08 DE JANEIRO 2022 - COLUNA JCF TGRADIÇÃO E CULTURA - EDIÇÃO Nº 0006-2022 - 3ª TEMPORADA...JCF
COLUNA
JCF
DESDE
11/05/2015
JCF
Clovis - Tradição e Cultura
Viajando
pela historia e cultura
0006/2022
– CAPÃO DA TRAIÇÃO
NESTA
EDIÇÃO Nº 0006-2022 FAREI O REGISTRO DO CAPÃO DA TRAIÇÃO
Fonte: https://www.infoescola.com/historia-do-brasil/capao-da-traicao/
or Fernando Roque Fernandes
Mestre
em História (UFAM, 2015)
Graduado em História (Uninorte, 2012)
“No dia seguinte mandaram os cercados um
boletim com bandeira branca, pedindo bom quartel e prometendo entregar as
armas. Concedeu-lhes Bento do Amaral o que pediam, mas faltando, como pérfido e
cruel, tanto que os viu sem armas, deu ordem em altas vozes para que os
matassem; e sem mais conselho, acompanhado dos escravos e ânimos mais vis
daquele exército, ainda que com pena e repreensão das pessoas de maior
suposição e qualidade que nele se achavam, fez um tal estrago naqueles
miseráveis, que deixando o campo coberto de mortos e feridos, foi causa de que
ainda hoje se conserve a memória de tanta tirania, impondo àquele lugar o
infame título de Capão da Traição.” (Padre Manuel da
Fonseca)
O evento denominado Capão da Traição pode ser
entendido a partir de dois processos de uma pesquisa ainda em curso no meio
universitário. O primeiro deles se refere ao acontecimento de caráter
conflituoso ocorrido no contexto da Guerra
dos Emboabas nos
anos iniciais da economia
aurífera.
O segundo se refere ao local exato onde dezenas de soldados paulistas teriam
sido mortos após entregarem suas armas com a promessa de que teriam suas vidas
poupadas. Para entender tal acontecimento, é preciso dar conta de, pelo menos,
duas questões: as descobertas de minas de ouro na região paulista em fins do
século XVII e os conflitos pela posse daquele território.
As primeiras
décadas do século XVIII foram marcadas pelo agravamento da crise açucareira e o
início da grande mineração aurífera. Tanto a crise nordestina como o
crescimento econômico do sudeste colocaram grupos sociais em conflito na defesa
de seus interesses econômicos, resultando nas Revoltas Coloniais Nativistas.
CONFLITOS COLONIAIS...
Capão da
Traição
De acordo com a
versão mais aceita sobre os acontecimentos, tudo ocorre durante uma das
batalhas finais do confronto, em um capão (região de mata rasteira cercada por
florestas) localizado em uma região entre São João del Rei e Tiradentes,
próximo ao rio das Mortes.
Os paulistas eram
chefiados pelo bandeirante Manuel de Borba Gato, guarda-mor das minas, e os
emboabas, pelo português Manuel Nunes Viana, um rico comerciante. Ali, um grupo
de cerca de 300 paulistas, em retirada e em desvantagem numérica, conseguiu,
mesmo assim, impor baixas significativas a seus inimigos.
Bento do Amaral
Coutinho, que era o comandante de um exército de mil homens, deu a promessa ao
grupo de paulistas de poupar suas vidas caso entregassem suas armas. Em um ato
de profunda covardia, com estas já entregues, Bento Coutinho mandou assassinar
todo o grupo.
O suposto local
ainda hoje é chamado de Capão da Traição, em referência ao infame ato. O
conflito durou cerca de dois anos (1707 a 1709) e que terminou com a retirada
dos paulistas das jazidas de ouro da capitania de São Vicente, atual região das
Minas Gerais.
Motivos
O confronto teve como motivo principal a disputa pela exploração
das minas de ouro recém-descobertas na região e os paulistas tencionavam
explorá-las com exclusividade, pois tinham descoberto as minas. Tal descoberta
atraiu dezenas de milhares de pessoas, mas como a região era parte da Capitania
de São Vicente, os bandeirantes paulistas não queriam dividir o ouro.
Por outro lado, a presença de tanta gente levou a uma crise de
abastecimento. Então os comerciantes forasteiros viram ali uma oportunidade de
lucro e queriam o monopólio do comércio. Dessa forma, as principais causas do
conflito foram o monopólio na exploração das minas de ouro e na comercialização
de gêneros de primeira ordem e os emboabas passaram a formar uma comunidade
própria dentro da região.
Como a
situação ficou insustentável, Borba Gato decidiu expulsar os emboabas da
região. Mas como os paulistas eram minoria, foram derrotados e expulsos por
Viana, indo na direção de Goiás e Mato Grosso, descobrindo novas jazidas. Por
fim, também Viana acabou sendo expulso de Minas pelo governador do Rio de
Janeiro, após o massacre feito pelos emboabas contra os paulistas no Capão da
Traição.
Mortos
O número de vítimas fatais no Capão da Traição é algo obscuro.
Apesar de várias fontes insistirem num total de 300 vidas sacrificadas, alguns
pesquisadores falam até em mil mortos. Tanta incerteza se deve à escassez de
registros escritos e de resquícios concretos. Até mesmo o local do
acontecimento é fruto de enorme discórdia.
Com base em um dos poucos relatos da época, o do sargento-mor
português José Álvares de Oliveira, o verdadeiro Capão da Traição teria
ocorrido a cerca de 10 quilômetros do local apontado geralmente pela
historiografia oficial (“coisa de légua e meia ao rumo do Norte”, segundo o
documento), no atual município de Coronel Xavier Chaves. Como a região nunca
foi habitada, a teoria, reforçada por relatos de moradores, é que ali existe
ali um cemitério de covas rasas, e que estas abrigariam os restos mortais das
vítimas do Capão da Traição.
Resultados
As principais consequências da Guerra dos Emboabas resultaram em
regulamentação da distribuição de lavras e da cobrança do quinto. São Paulo e
as Minas de Ouro se transformaram em capitanias e São Paulo deixou de ser vila
para se tornar cidade. Marcou também o fim das lutas na região das minas,
quando os paulistas resolveram ir para o centro oeste, onde descobriram novas
minas de ouro em Mato Grosso e Goiás.
Curiosidades sobre a Guerra dos Emboabas
A palavra emboaba era uma expressão dos índios para designar as
aves que tinham penas até os pés, mas foi também utilizada pelos paulistas para
se referir aos estrangeiros que queriam suas terras, pois eles usavam botas,
enquanto que os paulistas andavam descalços.
Na batalha no Capão da Traição, os emboabas mataram mais de 300
paulistas. No fundo, os portugueses buscavam, mesmo, afirmar seu poder de
colonizador sobre os nativos.
MINERAÇÃO NOS TEMPOS
COLONIAIS...JCF
Nesse retrato descrito pelo jesuíta Antonil, no início do século XVIII,
o Brasil colônia vivia o momento
a) ( ) do avanço do café na
região do Vale do Ribeira e em Minas Gerais. Portugal, no início do século
XVIII, percebeu a importância do café como a grande riqueza da colônia, passou
então a enviar mais escravos para essa região e a controlá-la com maior rigor.
b) ( ) da decadência do cultivo da cana-de-açúcar no
nordeste. Em substituição a esse ciclo, a metrópole passou a investir no
algodão; para tanto, estimulou a migração de colonos para a região do Amazonas
e do Pará. Os bandeirantes tiveram importante papel nesse período por
escravizar indígenas, a mão-de-obra usada nesse cultivo.
c) ( ) da descoberta de ouro e pedras preciosas no
interior da Colônia. A Metrópole, desde o início do século XVIII, buscou
regularizar a distribuição das áreas a serem exploradas; como forma de impedir
o contrabando e recolher os impostos, criou um aparelho administrativo e
fiscal, deslocando soldados para a região das minas.
d) ( ) da chegada dos bandeirantes à região das minas
gerais. Os bandeirantes descobriram o tão desejado ouro, e a Metrópole se viu
obrigada a impedir a corrida do ouro; para tanto, criou leis impedindo o
trânsito indiscriminado de pessoas na região, deixando os bandeirantes como os
guardiões das minas.
e) ( ) do esgotamento do ouro na região das minas. Sua
difícil extração levou pessoas de diferentes condições sociais para as minas, em
busca de trabalho, e seu esgotamento dividiu a região em dois grupos – de um
lado, os paulistas, e, de outro, os forasteiros, culminando no conflito chamado
de Guerra dos Emboabas.
Guerra dos
Emboabas - Bandeirantes Paulistas X Emboabas
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