16 DE DEZEMBRO DE 2021 - EDIÇÃO Nº 0313-2021 - 2ª TEMPORADA - TEMA: OS BARBADIANOS - ORIGEM E UM POUCO DE SUA HISTORIA NO BRASIL E PRINCIPALMENTE EM RONDÔNIA...JCF
COLUNA
JCF
DESDE
11/05/2015
JCF Clovis - Tradição e Cultura
Viajando
pela historia e cultura
0313/2021
– OS POVOS BARBADIANOS ORIGEM E
HISTORIA
16/12/2021 – NESTA EDIÇÃO Nº 0313-2021
FAREI O REGISTRO DOS COSTUMES E CULTURA DOS POVOS BARBADIANOS – SUA ORIGEM E
HISTORIA......JCF
1ª FONTE: https://revista.unitins.br/index.php/humanidadeseinovacao/article/view/2479
AFRO-ANTILHANOS EM
PORTO VELHO, BRASIL: HISTÓRIA, CULTURA E ALFABETIZAÇÃO
Resumo
Este
artigo faz uma breve contextualização histórica, a respeito do processo
imigratório no início do século XX das Antilhas inglesas para o Brasil, mais
especificamente para Porto Velho. O objetivo é analisar como aconteceu o
processo de aculturação desses imigrantes, chamados aqui de afro-antilhanos,
mas reconhecidos no texto histórico da região de Rondônia como sendo os
barbadianos. Dessa maneira, destacamos a relação entre o idioma materno e a
língua portuguesa no processo inicial da alfabetização. Os dados foram obtidos
e têm origem em fontes bibliográficas, documentos, fotos, um questionário e uma
entrevista semiestruturada com dois descendentes da comunidade de Porto Velho,
Rondônia. As conclusões indicam o confronto e embaraços dos participantes da pesquisa,
quando crianças, quando ingressaram em escolas nas décadas de 1940 e 1970. De
um lado, vinham quase ou totalmente alfabetizados em inglês, com o apoio da
oralidade do dialeto bajan, e, de outro, eles
passavam por novo processo para aprender o português, supostamente para serem
alfabetizados, mas, na realidade, eles estavam aprendendo uma língua
estrangeira. O processo progressivo de aculturação dos afro-antilhanos e de
seus descendentes promoveram a sua rarefação cultural, o apagamento do dialeto,
a adaptação de seus nomes familiares e a perda da identidade cultural.
Biografia
do Autor
Cledenice Blackman, Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia - IFRO
Doutoranda em Educação pela Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP Câmpus Marília. Professora
de História na Prefeitura Municipal de Porto Velho e
Bibliotecária/Documentalista do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Rondônia - IFRO.
2ª
fonte: https://oestrangeiro.org/a-diaspora-barbadiana-e-o-legado-educacional-em-porto-velho/
A DIÁSPORA BARBADIANA E O LEGADO EDUCACIONAL EM
PORTO VELHO
Esta dissertação, em princípio, propõe o
estudo do legado barbadiano na área educacional da cidade de Porto Velho. Para
isso foi necessário fazer uma reconstituição histórica da construção do espaço
amazônico, bem como a formação do estado de Rondônia e de Porto Velho. O
objetivo da presente dissertação é também investigar como se deu o
relacionamento entre nativos portovelhenses e barbadianos, visto que a
influência cultural adquirida pelos afro-caribenhos era uma influência
eurocêntrica causando assim estranhamento aos moradores da região amazônica.
Essa dissertação nasceu do interesse antigo de
conhecer mais sobre o povo barbadiano e principalmente como influenciaram a
cultura em Porto Velho. O estudo se justifica pela necessidade contínua de
analisar o modo como a sociedade, em suas várias modalidades, pensa, se
organiza e é transformada e alterada de tempos em tempos por acontecimentos
históricos.
A chegada dos afro-caribenhos, chamados pela
população local de barbadianos, ao lugar que hoje se intitula Porto Velho foi
um acontecimento que causou grandes mudanças à cultura local, suscitando também
questionamentos de ordem política e social visto que o fato de serem negros e
letrados gerou uma série de preconceitos. Eles foram enviados para o vale do
Madeira e do Mamoré para trabalharem na construção da Estrada de Ferro Madeira
Mamoré.
Percebi que os barbadianos influenciaram de
forma incisiva o desenvolvimento cultural de Porto Velho, definido aqui como
escolarização, pois trouxeram consigo uma bagagem educacional diferenciada e
mantiveram essa bagagem repassando-a a seus filhos através de ensino
sistemático organizado em forma de escola. Esse ensino sistemático criado pelos
barbadianos alavancou o surgimento de escolas públicas que não existiam ainda
em Porto Velho, trazendo assim desenvolvimento educacional para a cidade.
O fato de serem oriundos de colônias
britânicas deu-lhes notoriedade em relação aos trabalhadores de outras
nacionalidades que estavam nas obras da ferrovia. Ao se fincarem na região já alfabetizados
e com formação profissional, ficou óbvio que havia uma grande diferença em
relação ao restante do grupo de trabalhadores negros nacionais,
caracterizando-se como um grupo considerado superior. Percebemos aqui uma
nítida relação com o que Gramsci (1978) classificou como hegemonia quando
certas formas culturais predominam sobre outras, assim como certos
comportamentos são considerados superiores que outros, formando uma liderança
cultural.
Essa diferenciação ajudou-lhes bastante e os
colocou em situação privilegiada frente aos demais trabalhadores vindos de
outros países para a construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré que
doravante será identificada pela sigla E.F.M.M. Esse acontecimento foi
entendido pelo grupo como vantajoso, pois nessa época os negros eram tidos como
inferiores no nosso país. Os barbadianos estavam à frente neste contexto, eram
letrados, tinham profissão industrial e urbana.
Eles aproveitaram a seu favor as diferenças
utilizando-as de maneira positiva e, mesmo passando por pressões das políticas
racistas da época tornaram-se essenciais para a formação da sociedade regional,
trazendo à cidade de Porto Velho trabalhadores especializados em construções de
linhas férreas. Tempos depois seus descendentes se tornaram profissionais
influentes em Porto Velho como médicos, enfermeiros, professores, pastores e
bibliotecários. Atuaram como tradutores e intérpretes e, de forma discreta,
marcaram principalmente a cultura e o povoamento da região.
Para desenvolver o trabalho fiz a opção pelo
processo analítico que buscou fontes e referências para aprofundamentos no
estudo das contribuições barbadianas para o cenário cultural e educacional de
Porto Velho. Priorizei a pesquisa bibliográfica e utilizei o método de análise
teórica de cunho comparatista na qual cruzei leituras e dados históricos no
intuito de fazer as análises.
Elisangela Lima de Carvalho Schuindt
Acima, à esquerda, antiga sede do Governo do Estado de Rondônia; à direita, uma vista parcial da cidade; ao centro, à esquerda, a Casa da Cultura de Porto Velho; à direita, um pôr do sol no Rio Madeira; abaixo, uma panorâmica da cidade.
Estação inicial da Ferrovia Madeira-Mamoré, anos 1910. Arquivo Nacional.
VOU ABORTAR ESTA EDIÇÃO MAS RETORNANDO COM A 2ª PARTE DO TEMA EM UMA PRÓXIMA
EDIÇÃO...JCF
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