01 DE OUTUBRO DE 2021 - COLUNA JCF - TRADIÇÃO E CULTURA - EDIÇÃO Nº 0257 - O CASAL PORTUGUÊS CARLOTA JOAQUINA E DOM JOÃO FIJÃO NL Nº 0257-2021 (2ª TEMPORADA...JCF
COLUNA
JCF – DESDE 11/05/2015
JCF
Clovis - Tradição e Cultura
Viajando
pela historia e cultura
0105-2021
– CARLOTA JOAQUINA E DOM JOÃO VI – O
FUJÃO
01/10/2021-
Esta edição nº 0257 - 2021 farei o registro de um pedaço da nossa história do
BRASIL e destacando o casal português Carlota Joaquina e Dom
joão – o fujão...
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/carlota-joaquina-dom-joao-vi.htm
Carlota Joaquina e Dom João VI
É fato incontestável que a vinda
da Família Real Portuguesa para o Brasil, na virada de 1807 para 1808,
marcou a história do país, haja vista que nossa nação deixou de ser colônia de
Portugal para tornar-se, junto ao país ibérico e a Algarves, um Reino Unido.
Entretanto, geralmente os conteúdos escolares sobre esse período concentram-se
nas transformações políticas conduzidas por Dom João VI no Brasil e não se
detêm em outros pontos, como: de que modo as relações íntimas da família real
poderiam interferir no destino político tanto do Brasil quanto de Portugal?
Dom Pedro I, o responsável
direto por nossa Independência, era fruto do casal real D.
João VI e D. Carlota Joaquina. O primeiro, herdeiro
da dinastia dos Bragança de Portugal e filho da rainha Maria
I, a Louca. A segunda, membro da dinastia dos Bourbon, da
Espanha, e filha do rei Carlos IV. A união das duas casas por meio
do matrimônio dos dois foi selada em 1765, quando o noivo tinha 18 anos, e a noiva, apenas 10. O
casamento consumou-se apenas cinco anos depois e, como aponta o historiador Otávio
Tarquínio de Sousa, em sua biografia de Dom Pedro I, o par “estava
fadado ao desencontro, ao desentendimento, à luta ora furtiva e desleal, ora
franca e declarada. Em quase nada se pareciam esse português e essa espanhola.
Ambos fisicamente feios, ambos sem nenhuma qualidade moral superior, ambos
dissimulados, é certo.” .
O destino infeliz do casal parecia estar traçado desde a combinação
física, o que, entre os historiadores, tem rendido narrativas bem cômicas, como
são as do mesmo Otávio Tarquínio de Sousa, tanto sobre o rei quanto sobre a
rainha, como pode ser visto abaixo:
“[…] Dom João carecia de qualquer dos atributos ou características
que podem fazer um homem prezado ou admirado por mulheres, sobretudo do feitio
da que lhe coube. Nada de beleza viril, coragem, decisão, ousadia, capacidade
de mando. O Bragança, filho de sobrinha com tio, era desajeitado, grosso,
balofo, barrigudo, moleirão, sem hábito de asseio para não dizer sujo,
descuidado no vestuário, e medroso, acanhado, perplexo, sonso, apurando em
manha o que minguava em autoridade, disfarçando em paciência a congênita
irresolução.”
Já de Carlota diz Sousa:
[…] A Bourbon, que as negociações diplomáticas e os arranjos de
dinastias lhe deram a Dom João VI como parceira, era quase horrenda, ossuda,
com uma espádua acentuadamente mais alta do que a outra, com uns olhos miúdos,
uma pele grossa que as marcas de bexiga ainda faziam mais ásperas, um nariz
avermelhado. E pequena, por um triz anã, claudicante. Nesse corpo mirrado uma
alma ardente, ambiciosa, inquieta, sulcada de paixões, uma natureza exigente,
com os impulsos do sexo alvoraçados, isenta de escrúpulos, afirmativa quando
possível, mansa por cálculo, tenaz, ávida de mando, corajosa, capaz de arrostar
a adversidade. 3
O casal de reis de Portugal foi um dos mais
controversos da história portuguesa
Como se pode perceber, a relação entre
Carlota Joaquina e Dom João VI foi uma das mais controversas e marcadas por
tensões da história de Portugal. Ardilosa e politicamente ambiciosa – haja
vista que, além de rainha de Portugal, também era uma possível regente ou mesmo
rainha da Espanha –, D. Carlota desde muito cedo começou a tecer intrigas
contra as malhas de poder do marido em favor próprio, inicialmente, e, depois,
em favor de seu filho caçula, D. Miguel, incitando este a dar um
Golpe de Estado contra o próprio pai em meados da década de 1820. De sua parte,
D. João procurava esquivar-se também por meio de ardis contra as investidas da
esposa, articulando toda sorte de negociações políticas, tanto internas quanto
externas a Portugal.
Quando estavam no Brasil, D. João
procurava combater estrategicamente as manobras napoleônicas, atacando pontos
como a Guiana Francesa, na fronteira com a então província do Grão-Pará. Por
outro lado, D. Carlota, ao saber do rompimento de laços políticos entre
Napoleão e seu pai, Carlos IV, e da prisão de seu irmão e herdeiro do trono
espanhol, pôs-se logo a investir, com a ajuda do almirante britânico Sidney Smith (que
muitos julgam ter sido seu amante), na aprovação de sua pessoa, diante das
colônias espanholas na América, como rainha do trono espanhol – projeto que não
deu certo.
Essas e muitas peripécias do casal real português dão-nos a dimensão de
como detalhes particulares podem afetar grandemente o andamento da história
como um todo.
2ª fonte: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/dom-joao-guerra-portugal.phtml
A FUGA DE D. JOÃO VI PARA O BRASIL RESULTOU EM GUERRA EM
PORTUGAL
A guerra contra os
franceses destruiu o país. O povo sentiu-se abandonado. Foi o estopim de uma
revolução que obrigou dom João a retornar
No dia 30 de novembro de 1807, um pequeno tremor de
terra sacudiu Lisboa. Os portugueses interpretaram o fenômeno como um mau
agouro. De fato, o futuro que se anunciava nada tinha de promissor. Fazia
apenas um dia que a família real havia deixado Portugal rumo ao Brasil,
abandonando o povo à própria sorte. Sozinhos, os portugueses enfrentaram fome e
crise financeira. E pior: tiveram de lutar por sete anos contra o mais poderoso
exército da época – o francês, liderado por Napoleão Bonaparte. A guerra deixou
250 mil mortos em Portugal. Tudo isso, no entanto, fortaleceu o povo, que
conseguiu, além de vencer os franceses com a ajuda britânica, se reorganizar
politicamente e trazer de volta seu rei.
Os primeiros anos após a partida foram de
sofrimento. O clima nas ruas era de abandono e revolta. A população sentia-se
trapaceada. “Com a transferência da família real para o Brasil, quem tinha
ligações com a corte, com o governo ou com qualquer instituição patrocinada por
ele ficou sem renda nem carreira”, afirma o escritor e jornalista australiano
Patrick Wilcken no livro Império a Deriva, sobre o período em que o
Rio de Janeiro foi a capital da Coroa portuguesa.
Para administrar o país durante sua ausência, Dom
João nomeou um Conselho de Governadores. Mas logo que a esquadra lusitana
deixou o porto, as tropas de Napoleão invadiram e tomaram Lisboa, destituindo
os representantes do príncipe regente. Começava uma das mais sangrentas
batalhas da história de Portugal.
O POVO CONTRA NAPOLEÃO
A
Guerra Peninsular, como ficou conhecida a sucessão de batalhas travadas pelo
Exército francês na Espanha e em Portugal, durou sete anos – de 1807 a 1814.
Comandado por Jean-Andoche Junot, o exército de Napoleão enfrentou uma luta
diferente em solo português. Dessa vez, o inimigo era o povo. Organizados em
bandos e armados com espingardas de caça, facões e até utensílios de cozinha,
os portugueses armavam emboscadas e usavam táticas de guerrilha. Junot apostava
numa vitória fácil. Estava redondamente enganado.
Napoleão Bonaparte Reprodução
Portugal foi invadido por cerca de 50 mil soldados.
Mas a reação dos voluntários e do Exército, reorganizado pelos ingleses, foi
imprevisível e inesperada. No meio da batalha, a Universidade de Coimbra virou
um arsenal militar, e seu laboratório, uma fábrica de pólvora. “Portugal foi
abandonado por dom João e seus conselheiros, mas a capacidade de revide da
metrópole era visível em toda parte”, escreve Wilcken.
Em julho de 1808, na baía de Mondego, 13 mil
soldados britânicos desembarcaram para lutar ao lado dos portugueses. Quem
organizou a defesa na guerra, em dois momentos, foi Sir Arthur Wellesley,
futuro duque de Wellington. Anos mais tarde, ele seria o responsável pela mais
importante derrota de Napoleão, em Waterloo.
Napoleão Bonaparte Reprodução
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