11DE MAIO DE 2021 - COLUNA JCF TRADIÇÃO E CULTURA - EDIÇÃO Nº. 0114/2021 - O REAL FORTE PRÍNCIPE DA BEIRA - JCF
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JCF
DESDE
11/05/2015
JCF Clovis - Tradição e Cultura
Viajando
pela historia e cultura
0114/2021
– FORTE PRÍNCIPE DA BEIRA
10/05/2021- NESTA EDIÇÃO Nº 0114 2021 FAREI O REGISTRO DO REAL FORTE
PRÍNCIPE DA BEIRA
1ª FONTE: https://pt.wikipedia.org/wiki/Real_Forte_Pr%C3%ADncipe_da_Beira
O Real Forte Príncipe
da Beira, também referido como Fortaleza do Príncipe da Beira,
localiza-se na margem direita do rio
Guaporé, atual município de Costa
Marques, no estado de Rondônia,
no Brasil.
Em posição dominante na
fronteira com a Bolívia, esta fortaleza é
considerada a maior edificação militar portuguesa construída
fora da Europa no Brasil Colonial, fruto
da política pombalina de
limites com a coroa espanhola na América
do Sul, definida pelos tratados firmados entre as duas coroas
entre 1750 e 1777.
O Forte Príncipe da Beira é
muito parecido com a Fortaleza de São José de Macapá, sua
contemporânea, é Distrito do município de Costa Marques e acolhe uma comunidade
remanescente de quilombolas certificada pela Fundação
Palmares em 19/08/2005.
História
“ |
A soberania e o respeito de
Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos
homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e
por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se
cumprir. |
” |
Origem do nome
"Príncipe do Brasil" era então o título do
herdeiro ou herdeira da Coroa Portuguesa, assim
como "Príncipe
da Beira" era o título do seu primogênito ou primogênita (i.e.,
privativo dos netos primogênitos sucessores presuntivos na coroa dos Reis de
Portugal). Assim, o forte, iniciou seu processo de construção no dia 19
de abril de 1775, vale salientar que em 1776 foi lançada a pedra fundamental do
projeto já iniciado no ano anterior, sendo batizado em homenagem a D. José de Bragança (futuro
Príncipe do Brasil), que então era ainda apenas Príncipe da Beira, título que
manteve brevemente até sua mãe, D. Maria I de Portugal, subir ao trono no ano
seguinte (1777),
quando ele próprio passou a Príncipe do Brasil. O Príncipe D. José morreu novo,
não chegando a reinar, pelo que lhe sucedeu como Príncipe do Brasil o seu irmão
menor, o futuro Rei D. João VI. O Príncipe da Beira, D. José era neto
materno do Rei D. José I, e neto paterno de D. João V, avós esses que eram pai e filho,
respectivamente, pois a rainha D. Maria I foi casada com um tio, o Duque de
Beja, depois D.
Pedro III de Portugal. O Príncipe da Beira, e depois do Brasil, D. José, foi casado,
sem descendência, com uma tia, a infanta D. Maria Francisca Benedita, filha
irmã mais nova de D. Maria I.
Antecedentes: a geopolítica de Portugal na Amazônia
A construção do Real Forte Príncipe da Beira, bem como a dos demais fortes a Oeste da raia do Tratado de Tordesilhas, exemplifica a visão geopolítica da diplomacia portuguesa no século XVIII, que, aproveitando-se do Tratado de Madri (1750), procurou assegurar a posse do território e, a despeito de outros tratados que o anulariam posteriormente, garantiu em linhas gerais a atual fronteira do país.
Durante o reinado de D. José I (1750-1777), o primeiro-ministro
português Sebastião José de Carvalho e
Melo, Marquês de Pombal, lançou um projeto efetivo de colonização
da Amazônia. Sob sua orientação, decisões estratégicas
de grande alcance foram tomadas, destacando-se a construção de um verdadeiro
cordão de fortes e fortalezas, a fim
de barrar as vias de penetração que, pelo Norte e pelo Oeste atingiam a bacia amazônica.
Visando à consolidação do
domínio português na calha do rio
Guaporé devido à aproximação dos espanhóis,
desde 1743, o seu
antecessor, D. João V (1706-1750), tendo em vista a
exploração de ouro na
região, criou a capitania de Mato Grosso,
nomeando como seu primeiro Governador e Capitão-General, a D. Antônio Rolim de Moura Tavares. Este
fundou Vila Bela da Santíssima
Trindade, às margens do rio Guaporé que passou a ser a sede da
Capitania.
Paralelamente à exploração de
ouro por portugueses e paulistas, os espanhóis procuravam o mesmo objetivo,
estabelecendo missões jesuítas ao longo do Guaporé e seus afluentes,
gerando uma série de conflitos.
Em virtude destes atritos e
para garantir a soberania portuguesa na região, foi construído, em 1769,
o Presídio de Nossa Senhora da
Conceição, cuja fragilidade levou os espanhóis a tentar sua conquista, só
não obtendo êxito em virtude de terem sido vítimas de febres e outros males.
Em 1772,
assume funções Luís de Albuquerque de Melo
Pereira e Cáceres, quarto Governador e Capitão-general da Capitania de Mato
Grosso. Conforme determinação da Coroa, em seus planos encontra-se o de dominar
ambas as margens do Guaporé, afastando os Castelhanos e assegurando o integral
controle das minas dos Guarujus,
entre o Paragaú e o Tanquinhos (atual Mateguá),
garantindo caminho seguro via Guaporé, Mamoré e Madeira para o monopólio
da Companhia
Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão.
Para esse fim, em viagem
descendo o rio Guaporé ao final de 1773, no
desempenho das ordens régias que lhe haviam sido confiadas, inspecionou e
aprovou o local na margem direita, para uma construção "de pedra
e cal",
em substituição à anterior, o Forte de Bragança, então arruinado pela enchente
do Guaporé em 1771, e do qual distava cerca de dois quilômetros.
POTERNA (ENTRADA DISFARÇADA DO REAL FORTE PRÍNCIPE DA BEIRA EM 1930....JCF
RUINAS DO FORTE PRÍNCIPE DA BEIRA EM 1930....JCF
O termo de lançamento da sua
pedra fundamental, reza:
"Ano
do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1776, aos vinte dias do corrente mês de junho, vindo o Ilmo. e Exmo.
Sr. Luiz de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres a este lugar, situado na
margem oriental ou direita do rio Guaporé, desta Capitania, em distância de mil
braças pouco mais ou menos da antiga Fortaleza da
Conceição: o qual lugar tinha sido
escolhido e aprovado pelo mesmo Sr., depois de circunspectamente o reconhecer,
ouvindo a vários Engenheiros, com particularidade o Ajudante de Infantaria, com
o dito exercício Domingos
Sambuceti, a quem pela sua inteligência,
tem cometido a direção principal das obras, para nele se fundar outra nova
Fortaleza que Sua Majestade ordenou, assim porque está livre das maiores
excrescências do dito rio, como porque o terreno é naturalmente o mais sólido e
o mais acomodado em todos os sentidos que podia desejar-se: aí por Sua Exa. foi
pessoalmente lançada a primeira pedra nos alicerces, depois de se
lhe gravar a inscrição seguinte:
Josepho I / Luzitaniae et Braziliae Rege Fidelissimo / LUDIVICUS
ALBUQUERQUIUS A MELLO PARERIUS CACERES / Regiae Majestatis a Concillis /
Amplissimae Hujus Matto Grosso Provinciae / Gobernator ac Dux Supremus / Ipsius
Fidelissimae Regis Nutu / Sub Augustissimo Beirensis Principis Nomine / Solidum
Hujus Arcis Fundamentum Jaciendum / Curavit / Et Primus Lapidem Posuit / ANNO
CHRISTI MDCCLXXVI / DIE XX MENSIS JUNII [Sendo
José I, Rei Fidelíssimo de Portugal e do Brasil, Luiz Albuquerque de Mello
Pereira e Cáceres, por escolha da Majestade Real, Governador e Capitão-General
desta vastíssima Província do Mato Grosso, planejou para ser construída a
sólida fundação desta Fortaleza sob o Augustíssimo nome do Príncipe da Beira
com o consentimento daquele Rei Fidelíssimo e colocou a primeira pedra no dia
20 do mês de junho do ano de Cristo de 1776.
cuja pedra de beira ou pedra do Gama, foi com efeito posta no
alicerce do ângulo flanqueado no baluarte em que de presente se trabalha, cujo ângulo, com pequena
diferença, olha para o Poente; e determinou o dito Sr. que a mesma Fortaleza,
de hoje em diante, se denominasse - Real Forte do Príncipe da Beira -
consagrando-se os quatro Baluartes em que há de consistir, a saber: a Nossa Senhora
da Conceição, o referido em que se trabalha, com direção geral ao Poente; a
Santa Bárbara, o outro que vira para o Sul, ambos adjacentes ao rio; e a Santo
Antônio de Pádua e Santo André Avelino, os outros dois, que devem
corresponder-lhes; o que tudo se faz sendo presentes o Capitão de Dragões da Capitania de Goiás José de Mello Castro de Vilhena e Silva; o referido Engenheiro Domingos Sambuceti; o Tenente de Dragões
José Manoel Cardoso da Cunha; o Tenente em segundo de Artilharia Tomé José de
Azevedo; o Alferes de Dragões Joaquim Pereira de Albuquerque; o Capitão Joaquim Lopes Poupino, Intendente das Obras, de que se fez este Auto com mais quatro
cópias em que o dito Senhor Governador e Capitão General assinou, e da mesma
forma os sobreditos, com as pessoas que abaixo constam; e eu Antônio Ferreira
Coelho, Escrivão da Fazenda Real que o escrevi. Luiz de Albuquerque de Mello
Pereira e Cáceres, José de Mello Castro de Vilhena e Silva, Domingos Sambuceti,
José Manoel Cardoso da Cunha, Tomé José de Azevedo, Joaquim Pereira de
Albuquerque, Joaquim Lopes Poupino, Inácio Pedro Jácome de Souza Magalhães,
Belchior Alz. Pereira, João Magalhães Coutinho, José da Cunha Morais, Joaquim
de Matos." (GARRIDO, 1940:8)
Durante as obras, Sambucete
faleceu vítima de malária entre
o período de janeiro a setembro de 1777, sendo substituído pelo Capitão de
Engenheiros Ricardo Franco de Almeida Serra,
responsável mais tarde pela nova fortificação de Coimbra (Forte
Novo de Coimbra, 1797). Entre 1766 e 1776, nela sempre se trabalhou "ao menos com duzentas
pessoas e daí para mais." (Informe do governador e Capitão General da
Capitania de Mato Grosso, em janeiro de 1786.
Foi visitada, em 1789 pela
expedição do naturalista Alexandre
Rodrigues Ferreira.
ENTRADA PRINCIPAL DO FORTE PRINCIPE DA BEIRA...JCF
Poterna do Forte do Príncipe da Beira, 1930.
Poterna(entrada disfarçada ou túnel) do REALFORTE PRÍNCIPE DA BEIRA, 1930.
Nas suas dependências
funcionava em 1797 um Armazém Real,
depósito de armas, munições, fardamentos, ferramentas, alimentos, equipamentos
náuticos, e tudo o mais necessário ao uso das forças militares da Coroa ou
mesmo das suas repartições civis.
Ruínas do
Forte do Príncipe da Beira, 1930.
Forte do
Príncipe da Beira, 1930.
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