24/FEV/2020
Revolução de 1930
A sucessão do Presidente Washington Luís
E
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JCF
Clovis - Tradição e Cultura
Viajando
pela historia e cultura
1797
– A ERA VARGAS
24FEV2020 – Voltando a recontar história real no contexto
do perfil da minha coluna jcf vou registrar e relembrar da Revolução de30
Revolução de 1930 foi
o movimento armado, liderado pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio
Grande do Sul, que culminou com o golpe de Estado, o Golpe de 1930,
que depôs o presidente da república Washington Luís em 24 de outubro de 1930,
impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes e pôs fim à República Velha
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Revolução de 1930
Revolução de 1930 foi
o movimento armado, liderado pelos estados de Minas
Gerais, Paraíba e Rio
Grande do Sul, que culminou com o golpe
de Estado, o Golpe de 1930, que depôs o presidente da
república Washington Luís em 24 de
outubro de 1930, impediu a posse do presidente eleito Júlio
Prestes e pôs fim à República Velha.
Com a quebra da Bolsa de Nova Iorque, ocorrida em outubro de 1929,
iniciou-se uma crise econômica de escala mundial, esmagando todas as economias
com alguma participação nos mercados internacionais, caso do Brasil e suas
exportações de café. Em 1929, lideranças da oligarquia paulista romperam a aliança com os mineiros,
conhecida como política do café com leite, e
indicaram o paulista Júlio Prestes como candidato à presidência da República.
Em reação, o presidente de Minas Gerais, Antônio Carlos Ribeiro de
Andrada apoiou a candidatura oposicionista do gaúcho Getúlio
Vargas.
Em 1 de março de 1930, foram
realizadas as eleições para presidente da República que deram a vitória ao
candidato governista, que era o presidente do estado de São
Paulo, Júlio Prestes. Porém, ele não tomou posse,
em virtude do golpe de estado desencadeado a 3 de outubro de 1930, e foi
exilado. Assim, Júlio
Prestes passou a ser o único político eleito presidente da
república do Brasil pelo voto popular a ser impedido de tomar posse.
Getúlio Vargas assumiu a chefia
do "Governo Provisório" em 3 de novembro de 1930,
data que marca o fim da República Velha no Brasil.
Enquanto a Revolução de 1930
estava em andamento, Mário Pedrosa, futuro crítico de arte, e Lívio Xavier,
então militantes da Oposição de Esquerda, dissidência do Partido Comunista do
Brasil (PCB), escreveram "Esboço de Análise da Situação Brasileira" e
acabaram por lançar algumas teses pioneiras sobre o movimento armado de
outubro; entre elas, que se tratava de uma cisão no bloco de poder ocasionada
pelo desenvolvimento do capitalismo.
A sucessão do Presidente Washington Luís
Na República Velha (1889 -
1930), as eleições para presidente da república ocorriam em 1 de março e a
posse do presidente eleito ocorria em 15 de novembro, de quatro em quatro anos.
Como não existiam partidos políticos organizados a nível
nacional na República Velha, cabia ao presidente da república a condução de sua
sucessão, conciliando os interesses dos partidos políticos de cada estado. A
eleição para escolha do sucessor do presidente Washington Luís, que governava
desde 1926, estava marcada para 1 de março de 1930. A posse do seu sucessor
deveria ocorrer em 15 de novembro de 1930.
Getúlio aos 27 anos, primeiro ano como deputado estadual gaúcho. jcf
Na República Velha vigorava a
chamada "política do café-com-leite",
em que os presidentes dos estados alternavam-se na presidência
da república. Assim, de acordo com esta "política do
café-com-leite", Washington Luís deveria indicar, para ser seu sucessor, o
presidente de Minas Gerais Antônio Carlos Ribeiro de
Andrada, ou o vice-presidente da República, que era o mineiro Fernando de Melo Viana, que já fora presidente de
Minas Gerais, ou outro líder político mineiro. O nome do ex-presidente Artur
Bernardes foi lembrado, mas não era aceito por muitos, especialmente
por Antônio Carlos. O nome de Melo Viana foi vetado por Artur Bernardes e por
Antônio Carlos.
Porém, no início de 1929, o
presidente da República, Washington Luís, fluminense da
cidade de Macaé e radicado em São Paulo desde sua juventude, tendia a
apoiar o presidente de São Paulo, Júlio
Prestes, que pertencia ao Partido Republicano Paulista, ao
qual também pertencia Washington Luís.
Em 29 de março de 1929, o
jornal norte-americano The New York Times informava que os
cafeicultores de São Paulo dariam um banquete a Júlio Prestes em Ribeirão
Preto e o apoiariam para a presidência, e esperavam o apoio dos
demais estados produtores de café. O
jornal relatava ainda que Minas Gerais estava politicamente dividida.
O presidente de Minas Gerais,
Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, quebrando o compromisso assumido com
Washington Luís de só tratar da questão sucessória a partir de setembro de
1929, envia uma carta, datada de 20 de julho de 1929, a Washington Luís, na
qual indica Getúlio Vargas como o preferido para candidato à presidência da
república para o mandato de 1930 a 1934. Dizia Antônio Carlos na carta: "Com
o objetivo sincero de colaborar para uma solução conciliatória e de justiça,
julguei acertado orientar-me na direção do nome do doutor Getúlio Vargas, por
ser o de um político que se tem destacado no apoio firme e na completa
solidariedade à política e à administração de V. Ex.
O termo "solução
conciliatória" significa um candidato não paulista e não mineiro, como
havia ocorrido em 1918, com a escolha do paraibano Epitácio Pessoa como candidato à
presidência da República. Washington Luís, então, devido ao lançamento da
candidatura Getúlio feita por Antônio Carlos, iniciou o processo sucessório
consultando os presidentes dos estados (naquela época havia 20 estados no
Brasil), e indicou o nome do presidente do estado de São Paulo, Júlio
Prestes de Albuquerque, paulista, como o seu sucessor, no que foi
apoiado pelos presidentes de dezessete estados. Os três estados que negaram
apoio a Júlio Prestes foram: Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba.
conturbada sucessão de Washington Luís ocasionou a Revolução de 1930. jcf
Até hoje, lê-se na bandeira da Paraíba a palavra NEGO (do
verbo "negar"). O telegrama do presidente da Paraíba João Pessoa,
conhecido como o "Telegrama do Nego", é datado de 29 de julho
de 1929, nove dias após Antônio Carlos lançar Getúlio Vargas candidato à
presidência da república. No telegrama, João Pessoa, relatando a decisão tomada
pelo Partido Republicano Paraibano, dizia: "Reunido o diretório do
partido, sob minha presidência política, resolveu unanimemente não
apoiar a candidatura do eminente dr. Júlio Prestes à sucessão
presidencial da República"
Era comum, naquela época, as
negociações políticas, chamadas démarches, se fazerem,
especialmente, através de longas cartas. Washington Luís divulgou pela imprensa
várias cartas que recebeu de Getúlio Vargas e de Antônio Carlos de Andrada para
provar que não impusera o nome de Júlio Prestes como candidato à sua
sucessão. Antônio Carlos chegou a ser considerado pré-candidato à
presidência da república, como mostra uma marchinha da época, de autoria de Freire
Júnior, cantada por Francisco de Morais Alves e
que se tornou uma profecia:
“Se o mineiro lá
de cima se descuidar,
Seu Julinho vem, vem mas custa,
Muita gente há de chorar!”
Seu Julinho vem, vem mas custa,
Muita gente há de chorar!”
Os políticos de Minas Gerais
apoiadores da política "carlista" ficaram insatisfeitos com a
indicação de Júlio Prestes, pois esperavam que Antônio Carlos, presidente do
estado, fosse o indicado, por Washington Luís, seguindo a tradição, ou, pelo
menos, que o presidente indicasse um terceiro nome, no caso, Getúlio Vargas. Os
carlistas lançaram, então, Getúlio como candidato de oposição à candidatura de
Júlio Prestes. Antônio Carlos ficaria conhecido como o "Arquiteto da
Revolução de 1930".
Celebração, em outubro de 1930...jcf
Minas Gerais, então, se
dividiu: Os políticos ligados ao vice-presidente da república Melo Viana e
ao ministro da Justiça Augusto Viana do Castelo,
pertencentes à Concentração Conservadora, mantiveram o apoio a Júlio Prestes e
fizeram oposição à política carlista e ao Partido Republicano Mineiro.
Com a indicação de Júlio
Prestes como candidato oficial à presidência da república e o consequente apoio
do PRM de
Minas Gerais à candidatura de Getúlio Vargas, terminava a política do café-com-leite, que
vigorou na República Velha, quebrando o equilíbrio político nacional criado
por Campos Sales na sua chamada Política dos Estados que
ficaria conhecida popularmente como "política dos governadores" e
jogando o Brasil numa instabilidade política.
Vou abortar esta 1797 e
continuar com a segunda parte na edição 1798
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