03 JULHO DE 2021 - COLUNA JCF - TRADIÇÃO E CULTURA - NL Nº 0165 - OSZ MESTRES PINTORES DO SÉCULO XVII - JCF


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0165-2021 –  OS PINTORES DOS VELHOS MESTRES

02/07/2021 – Nesta edição nº 0165-2021 vou abordar e registrar  OS GRANDES PINTORES DO SÉCULO XVII

1ª fonte: https://arteref.com/artigos-academicos/pintores-de-paisagens-na-holanda-do-seculo-xvii/

Pintores de paisagens na Holanda do século XVII

Jan Dirksz BOTH1 (ca.1610/1618-1652) DETALHE: Paisagem italiana com balsa, ca. 1652. Óleo sobre tela, 76x91. Rijksmuseum, Amsterdam, Holanda. Disponível

 em: http://hdl.handle.net/10934/RM0001.COLLECT.6197 Acesso em: 07 out. 2019.

A arte Barroca na Holanda2 protestante, se deu de forma diversa da arte católica e preferiu assuntos ligados ao seu dia a dia, distanciando-se da apreciação de temas religiosos. De acordo com Gombrich (2000) a Holanda do século XVII representa o espelho da natureza.

Os quadros eram comprados para enfeitar as residências da população que enriquecia e a prioridade recaia sobre a pintura de gênero, retratos, natureza-morta e paisagens, temas ligados à semelhança da realidade.

Enquanto REMBRANDT van Rijn (1606-1669) pintou retratos individuais e em grupo, paisagens, temas mitológicos e religiosos, alguns artistas alcançaram a fama com temas mais específicos. Por exemplo, os artistas: Simon de VLIEGER (ca.1601- ca.1653), Jan BOTH (ca.1610/1618-1652), Frans Jansz.POST3 (1612-1680), Nicolaes BERCHEM (1620-1683), Aelbert CUYP (1620-1691)Jan van GOYEN (1596-1656), Jacob Isaackszvan RUISDAEL (ca. 1628/9-1682) e seu aluno, Meindert HOBBEMA (1638-1709) optaram por pintar paisagens.

Jan van GOYEN (1596-1656)

Jan van Goyen (1596-1656) pintou a paisagem holandesa em todas as suas inúmeras facetas: de cidades e aldeias para o mar e rios, dunas e planícies alagáveis protegidas continuamente por diques contra as inundações.

“Ninguém melhor do que van Goyen soube evocar o ambiente especial, destes ‘países baixos’, sempre ameaçados pelo mar.” (JANSON, 1992, p. 532)

Jan van GOYEN (1596-1656) Vista panorâmico de um rio se encontrando com prados baixos, ca. 1644. Óleo sobre painel, 31.3×44.6. Rijksmuseum, Amsterdam, Holanda.

A paisagem holandesa é definida por vastas planícies. Grande parte do campo dos Países Baixos é composto por polders – conhecidos como diques – uma das mais clássicas técnicas de drenagem para controle de enchentes em locais de baixa altitude próximas à rios e mar. O nível de água dentro dessas áreas cercada por diques é regulado com a ajuda de moinhos.

A pintura, Vista panorâmico de um rio se encontrando com prados baixos, é uma das inúmeras paisagens executadas por van Goyen, artista pioneiro na arte de representar os campos e os arredores das cidades holandesas.

O efeito atmosférico, a linha de horizonte baixa4, o silêncio das águas, a calma costeira e as tonalidades reduzidas fazem parte e identificam a maior parte das obras de van Goyen.

Alguns barcos navegam no rio distante. À direita alguns outros barcos estão ancorados na areia. Homens e mulheres plantam e colhem na terra alagada. Um enorme céu nublado se encontra com a terra baixa. Dois homens à esquerda sobre uma pequena colina observam a distante paisagem.

Jacob Isaackszvan RUISDAEL (ca. 1628/9-1682)

Da segunda geração de artistas da era de ouro holandesa, Jacob van Ruisdael (ca. 1628/9-1682) se especializou na produção de paisagens. De acordo com Gombrich (2000) Ruisdael viveu por um tempo em Haarlem, que se encontra separada do mar por uma cadeia de dunas arborizadas, dedicando-se a representar os efeitos das sombras sobre esses terrenos. Assim, Ruisdael:

Tornou-se um mestre na pintura de nuvens sombrias, da luz do entardecer quando as sombras se alongam, de castelos arruinados e de regatos velozes; em suma, foi ele quem descobriu a poesia da paisagem nórdica. […] Talvez nenhum artista antes de Ruisdael tivesse logrado expressar tão bem os próprios sentimentos e estados de ânimo através dos seus reflexos espelhados na natureza. (GOMBRICH, 2000, p. 429)

Para Ruisdael a natureza é temerosa e suas paisagens, raramente representadas na primavera ou verão e quase sempre nas estações de inverno ou outono, são desabitadas, repletas de ruínas, casas abandonadas, árvores caídas, galhos secos, céus escuros e sombrios, nuvens ameaçadoras e rochas escarpadas.

Jacob Isaackszvan RUISDAEL (ca. 1628/9-1682) Paisagem rochosa, 1650 – 1682. Óleo sobre tela,108.5×135. Rijksmuseum, Amsterdam, Holanda.

Essa não é uma paisagem deserta ou em ruínas. Ao longo do riacho, à esquerda localiza-se uma casa levantada sobre uma montanha rochosa. Na porta, a velha senhora chama a mulher sentada nas escadas, enquanto um homem acaba de cortar a lenha para aquecê-los.

Do outro lado do riacho, à direita, um casal se prepara para entrar na ponte com o cão à frente. A altura da ponte indica que as águas alcançam um nível mais alto em outras estações do ano.

“Nada perdura sobre a terra, diz-nos o artista – o tempo, o vento e a água reduzem tudo a pó, as débeis obras do homem, como as árvores e os rochedos.” (JANSON, 1992, p. 532)

Meindert HOBBEMA (1638-1709)

Aprendiz de van RUISDAEL (ca. 1628/9-1682) Meindert HOBBEMA (1638-1709) acompanhou de perto as composições do mestre, antes de desenvolver seu próprio estilo, um pouco mais leve em tom e humor.

Hobbema, com o tempo, especializou-se em cenas de bosques elaborados, muitas vezes composições em grande escala animadas com figuras pequenas e repetidas em várias variantes. Os moinhos de água eram um motivo favorito.

Meindert HOBBEMA (1638-1709) Um Moinho de água, ca. 1664. Óleo sobre painel, 60.5×85. Rijksmuseum, Amsterdam, Holanda.

O universo das obras de Hobbema é iluminado e acolhedor junto às paisagens bucólicas e singelas da Holanda, representada por pequenas figuras em um dia normal de trabalho.

O tamanho da moenda sugere uma família da classe média de neerlandeses. À direita a mulher que chega à porta chama o companheiro, quem sabe, para almoçar. O moinho d’água está em pleno funcionamento e o homem parece ter terminado de guardar o produto no barril, que acaba de fechar. Nada parece atrapalhar a calma do lugar, cercado por árvores, água limpa e trabalho justo e honrado.______________________________________________________ATÉ A PRÓXIMA...JCF





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