23 DEZEMBRO DE 2020 - EDIÇÃO Nº 2.119 - APOENA MEIRELES - JCF
COLUNA
JCF
DESDE
11/05/2015
JCF Clovis - Tradição e Cultura
Viajando
pela historia e cultura
2.119
– APOENA MEIRELES
16/12/2020 – Nesta
edição nº 2.119 VOU REGISTRAR A TRAJETÓRIA PROFISSIONAL DO SERTANISTA APOENA
MEIRELES...
1ª fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Apoena_Meireles
Nascido em uma terra indígena, seu nome "foi uma homenagem
prestada pelo pai, Francisco Meireles, a um cacique Xavante que ele conhecera
na década de 1940, durante o primeiro contato do homem branco com a tribo
Xavante". Apoena conviveu com os índios desde os quatro anos de
idade. Seu pai era o sertanista Francisco Furtado Soares de Meirelles (1908–1973),
mais conhecido como Francisco Meireles. Assim Apoena Meireles desenvolveu
aquela que seria a vocação que o consagraria como um dos maiores indigenistas
do país: ele aprendeu a ter paciência, a escutar e a dar opiniões sobre
qualquer assunto relacionado ao tema indígena. Para ele "o índio é
um ser dotado das mesmas capacidades de desenvolvimento dos não índios".
Desde que alcançou a idade de 20 anos, Apoena era listado como sertanista na categoria "A" da FUNAI.
Aldeia Apoena Meirelles investe na autonomia com produção de cacau
Morte
Apoena Meireles foi assassinado em 2004. Na época, ele era o
coordenador-geral de documentação da FUNAI e fora encarregado pelo Governo Federal de
estudar a regulamentação da atividade de mineração em terras indígenas.
Não obstante o fato de que dez equipes de policiais civis,
militares e federais tenham trabalhado na investigação do assassinato do
sertanista Apoena Meirelles, o diretor da Polícia Civil de Rondônia, Carlos
Eduardo Ferreira, trabalhou, desde o início, com a hipótese de latrocínio.
Quando a polícia civil de Rondônia concluiu as investigações
sobre a autoria e a forma de execução do crime, o acusado foi um rapaz de 17
anos, de família de classe média, sem passagem pela polícia e aluno de um bom
colégio. Em sua casa foram encontradas as roupas e a bicicleta usadas no dia do
crime e ele foi apreendido, inicialmente pelo crime de latrocínio.
PEDRO MARTINELLI - MARÇO DE 2009 - JCF
Todavia, encaminhado a um centro de tratamento para dependentes químicos, Alan Carlos Ferreira Lopes, assassino confesso do sertanista, fugiu em 27 de Novembro de 2004. Desde então, a polícia rondoniense não mais teve pistas do rapaz. Ao atingir a maioridade em 2008, Alan Carlos deixou de ser procurado.
Há suspeitas de que Apoena tenha sido, de fato, executado, a
mando de algum interesse. A arma do crime nunca foi localizada. Em abril
daquele ano, Apoena passara a ser, também, coordenador da "Operação
Roosevelt", montada para garantir a integridade dos índios e proibir a
entrada de garimpeiros dentro da reserva, enquanto estava em curso uma
investigação, pela Polícia Federal e pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), sobre os
responsáveis pela chacina, também ocorrida em abril, quando morreram 29 garimpeiros no
interior da Reserva Roosevelt, dos índios cintas-largas.
A reserva fica numa região de Rondônia rica
em jazidas minerais, tais como cassiterita, ouro e diamante.
2ª fonte: https://pib.socioambiental.org/pt/Not%C3%ADcias?id=31711
Apoena
Meirelles é assassinado em Rondônia - 11/10/2004
Sertanista levou dois tiros em assalto num caixa eletrônico; PF investiga envolvimento de garimpeiros no crime.
O sertanista era coordenador-geral de documentação da Funai e intermediou as negociações da PF com os índios cintas-largas da reserva Rosevelt, após a chacina de 29 garimpeiros em abril deste ano.
A PF suspeita de crime por encomenda por causa do envolvimento do sertanista na discussão sobre o garimpo em reservas indígenas. Apoena era coordenador do grupo de trabalho do governo federal que estuda a regulamentação de mineração em terra indígena. Segundo o presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes, Apoena estava encarregado de comunicar aos cintas-largas a decisão do governo federal de fechar o garimpo e buscar uma nova legislação para a mineração da região, rica em cassiterita, ouro e diamantes.
Na hora do crime ele estava com uma funcionária da Funai, identificada como Cleonice, que ajudou a fazer o retrato falado do criminoso. O assassino fugiu levando o dinheiro. Segundo a Funai, o diretor-geral da PF, Paulo Lacerda, e o Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, darão agilidade às investigações em conjunto com as polícias Civil e Militar.
Gomes lamentou a morte de Apoena e disse que o
crime tem que ser apurado, não só com a versão de latrocínio:
- É uma imensa perda para o indigenismo
brasileiro. Ele era amoroso e ao mesmo tempo firme com os cintas-largas. Vamos
apurar o caso até o fim.
Segundo
informações do assessor da presidência da Funai, Vitorino Nascimento, a
funcionária Cleonice afirmou que um rapaz, aparentando 18 anos, aproximou-se
dos dois no caixa eletrônico e anunciou o assalto. Apoena teria posto o
dinheiro na carteira e, ao dar um passo na direção do assaltante, levou um tiro
no peito. O rapaz fugiu. Apoena correu atrás dele e houve o segundo disparo. A
perseguição continuou e o assaltante fez o terceiro disparo, atingindo Apoena
no abdômen. Ele morreu a caminho do hospital.
O assessor da Funai disse que a polícia já fez um
retrato falado do assaltante e está à procura do assassino, junto com a PF. As
câmeras de vídeo do banco serão usadas para descobrir a identidade do
criminoso, que fugiu de bicicleta.
O corpo de Apoena foi levado a Brasília para ser
velado na sede da Funai e hoje será trasladado para o Rio de Janeiro, onde será
enterrado. A mãe, os filhos e a mulher do sertanista moram na cidade.
11 DE OUTUBRO DE 2004 - AGENCIA BRASIL - JCF
Sertanista nasceu numa aldeia xavante
Assessor da presidência da Funai diz que Apoena
desafiava interesses do crime organizado
Apoena Meirelles nasceu numa aldeia xavante em
Pimentel Barbosa (MT). Com um ano já acompanhava o pai, Francisco Meirelles,
responsável pelo contato com os índios xavantes, em missões. Seu nome era uma
homenagem a um líder xavante e significa "o que enxerga longe". Já em
1985, quando iniciou seu período de pouco mais de seis meses à frente da Funai,
dizia pertencer à última geração de sertanistas do país.
- Acabou a era romântica no indigenismo. Em breve,
os índios não vão mais precisa de porta-vozes - dizia ele.
Com apenas 18 anos, Apoena Meirelles e o pai, em
1969, foram os primeiros homens brancos a entrar em contato com os
cintas-largas. Aposentado, foi convidado recentemente pela Funai a voltar ao
trabalho para atuar como interlocutor junto aos índios e órgãos governamentais.
Em abril, defesa da suspensão da mineração
O sertanista estava no meio da guerra pela
mineração na reserva Roosevelt, na região de Pimenta Bueno (RO), que envolve os
cintas- largas, garimpeiros de todo país e grandes empresas nacionais e
multinacionais pela extração de ouro, cassiterita e diamantes. A região se
transformou num barril de pólvora e palco do assassinato de centenas de pessoas.
- Apoena estava trabalhando contra o garimpo na
reserva, estava mexendo com o crime organizado - disse o assessor da
presidência da Funai, Vitorino Souza.
Em
entrevista ao GLOBO logo após desembarcar em Porto Velho, em abril, após a
chacina dos garimpeiros na reserva Roosevelt, ele defendeu a suspensão da
mineração em área indígena até que a atividade fosse regulamentada:
- A lei proíbe a exploração de garimpo em área
indígena, a não ser pelos próprios índios. Isso é uma coisa que tem que ser
discutida dentro do Congresso. Diante desse problema atual, tem que suspender
todas as atividades de exploração que estejam acontecendo nem que seja
necessário reforçar o apoio policial, o apoio militar. Se necessário, até
pedindo intervenção do Exército, das Forças Armadas, na área - disse ele.
Figura polêmica, ganhou em 1980 a inimizade de
colegas porque manifestou solidariedade ao então presidente da Funai, coronel
Nobre da Veiga, que demitira antropólogos e indigenistas contrários à
permanência de militares à frente do órgão. Mas mesmo os inimigos respeitavam
sua postura ética.
Apoena ficou conhecido por sua recusa em barganhar
com os interesses dos índios.
Massacre na reserva
Em Abril, garimpeiros que atuavam ilegalmente na
reserva Roosevelt, dos índios Cintas-Largas, em Rondônia, pediram ajuda às
autoridades para resgatar colegas em poder dos índios na Grota do Sossego, mina
de onde retiravam diamantes. Os 29 garimpeiros foram mortos pelos Cintas-Largas
a golpes de borduna, flechadas e tiros. No fim de Abril a PF havia identificado
12 índios Cintas-Largas que participaram do massacre. A PF admitiu que um de
seus agentes vendera armas aos índios.
O contrabandista de pedras preciosas Marcos Glika
também foi acusado pela PF de usar armas para pagar parte de um diamante
comprado na reserva.
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