comovido quando fala do seu amigo Jerônimo: «Êle é um enjeitado da sorte, moço. Não posso abandoná-lo. Vou todos os dias até o telhado para visitá-lo e cuidar dele. Era o mais triste quando precisava ser triste, e o mais alegre quando era para ser. Não é por ser meu amigo, mas Jerônimo sempre foi o melhor»

 

QUATRO TONELADAS DE AZAR

Sinos são batizados e têm nomes, como as pessoas. Jerônimo é o sino maior da Igreja de São Francisco. Segundo contaram as testemunhas, João Pilão, o sineiro da época, estava fazendo o enorme sino redobrar. Era o combate da Procissão dos Passos e, como sempre, Jerônimo ganharia fatalmente. Mas João Pilão, às vezes se embriagava. Era desses tipos que conhecem todo mundo, e que todos conhecem. Nesse dia, porém, Pilão exagerou na bebida. Entusiasmado pelo álcool e pela disputa, esqueceu-se da violência bravia do sino valente. Descuidou-se e foi esmagado contra a parede da torre, sob o peso das quatro toneladas de Jerônimo. Mais tarde, a polícia comprovou que ele estava bêbado, quando morreu. Havia, no local, uma garrafa de cachaça. Mas Isto não foi atenuante para o crime de Jerônimo. Amarrado e impedido de tocar, ele esperou silencioso o dia do julgamento.

A SINA DO SINO

Depois de julgado, Jerônimo foi condenado a dez anos de prisão, no Arsenal da Guerra do Rio de Janeiro. Uma vez cumprida a pena, foi refundido e trocaram seu nome, considerado maldito. Jerônimo passou, então, a chamar-se Santo Antônio. Na velha Igreja de São Francisco, seu toque viril foi substituído pelo de Conceição, sino suave e sem antecedentes criminais. Da volta à cidade que o condenara, Jerônimo foi colocado na torre esquerda da Igreja. Os primeiros contatos com São João Del Rei foram difíceis. Muito medo, por parte da população e dos sineiros. Aos poucos, porém, Jerônimo foi-se integrando na vida dos sinos de São Francisco de Assis. Recomeçou a chamar os fiéis para a Missa, anunciar casamentos, mortes, brincar como criança nos dias de festa, marcar as horas da cidade pequena.

POR QUEM OS SINOS DOBRAM

José Maria Apolináno, o amigo de Jerônimo e sineiro dos melhores na cidade, conhece tudo sobre sinos. Sejam eles pequenos, meiões ou grandes. E embora os pequenos já sejam bastante pesados, os sinos grandes pesam mais de duas toneladas. Apolinárlo conhece sua linguagem, formulada através da dobres e repiques. Por exemplo, ele sabe que quando morre na cidade uma criança menor de sete anos, o sino pequeno deverá dar três repiques. Pela morte de um homem, os sinos grandes dobrarão cinco vezes. E por urna mulher, serão quatro os dobres. Se morre um Papa, o sino grande dobra vinte e uma vezes. Se houver incêndio na Igreja, é preciso tocar freneticamente o «canjiquinha queimada», que avisa a cidade da catástrofe e chama os fiéis para ajudar. E, em São João Dei Rei, existe ainda o combate. A vantagem na competição dependerá bastante do tamanho do sino e da qualidade do bronze. Mas vai depender, sobretudo, do vigor dos braços que movimentam o sino. Como o dobre é executado pelas mãos, os sinos grandes exigem três ou quatro homens para movimentá-los. E, no entanto, um fio de cabelo humano poderá rachar um sino, graças ao efeito da eletricidade contida nos cabelos humanos, colocada em contraste com a vibração dos sinos de bronze.

OUTRA VEZ, A MORTE

A trágica história de Jerônimo, porém, não termina com sua volta à cidade de onde saíra, depois de cumprir sua pena. Dois anos após ser libertado, Jerônimo estava em pleno combate, na Semana Santa, quando seu badalo se soltou. Foi cair no adro da Igreja, quase matando uma menina. Acabou-se a tolerância. Um militar, general Dorneles, antigo morador da cidade, incumbiu-se pessoalmente de punir Jerônimo pela segunda vez. Providenciou para que ele fosse novamente refundido e perdesse também o nome. Jerônimo, agora é o sino São Francisco, o sino «invisível», calado e recolhido a uma torre onde ninguém entra. Jerônimo, sino dos maiores, que recebeu este nome em 1830, quando nasceu na fundição da Rede Mineira de Viação. Ele é um sino condenado. Há anos vive calado e proscrito, na torre esquerda da Igreja de São Francisco de Assis. Jerônimo, o amigo de Apolinário. Um sino. Um assassino.

O JORNAL, Rio de Janeiro, domingo, 17 de agosto de 1969

Do colunista

pelo texto apurado em minha pesquisas a tragédia ocorrida com o sino jerônimo causando a morte do sineiro joão pilão foca claro que o acontecido foi no ano de 1831, infelizmente ainda não consegui , mas como este ano vou visitar a bela SJDR e meu irmãos que lá ainda residem irei pessoalmente Ìgreja São Francisco de Assis e vasculharei os velhos arquivos que com certeza ainda existem e terei tudo em mão para completar esta edição nº 1820...Terei tudo em mãos do Sino Jerônimo – com certeza...JCF

ATÉ A PRÓXIMA

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