22 DE JUNHO DE 2021 - COLUNA JCF TRADIÇÃO E CULTURA NLK Nº 0156 - A MUDANÇA DA POLÍTICA BRASILEIRA NA DÉCADA DEE 30...JCF
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11/05/2015
JCF Clovis - Tradição e Cultura
Viajando
pela historia e cultura
0156/2021
– A MUDANÇA NA POLITICA BRASILEIRA NA DÉCADA
DE 30
20/05/2021- NESTA EDIÇÃO Nº 0156- 2021 FAREI O REGISTRO DA GRANDE
MUANÇA NA POLÍTICA BRASILEIRA NA DÉCADA DE 30....JCF
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-foi-revolucao-1930.htm
O que foi a Revolução de 1930?
A Revolução
de 1930 é considerada o acontecimento da história do período
republicano brasileiro que pôs fim à chamada República Velha e, mais do que isso, foi o acontecimento que
também deu fim às articulações políticas entre as oligarquias regionais do
Brasil, que sobrepunham os seus interesses particulares aos interesses do
Estado e da Nação como um todo. O principal protagonista da Revolução de 1930
foi Getúlio Dorneles Vargas, então presidente (nome que se dava aos governadores da
época) do estado do Rio Grande do Sul. Para melhor compreendermos esse episódio
de nossa história, é necessário saber qual era o cenário político da época. É o
que será exposto no tópico seguinte.
·
A formação da
Aliança Liberal (AL) e as Eleições de 1930
O cenário político do biênio
1929-1930 foi um dos mais conturbados não só para o Brasil, mas também para boa
parte do mundo, sobretudo em virtude das consequências da Grande
Depressão Americana, provocada pelo “crash” da Bolsa de
Nova York. A economia cafeeira paulista, que movimentava grande parte da
economia brasileira à época, foi diretamente atingida por esses fatores
externos. A oligarquia que comandava esse setor da economia também tinha o
controle do poder político e buscava delinear um futuro de recondução à
estabilidade econômica por meio da sucessão no cargo da presidência da
República. Em 1929, o presidente era o paulista Washington Luís, que,
contrariando os acordos da “política do café com leite”,
indicou como seu sucessor outro político paulista, Júlio Prestes.
Essa desavença entre as
oligarquias de São Paulo e Minas foi acompanhada da organização de uma outra
frente, formada por políticos de outros estados, como Rio Grande do Sul,
Pernambuco, Paraíba e Rio de Janeiro. Essa frente ficou conhecida como Aliança Liberal, ou AL. O
objetivo da AL era lançar candidatos à presidência e à vice-presidência que
viabilizassem uma alternativa ao joguete oligárquico. Os candidatos em questão,
para disputar as eleições de 1930, eram Getúlio Vargas,
presidente do Rio Grande do Sul (para a presidência), e João Pessoa,
presidente da Paraíba (para a vice-presidência).
Apesar da grande popularidade que
a Aliança Liberal chegou a atingir, a chapa de Vargas e Pessoa não conseguiu
concorrer em pé de igualdade com a máquina eleitoreira dos paulistas.
Washington Luís trabalhou firme para que Júlio Prestes fosse eleito. Isso
implicava a mobilização de toda a estrutura de fraudes das urnas, coerções e
compras de votos e busca de apoio de outros presidentes de estados – no total,
17 apoiaram Júlio Prestes. O resultado foi esmagador. Com a apuração dos votos,
em 21 de maio de 1930, contou-se 1.091.709 votos a favor de Prestes contra
742.794 obtidos por Vargas.
·
Associação da AL com os tenentes e o
assassinato de João Pessoa
Insatisfeitos com o resultado
fraudulento, os membros da Aliança Liberal passaram a articular soluções
alternativas para o caso. A mais proeminente era a saída revolucionária. Para
tanto, era necessário o apoio de militares. Esse apoio foi encontrado entre os
oficiais de baixa patente, os tenentes, que já
possuíam um histórico de atividade no campo político desde o início da
República Velha. Como dizem as historiadoras Lilia Schawarcz e Holoisa
Starling, em seu livro Brasil:
uma biografia:
A alternativa de enveredar por uma
solução armada não era fanfarronada dos jovens líderes civis – ela contava com
a firme adesão dos tenentes. O grupo de oficiais subalternos, remanescentes das
intervenções militares dos anos 1920, estava ferido nos seus brios, buscava o
poder que não conseguiria desde a Proclamação da República e não se sentia
disposto a deixar esse poder escapar sem luta. Os tenentes possuíam experiência
militar, eram idealistas, politicamente inquietos, gozavam da admiração da
tropa e de simpatia entre os setores médios da população e a massa de
trabalhadores urbanos. [1]
O
apoio dos tenentes também implicava a associação entre as lideranças civis de
prestígio, como Vargas, e “um punhado de jovens oficiais capacitado a aliar a
influência dentro e fora dos quartéis com a condução militar da rebelião
pretendida pelos três estados dissidentes – Juarez Távora, Siqueira Campos,
Eduardo Gomes, João Alberto, Miguel Costa, Agildo Barata, Juracy
Magalhães.” [2].
Entretanto, faltava o estopim, o gatilho, para que a revolução estourasse e
ganhasse a adesão popular. Esse estopim ocorreu na Paraíba.
O
candidato a vice de Getúlio, João Pessoa, foi assassinado em 26 de julho de
1930, em uma confeitaria na cidade de Recife. O assassino era João Duarte Dantas, adversário político de Pessoa. Entretanto, as
motivações do assassinato foram de cunho mais pessoal do que político. Dantas
acusou Pessoa de ter ordenado a invasão de seu escritório, onde foram colhidas
cartas íntimas, que foram publicadas e disseminadas pela Paraíba.
Quaisquer
que fossem os motivos de Dantas, o assassinato de pessoa logo se transformou na
alavanca para a revolução. Ações militares passaram a ocorrer em vários locais
diferentes do Brasil ao mesmo tempo. Em 24
de outubro, o poder estava nas mãos da AL.
Washington Luís foi deposto do cargo e logo exilado.
·
Getúlio Vargas
no poder
Getúlio
Vargas, como líder articulador da revolução, logo ficou incumbido da
organização do novo governo, que teria caráter provisório, cujo objetivo maior
era desintegrar a estrutura política oligárquica. Como dizem as historiadoras
citadas acima:
Vargas não pretendia pôr em risco sua própria conquista. Estava
claro que, se promovesse eleições, as elites regionais, cujas estruturas de
mando na esfera estadual permaneciam intactas, venceriam. Para
institucionalizar a nova ordem, seria preciso transformar o sistema político e
consolidar um amplo programa de reformas sociais, administrativas e políticas.
O projeto era ambicioso, não podia ser executado da noite para o dia, mas nem o
próprio Távora poderia prever que a ditadura que defendia, em 1930, se
estenderia por quinze longos anos, com um breve interregno constitucional de
1934 a 1937.
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