17 DE FEVEREIRO DE 2022 - TRADIÇÃO E CULTURA - COLUNA JCF - EDIÇÃO Nº 0154-2022 "TEMA OS HORRORES DOS NAVIOS NEGREIROS
Os navios negreiros eram embarcações que marcaram
uma mancha atroz na História da Idade Moderna, causando tortura e humilhação
milhões de pessoas sequestradas de seu continente em nome do lucro pessoal e da
construção principalmente de colônias à base do trabalho compulsório.
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Navios negreiros
Os negros
foram trazidos da África em embarcações chamadas de navios negreiros, em
péssimas condições, sendo que, os que ficavam doentes eram jogados ao mar, ao
chegarem, eram vendidos para os donos de terras, e eram alojados em senzalas,
só saiam para trabalhar, e ao fim do dia, voltavam para dormir. Embarcação
Recebia o nome de “navios
negreiros” ou ainda “navios tumbeiros” aquelas embarcações que, durante
praticamente quatro séculos (do XV ao XIX) praticavam o abjeto comércio de
escravos humanos originários do continente africano. Comércio lucrativo trouxe
riqueza e poder aos donos de tais embarcações.
Para transportar esta carga preciosa, navios com porões largos
foram desenvolvidos, e neles eram literalmente despejados um enorme
contingente, que viajaria durante meses em um ambiente fétido, escuro e sem
espaço algum para se movimentar. Os navios eram entulhados de gente exatamente
pelo fato de, durante a viagem, as condições nulas de higiene e saúde matarem
cerca de 20 a 40% da carga humana. Um navio cheio ajudava a repor tal perda.
Africanos de todas as idades, sexo e origens estavam presentes
nestes escuros porões, e em caso de morte, eram jogados ao mar, quase sempre
depois de um tempo considerável, contribuindo para aumentar as terríveis
condições de higiene presentes nestes porões.
Assim, os navios negreiros faziam o transporte de seres humanos
cativos, que seriam comercializados em outras áreas, em especial no continente
americano e na Ásia, fazendo parte de um comércio global.
A história dos navios negreiros é das mais comoventes. Homens,
mulheres e crianças eram transportados amontoados em compartimentos minúsculos
dos navios, escuros e sem nenhuma cuidado com a higiene. Conviviam no mesmo
local, a fome, a sede, as doenças, a sujeira, os agonizantes e os mortos. Em
média transportava-se 400 negros em cada compartimento desses.
Sem a menor preocupação com a condição dos
negros, os responsáveis pelos navios negreiros amontoavam negros acorrentados
como animais em seus porões que muitas vezes advinham de diferentes lugares do
continente africano, causando o encontro de várias etnias e que por vezes eram
também inimigas. Seus corpos eram marcados pelas correntes que os limitavam nos
movimentos, as fezes e a urina eram feitas no mesmo local onde permaneciam. Os
movimentos das caravelas faziam com que muitos passassem mal e vomitassem no
mesmo local. Os alimentos simplesmente eram jogados nos compartimentos uma ou
duas vezes por dia, cabendo aos próprios negros promover a divisa da
alimentação. Como os integrantes do navio não tinham o hábito de entrar no
porão, os mortos permaneciam ao lado dos vivos por muito tempo.
2ª fonte: www.todamateria.com.br/navios-negreiros/
Navios Negreiros
Juliana Bezerra
Professora de História
Navio negreiro era o nome pelo qual ficou conhecido o
barco que transportavam os negros destinados ao trabalho escravo no continente
americano entre os séculos XVI e XIX.
O primeiro embarque
registrado de africanos escravizados ocorreu em 1525 e o último em 1866.
Tráfico Negreiro
Até o
início do século XVIII, antes das leis que começaram a proibir o comércio de
escravos, os negros era tratados como uma mercadoria semelhante a qualquer
outra.
Assim, os
escravizados eram transportados nos porões dos navios onde permaneciam
confinados em viagens que poderiam durar dois meses, até a chegada ao destino.
Eram embarcados à força e aprisionados em porões que mal davam
para permanecerem sentados. Os africanos escravizados eram mantidos nus,
separados por sexo e os homens permaneciam acorrentados a fim de evitar
revoltas. Já as mulheres, sofriam violência sexual por parte da tripulação.
Por vezes era
permitido que pequenos grupos subissem ao convés para um banho de sol. Havia
também o sadismo por parte da tripulação que obrigava os escravizados a
dançarem ou os submetiam a humilhações diversas.
Calcula-se que, de
1525 a 1866 12,5 milhões de indivíduos (estima-se que 26% eram ainda crianças)
foram transportados como mercadoria para os portos americanos.
Destes, cerca de 12,5% (1,6 milhão) não
sobreviveram à viagem. É importante ressaltar que este número se refere apenas
a quem morreu ainda durante a viagem.
Esse foi o maior
deslocamento forçado da história registrado até o momento.
Doenças
As
principais causas de mortes estavam relacionadas a problemas gastrointestinais,
escorbuto e doenças infectocontagiosas - que também atingiam a tripulação.
Revoltas
Outro fator que
contribuía para o elevado número de mortes eram os castigos aplicados aos
revoltosos.
Grande parte dos
escravos era obrigada a presenciar a punição a fim de que eles fossem
persuadidos de não tentarem o mesmo.
A mais conhecida foi a
do navio "Amistad" em 1839 que teria sua estória levada ao cinema. No
entanto, outras revoltas como a do barco "Kentucky", de 1845, foi
sufocada e todos os negros jogados ao mar.
Aspecto de um navio negreiro inglês e a
quantidade de pessoas escravizadas que poderia transportar...
Fim do
Tráfico Negreiro
As
condições dos navios pioraram à medida em que o mercado internacional mudou o
rumo e deixou de considerar lucrativa a captura e encarceramento dos negros
africanos.
A partir de 1840 (um século depois de se
tornar a principal comerciante de escravos do mundo), a Inglaterra passou a
coibir o transporte negreiro.
Com a mudança da
concepção sobre a escravidão humana, esta atividade passou a ser considerada
como tráfico negreiro.
Parte da frota
britânica passa a fiscalizar as rotas e a capturar os navios negreiros. Para
não serem pegos em flagrante, muitas vezes os capitães ordenavam que se jogasse
a “carga” – vidas humanas – ao mar.
Para compensar a
vigilância britânica, os traficantes aumentaram a quantidade de cativos por
navio. Isto reduziu drasticamente as condições sanitárias e estruturais das
viagens, aumentando o sofrimento e o número de óbitos.
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ATÉ A PRÓXIMA...JCF
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