09 DE JANEIRO DE 2022 - COLUNA JCF TRADIÇÃO E CULTURA - EDIÇÃO Nº 0007-2020 TEMA: IGREJA SÃO FRANCISCO DE ASSIS EM SÃO JOÃO DEL REI/MINAS GERAIS...JCF
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11/05/2015
JCF Clovis - Tradição e Cultura
Viajando
pela historia e cultura
0007-2022
– IGREJA SÃO FRANCISCO – SUA HISTÓRIA
06/01/2022 – NESTA EDIÇÃO Nº 0007
- 2022 FAREI DA HISTORIA DA IGREJA SÃO
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_de_S%C3%A3o_Francisco_de_Assis_(S%C3%A3o_Jo%C3%A3o_del-Rei)
A Igreja
de São Francisco de Assis é um templo católico fundado pela Venerável Ordem Terceira de São Francisco de Assis na cidade brasileira de São João del-Rei, no estado de Minas Gerais. A igreja,
começada em 1774, é um dos principais marcos da arte colonial brasileira,
tornando-se famosa pela beleza de sua arquitetura, pela riqueza de sua talha e
pela participação nas obras do mestre Aleijadinho, autor do
projeto, mais tarde modificado por Francisco Cerqueira. Devido à sua importância, a igreja foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) junto com todo o seu acervo.
História
A história da Igreja de São
Francisco de Assis remonta a 8 de março de 1749, quando foi fundada a Venerável
Ordem Terceira de São Francisco de Assis, ou ainda Venerável
Ordem Terceira da Penitência de São Francisco de Assis. A
ordem foi canonicamente ereta pelo então Bispo de Mariana Dom Frei Manoel da Cruz.
A Ordem ergueu uma capela para
seu culto, mas com o tempo ela se deteriorou. Em 1772 foi decidida a construção
de uma igreja nova e maior. Os preparativos iniciaram imediatamente. O Aleijadinho foi
contratado para elaborar o projeto da estrutura e da decoração, e em 1774 Francisco de Lima Cerqueira foi
encarregado de iniciar os trabalhos de alvenaria, mas
ele introduziu modificações nas torres, nas pilastras do
arco do cruzeiro, nos óculos da
nave e na disposição da sacristia.
Em 1781 a capela-mor estava
essencialmente pronta, tendo contado com a colaboração do mestre Francisco de Lima e Silva. O
altar-mor foi construído a partir de um projeto de Aleijadinho, modificado por
Cerqueira e executado por Luís Pinheiro de Souza.
Cerqueira responsabilizou-se também pela execução de quase
todas as esculturas e obras de
talha, mas os dois altares do arco cruzeiro são considerados fruto direto do
Aleijadinho.
Até 1804 haviam sido terminados
a nave e os demais trabalhos no corpo da igreja. Em 1809 Aniceto de Souza Lopes concluiu
as torres e o coro, além de executar, segundo o IPHAN, os relevos do frontão e
do frontispício da portada. Alguns estudiosos
pensam, porém, que os relevos da portada são realização pessoal de Aleijadinho.
Ao contrário da capela-mor, os
altares da nave aparentemente nunca foram dourados, e em algum momento foram
pintados de branco. O forro da
nave também não foi decorado, e só apresenta um medalhão central em relevo de
onde pende uma luminária.
No início do século XX a igreja
passou por várias obras de restauro, realizadas pelo Serviço
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN, atual
IPHAN), incluindo a recuperação do coro e do trono do altar-mor. Em 1954 foi
instalada iluminação elétrica, em 1956 a escadaria de acesso foi estabilizada e
em 1959 o altar foi outra vez restaurado. Mais tarde foi removida a tinta
branca que recobria os altares da nave, considerada um acréscimo tardio,
deixando-os com a madeira aparente.
Estrutura
A igreja é precedida de um
amplo adro calçado de pedra e cercado por uma elegante
balaustrada. Sua planta segue em linhas gerais o modelo convencional do
tempo da colônia, com uma nave única com altares laterais, um coro sobre a
entrada, uma capela-mor profunda separada do corpo da nave por um arco
monumental, e uma sacristia anexa. A nave difere dos modelos padronizados,
contudo, pelas suas paredes curvas, características do estilo Rococó.
A fachada também acompanha as
tendências dominantes do período, com um esquema tripartido composto de um
bloco retangular central para o corpo do edifício e dois volumes laterais
representados pelas torres. A entrada é realizada através de uma porta
única monumental, adornada com uma moldura de pedra-sabão lavrada,
com anjos assentados nas ombreiras e um elaborado frontispício.
No nível superior se abrem dois
janelões também com ornamentação na moldura, e entre eles foi criado um
grande óculo redondo. Este bloco é separado do frontão por
uma larga cimalha de cantaria, com
um arco no centro envolvendo o óculo, sobre o qual se eleva um sofisticado
frontão com volutas e arcos quebrados, onde existe um relevo mostrando São Francisco de joelhos e braços
abertos, adorando o Cristo Seráfico. Todo o conjunto é coroado por uma
grande cruz de Lorena ladeada por dois pináculos bulbosos.
As torres têm seção redonda, e
até o nível da cimalha são perfuradas por duas seteiras alargadas. Acima da
cimalha se abrem arcos redondos para a instalação dos sinos. As torres são
arrematadas com uma balaustrada em
torno de coruchéus em forma de sino, ambas finalizadas
por pináculos bulbosos.
Significado artístico e
decoração
A disposição e decoração da
fachada ainda seguem em essência o projeto do Aleijadinho, com uma estética que
mescla elementos do Barroco
Joanino e do Rococó. Sua
autoria é assegurada pela sobrevivência de um desenho autógrafo incompleto da
elevação frontal do edifício, hoje preservado no Museu da Inconfidência em Ouro
Preto. Segundo o IPHAN, merece nota "a rica composição da
portada, com destaque para as magníficas talhas que se organizam em elegante
desenho". Ali aparecem os brasões alados da Ordem Franciscana e
do Reino de Portugal, sobre os quais um medalhão
traz a imagem da Virgem orante
entre guirlandas e sob uma coroa real, da qual pende uma faixa com os dizeres
latinos Tota pulcra es Maria et macula originalis non est in te (És
toda bela, Maria, e és livre do pecado
original). Cabeças de querubins povoam
a composição. A fachada chamou a atenção de um dos primeiros viajantes ingleses
que passaram pelas Minas Gerais no século XIX, sir Richard Burton, que a considerou "a mais
espetacular de São João del-Rei, se não de toda Minas Gerais", e
admirou-se do trabalho realizado por um mestre que lhe disseram executar suas
obras "com instrumentos ajustados por um assistente aos tocos que
representavam seus braços".
Aleijadinho foi um dos grandes
responsáveis pela elaboração de um estilo novo em Minas Gerais, que mostra os
primeiros sinais de formação de uma estética genuinamente brasileira, e que não
tem precedentes diretos em Portugal. Mário de Andrade, um dos mais notados modernistas engajados no estudo do passado
colonial, quando este tópico surgiu no início do século XX como um fulcro para
as aspirações nacionalistas dos intelectuais e para a busca da
"verdadeira" identidade cultural do país, assim disse:
"O
Aleijadinho, surgindo da lição de Pedro Gomes
Chaves, vem genializar a maneira deste, criando
ao mesmo tempo um típico de igreja que é a única solução original que jamais
inventou a arquitetura brasileira. E o que tenho por absolutamente genial nessa invenção é que
ela contém algumas das constâncias mais íntimas, mais arraigadas e mais étnicas
da psicologia nacional, é um protótipo da religiosidade brasileira. Esse tipo
de igreja, fixado imortalmente nas duas São Francisco de Ouro Preto e São João d’El-Rei, não corresponde apenas ao
gosto do tempo, refletindo as bases portuguesas da Colônia, como já se
distingue das soluções barrocas luso-coloniais, por uma tal ou qual denguice,
por uma graça mais sensual e encantadora, por uma 'delicadeza' tão suave,
eminentemente brasileiras".
As modificações introduzidas
por Cerqueira, apesar de consideráveis e objeto de grande polêmica, sob
certos aspectos de fato contribuíram para um incremento em sua originalidade,
em particular na solução que encontrou para as torres, como assinalou John
Bury, que é uma das referências básicas para o estudo da arte
colonial do Brasil. Os primeiros estudiosos do Barroco brasileiro, como Lúcio
Costa e Germain
Bazin, tendiam considerar Cerqueira um traidor do legado de
Aleijadinho, e ainda hoje alguns pensam assim, mas sua contribuição têm sido
revista, notadamente por Myriam Ribeiro de Oliveira, entre
outros, como um importante colaborador e um artista criativo de mérito
próprio. A comparação entre o projeto original da fachada e a obra que
vemos hoje permite concluir que Cerqueira interferiu basicamente nas torres,
dando-lhe um perfil mais redondo, modificando o desenho do coruchéu e
eliminando uma das seteiras, e, em menor grau, fez mudanças no frontão,
simplificando o seu desenho. Segundo Oliveira, as modificações nos
projetos originais eram uma prática constante no tempo da colônia, e pensa que
se o original tivesse sido levado a cabo integralmente, seria "a mais
genuinamente rococó das fachadas religiosas mineiras".
De qualquer modo, para ela
"o extraordinário, a nosso ver, é que a amplitude dessas modificações
tenha tido como resultado final uma obra de tamanha qualidade, produzida pela
sensibilidade e perícia técnica de Lima Cerqueira, e devendo em conseqüência
ser avaliada em seus valores próprios e não comparativamente a um projeto
inicial não obedecido, como até hoje se fez", e para Bury a Igreja de
São Francisco demonstra "uma sensibilidade artística excepcionalmente
elevada no seu traçado e decoração". Continua o historiador.
A capela e altar-mor.
Altar lateral e púlpito
Altar lateral e púlpito
Lendas e tradições
realizada à noite e à luz de
tochas, que depois sai dali na Procissão do Encontro para reunir-se, no Largo
da Câmara, à imagem de Nossa Senhora das Dores que sai da Igreja
do Carmo.
Desde seus primeiros tempos seu
culto e seus festejos se caracterizam pela riqueza e pela inclusão de música
orquestral e vocal. Já no século XVIII é registrada a participação de um grupo
musical que depois se dividiu e reorganizou no século XIX como a Lira
Sanjoanense e a Orquestra Ribeiro Bastos, duas
das mais antigas associações musicais do Brasil ainda em atividade. Também são
importantes as festas de Natal e as do orago da igreja, cujo onomástico é
comemorado em 4 de outubro, mas com atividades ao longo de nove dias. O outros
festejos importantes ocorrem nas Quinquenas de São Francisco, que
assinalam o seu recebimento dos estigmas,
realizadas entre 12 e 17 de setembro. Tais festas sempre têm grande
participação popular e contam com música de autores coloniais e contemporâneos,
incluindo peças compostas especialmente para o culto franciscano local. A
música com obras antigas também é frequentemente associada ao culto dominical
comum
Pela beleza de seu interior e pela majestade do seu cenário
externo, a igreja é uma das mais procuradas para casamentos, e o largo
onde está implantada é palco para muitos eventos culturais.
IMPONÊNCIA E BELEZA ARQUITETÔNICA...JCF




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