21JUNHO DE 2021 - COLUNA JCF TRADIÇÃO E CULTURA , - NL Nº. 0155-2021 - A GRANDE DEPRESSÃO DE 1929...JCF
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11/05/2015
JCF Clovis - Tradição e Cultura
Viajando
pela historia e cultura
0155/2021
– A GRANDE DEPRESSÃO DE 1929
19/06/2021 – Nesta edição de nº 0155-2021
registrarei a grande depressão de 1929...jcf
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/crise29.htm
Crise de 1929
A Crise de 1929, ou
Grande Depressão, foi o colapso do capitalismo e também do liberalismo
econômico. Ficou conhecida como uma crise de superprodução.
A Crise de
1929, também conhecida como Grande Depressão, foi uma forte
recessão econômica que atingiu o capitalismo internacional no final da década
de 1920. Marcou a decadência do liberalismo econômico, naquele momento, e teve
como causas a superprodução e especulação financeira.
Os Estados Unidos antes da crise econômica
Antes da
crise de 1929 estourar, os Estados Unidos já
ocupavam o posto de maior economia do mundo. Antes mesmo da Primeira Guerra Mundial, a economia
americana já possuía índices que comprovavam essa supremacia, e os eventos da
guerra só acentuaram a posição de potência econômica internacional dos Estados
Unidos.
Em virtude
do rápido crescimento da economia americana após a guerra, a década de 1920 foi
um período de grande euforia econômica, o qual ficou conhecido como Roaring Twenties (traduzido
para o português como Loucos Anos Vinte). Esse momento da história americana
ficou marcado principalmente pelo avanço do consumo de mercadorias,
consolidando o American way of life, o estilo
de vida americano.
O avanço da economia americana
tornou o país responsável pela produção de 42% de todas as mercadorias feitas
no mundo. A nação também era a maior credora do mundo e emprestava vultuosas
somas de dinheiro para as nações europeias em processo de reconstrução (após a
Primeira Guerra). No quesito importação, os Estados Unidos eram responsáveis
por comprar 40% das matérias-primas vendidas pelas quinze nações mais
comerciais do mundo.
Mapa Mental: Crise de 1929
Com esse quadro, os Estados Unidos
viviam um momento de pleno emprego e rápido crescimento industrial. Entre 1923
e 1929, os Estados Unidos possuíam uma taxa média de desemprego de 4%, a
produção de automóveis no país aumentou 33%, o número de indústrias instaladas
no país aumentou por volta de 10% e o faturamento do comércio quintuplicou.
Por
causa do boom econômico
e da onda de euforia, as pessoas passaram a investir de maneira intensa no
mercado financeiro, disparando
a especulação monetária. Durante a década de 1920, os investimentos nas ações das
empresas na bolsa de valores de Nova Iorque tiveram saltos consideráveis.
O sentido de especulação
financeira aqui está relacionado com pessoas que compravam ações na bolsa,
esperando que estas se valorizassem para logo em seguidas revendê-las. Esse
processo fazia com que os valores das ações aumentassem – pois havia muitos
compradores – e criava uma falsa sensação de prosperidade. A continuidade desse
falso cenário de prosperidade financeira e a superprodução resultaram na quebra
da economia americana.
Quebra da bolsa de Nova
Iorque Toda essa
prosperidade estava amparada em bases extremamente frágeis. O crédito
desregulado e o crescimento da especulação financeira criaram uma bolha de
falsa prosperidade que estava à beira do precipício. A sociedade tornou-se
incapaz de perceber o que estava prestes a acontecer. Esse processo foi
explicado por Hobsbawm da seguinte maneira:
“O que acontecia, como muitas vezes acontece nos booms de mercados
livres, era que, com os salários ficando para trás, os lucros cresceram
desproporcionalmente, e os prósperos obtiveram uma fatia maior do bolo
nacional. Mas como a demanda da massa não podia acompanhar a produtividade em
rápido crescimento do sistema industrial nos grandes dias de Henry Ford, o
resultado foi superprodução e especulação. Isso, por sua vez, provocou o
colapso1.
A
questão salarial que foi mencionada no trecho acima é muito importante para
entendermos uma das facetas da crise: a superprodução. Na década de 1920, a
indústria dos Estados Unidos expandiu-se e a produtividade do trabalhador
aumentou. Esse
aumento na produção, no entanto, não foi acompanhado de aumentos salariais, pois os salários permaneceram estagnados. Assim,
o mercado não tive condições de absorver a quantidade de mercadorias que eram
produzidas (nem o mercado americano nem outros países conseguiam absorver essas
mercadorias). Isso abalou a esperança de rápida prosperidade de muitos que
tinham ações de empresas americanas.
Milhares
de pessoas resolveram vender as suas ações no dia 24 de outubro de 1929, no que ficou conhecido como Quinta-feira Negra. Nesse dia, mais de 12 milhões de ações foram colocadas à
venda, o que deixou o mercado em pânico.
Essa situação se estendeu por dias e na segunda, dia 28, mais 33 milhões de ações foram
colocadas à venda. Imediatamente
o valor das ações despencou, e bilhões de dólares desapareceram. A economia
americana quebrou.
Consequências da Crise de 1929
Os efeitos
da crise para a economia dos Estados Unidos foram imediatos e espalharam-se
pelo país como um efeito dominó. O período mais
crítico foi de 1929 a 1933; logo após, os efeitos da crise foram
enfraquecendo-se, principalmente por causa da intervenção do Estado na economia
com o New Deal (Novo Acordo).
Separamos abaixo alguns dados que
evidenciam o impacto da crise na economia dos Estados Unidos:
·
PIB nominal dos Estados Unidos caiu aproximadamente 50%
·
O desemprego disparou e alcançou 27% (era 4% antes da crise)
·
Importações caíram 70%
·
Exportações caíram 50%
·
Diminuíram em 90% os empréstimos internacionais
·
Produção industrial caiu, no mínimo, 1/3
·
Produção de automóveis foi reduzida em 50%
·
Salário médio na indústria caiu 50%
·
Falência de milhares de empresas e bancos
Milhares de pessoas perderam
instantaneamente todo seu patrimônio, uma vez que ele estava investido em
valores da especulação que haviam desaparecido com a quebra da bolsa. Os efeitos
da crise espalharam-se pelo mundo, por isso, a economia de diversos países
entrou em recessão, e o desemprego disparou mundo afora.
A situação era tão crítica que o
desemprego alcançou níveis altíssimos nos seguintes países:
·
Grã-Bretanha: 23%
·
Bélgica: 23%
·
Suécia: 24%
·
Áustria: 29%
·
Noruega: 31%
·
Dinamarca: 32%
·
Alemanha: 44%
·
A maioria desses países teve dificuldade em reduzir esses índices
mesmo após 1933. Vale dizer também que esses dados nos dão uma pista do motivo
pelo qual o fascismo e os
ideais de extrema-direita tiveram tanta repercussão nos quadros políticos da
Europa durante a década de 1930. Ao todo, o
comércio internacional foi reduzido em aproximadamente 1/3.
·
·
Consequências da Crise de 1929 no
Brasil
·
·
O Brasil também sentiu os impactos da Crise de 1929. A área que
sofreu mais com a recessão econômica foi a de produção do
café – o principal produto de exportação do país. O Brasil era
responsável por cerca de 70% do café comercializado no mundo, e o principal
consumidor da nossa mercadoria eram os Estados Unidos (compravam cerca de 80%
do nosso café).
·
Com a recessão, o café estagnou-se no mercado brasileiro, e o
preço do produto despencou. Os cafeicultores tiveram prejuízos gigantescos. No
auge dessa crise, o país enfrentou transformações políticas profundas com o
acontecimento da Revolução de 1930. O novo
governo teve Getúlio Vargas como
presidente provisório.
·
A mudança política em si que aconteceu nesse período já é
levantada pelos historiadores como uma consequência indireta da recessão sobre
o nosso país. Além disso, as exportações do café brasileiro reduziram-se por
volta de 60%, e o preço do café no mercado internacional caiu cerca de 90%. Com
isso, o governo resolveu agir.
·
A medida de Vargas na economia foi a de proteger o principal
produto do país. Para isso, foi criado o Conselho
Nacional do Café (CNC) em 1931. Para conter a queda no valor do café, o
governo decidiu realizar a compra das sacas que estavam paradas para aumentar o
valor do café no mercado internacional. As sacas que foram compradas pelo
governo eram incendiadas. Essa prática estendeu-se durante treze anos,
resultando na destruição de 78,2 milhões de sacas de café.
Todas as
estatísticas utilizadas neste texto foram retiradas dos seguintes trabalhos e
publicações:
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo:
Edusp, 2013.
HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos: o breve século
XX 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
MAZZUCCHELLI, Frederico. A crise em perspectiva:
1929 e 2008. Disponível aqui.
MARTINS, Luis Carlos dos Passos e KRILOW,
Leticia Sabia Wermeier. A Crise de 1929 e seus reflexos no Brasil: a
repercussão do Crack na Bolsa de Nova York na imprensa brasileira.
Disponível aqui.
ROSSINI, Gabriel Almeida Antunes. Crise de 1929.
Disponível aqui.
Crise de 1929 atingiu economia e mudou a ordem
política no Brasil. Disponível aqui.
Vou bloquear e continuar na edição nº 0156 com “a
mudança da ordem política no BRASIL.
Desempregados em uma fila à espera de receber alimento em Nova Iorque, em 1930
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