08 DE ABRIL DE 2021 - COLUNA JCF - TRADIÇÃO E CULTURA - EDIÇÃO Nº 090-2021 JCF
Índios tocando a flauta uruá no pátio da aldeia camaiurá, no Parque Indígena do Xingu JCF
Aldeia camaiurá no Parque Indígena do Xingu - JCF
Antes de ir para o texto escolhido permitem-me um comentário a respeito da região do "ALTO XINGU" ALIÁS UMA EXUBERANTE REGIÃO COM SUA BELEZAS CULTURAIS QUASE AINDA VIRGENS. ESTE COLUNISTA TEVE A FELEICIDADE DE RESIDIR NA REGIÃO DO XINGU NOS ANOS DE 1981,1982 E 1983 e tive o prazer de ter tido contato com indígenas daquela região, estive até São Felix do XINGU. FOI UMA EXPERIÊNCIA FATASTICA NAQUELA ÉPOCA SÃO FELIX F=DO XINGU ERA APENAS UM AGLOMERADO DE CASAS DE TAIPA E SEU HABITANTES ERAM OS "MUTUTOS DA REGIÃO E OS INDÍGENAS. Foi muito prazeroso este encontro com aquela etnia indígena...jcf
E
MAIS Rondônia Com Você e Ponto
JCF Clovis - Tradição e Cultura
Viajando
pela historia e cultura
090
- 2021 – ALTO XINGU – TERRA DOS XAVANTES
– CULTURA E COSTUMES DOS XAVANTES
08/04/2021 – NESTA EDIÇÃO Nº 090 – 2021 FAREI
O REGISTRO DA BELEZA EXUBERANTE DO ALTO XINGU – TERRA DOS XAVANTES – CULTURA E
COSTUMES
1ª fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Xavantes
Xavantes
O povo indígena
brasileiro xavante, autodenominado A'uwē ("gente") ou A'uwẽ
Uptabi ("pessoas verdadeiras"), são um povo
original do Brasil, pertence linguisticamente à família linguística jê,
a qual, por sua vez, pertence ao tronco linguístico macro-jê. A população xavante soma,
atualmente, cerca de 18 214 indivíduos distribuídos em 12 terras indígenas -
todas elas localizadas no leste do estado de Mato Grosso. São elas:
·
Sangradouro/Volta Grande (juntamente com
índios Bororo)
·
Areões
·
Areões
I
·
Ubawawe
·
Wedezé.
Oito delas estão homologadas e
registradas; duas encontram-se em processo de identificação; uma está reservada
e registrada e uma está identificada e aprovada mas sujeita a contestação.
Atualmente, a população xavante
no Brasil está em crescimento. Em 2009,
era de aproximadamente 10 000 pessoas. Em 2010,
segundo a Fundação
Nacional de Saúde, era de 15 315 pessoas. Tinham, como
atividade predominante até a segunda metade do século XX, a caça, a pesca e
a coleta de frutos e palmeiras. Formam, junto com os índios xerentes, um conjunto etno linguístico
conhecido na literatura antropológica como acuen ou aquém, pertencente à família linguística jê,
do tronco macro-jê.
Pintam-se com jenipapo, carvão e urucum, tiram as sobrancelhas e os cílios, usam cordinhas nos pulsos e pernas e
a gravata cerimonial de algodão. O corte de cabelo e os adornos e
pinturas são marcadores de diferença dos xavantes em relação aos outros,
transmitida através dos cantos pelos ancestrais e partilhados com todo o povo
da aldeia.
História
No século XVIII, com a descoberta de ouro na capitania de Goiás,
ocorreram conflitos entre a população xavante local e os garimpeiros, bandeirantes, colonos e missionários que chegaram. Alguns
xavantes reagiram ao violentamente, outros procuraram se integrar, e outros
optaram por migrar. Os que
migraram para o oeste cruzaram o rio Araguaia em algum ponto entre o final
do século XVIII e o início do século XIX, enquanto os que ficaram passaram a
ser conhecidos por xerentes. Mitos xavantes
descrevem esse evento com a figura de um enorme boto que
teria surgido no meio do rio Araguaia, assustando e separando para sempre
xavantes e xerentes. Outro mito diz que os xavantes teriam sido transportados
por botos, conseguindo assim atravessar as agitadas águas do rio Araguaia. A
designação "xavante" teria sido, então, criada pelos não índios para
diferenciar os xavantes dos xerentes que ficaram no atual estado de Tocantins.
No atual estado do Mato Grosso, viveram sem serem intensivamente
assediados até a década de 1930. Em 1982,
o cacique xavante Mário Juruna tornou-se o primeiro
indígena brasileiro a se eleger deputado federal no país. No final
da década de 1980,
os xavantes sofreram com a falta de caça. Uma investigação do governo mostrou
que a caça intensiva em torno das aldeias exterminou as espécies animais que
viviam na área. Para superar essa situação, os Xavantes aceitaram um plano de
três pontos proposto pelo governo federal
do Brasil. Primeiro, proteger um terço da reserva por um período de
3 a 5 anos, para permitir a regeneração. Então, promover o desenvolvimento da
agricultura e uma rotação de atividades de caça, incluindo a pesca durante
a estação seca. Por
último, organizar patrulhas na reserva
para impedir que caçadores de fora entrem na reserva.
Na década de 1990, os xavantes tiveram várias
experiências novas com os "estrangeiros", como: um intercâmbio
realizado com a Alemanha; a implementação
de um projeto de educação bilíngue; e uma parceria musical com a banda
de heavy metal Sepultura em seu álbum "Roots".
Hoje, os Xavantes vivem nas
reservas distribuídas a oeste do Rio Araguaia, na Serra do Roncador e a leste
do Rio das Mortes. As aldeias agora têm cerca de 10 000 habitantes. A reserva
Rio das Mortes, cuja superfície é de 2 390 quilômetros quadrados, inclui 850
Xavantes distribuídos em 4 aldeias. Os Xavantes tiveram que desistir de certas
práticas, como a de atravessar um vasto território em busca de comida. Sua rota
de caça está agora limitada a 20 quilômetros
ao redor de sua aldeia. Sua técnica é cercar uma área para incendiar e abater animais em fuga
com flechas ou armas de fogo. A carne pode
ser cozida e comido no mesmo dia ou defumada para ser comida em outro dia.
Distribuição
A região onde vivem hoje tem
grande rede hidrográfica formada
pelas bacias dos afluentes dos
rios Culuene, Xingu, das Mortes e Araguaia. É dessa região de floresta tropical, mato e savana, com árvores baixas e altas, que os
índios retiram o alimento e os materiais para seus artesanatos, armas, instrumentos musicais e
as ocas, dispostas em forma circular. Ali, também buscam caças, frutos, palmeiras e pescados.
Devido à atual ocupação da
região pelas culturas da soja e do gado,
bem como outras monoculturas agrícolas,
o uso de pesticidas e a
diminuição das matas, seu modo de vida ligado à caça e à coleta tem mudado bastante. Muitas vezes,
a "caça" e a "coleta" são deslocadas da mata para as
cidades vizinhas, onde vão adquirir alimento e coisas dos
"estrangeiros".
Tradições e rituais
Na literatura antropológica, os xavantes são conhecidos
principalmente por sua organização social de
tipo dualista, ou seja, trata-se de uma sociedade
em que a vida e o pensamento de seus membros estão constantemente permeados por
um princípio dual, que organiza sua percepção do mundo, da natureza, da
sociedade e do próprio cosmos como estando
permanentemente divididos em metades opostas e complementares.
Sua tradição tem uma maneira própria de ser
transmitida e transformada, através de relatos, rituais e ensinamentos. A escrita é uma necessidade para qual o
povo xavante se adaptou, com o intuito de reivindicar seu espaço na sociedade nacional e internacional. Os
xavantes têm uma organização supostamente dualista e essa percepção da vida como um
todo divide tudo permanentemente em metades opostas e complementares, mas há
outras formas de divisão coletiva e organização das relações, como em trios ou quartetos. Esta é a chave da cultura dos xavantes. Existe também a
corrida de buriti, denominada de uiwede, uma
corrida de revezamento em que duas equipes de gerações diferentes correm
cerca de 8 quilômetros, passando um tora de palmeira de buriti de cerca de 80 quilogramas de um ombro para
o outro até chegarem ao pátio da aldeia.
Desde pequenos, os meninos formam grupos de idade
semelhante. A primeira cerimônia pública de que os meninos participam é o ói'ó,
em que os meninos demonstram sua coragem, seus medos, sua fraquezas através
da luta com clavas.
Quando chega o tempo certo, os mais velhos decidem a entrada dos meninos
no Hö (casa tradicional,
especialmente construída numa das extremidades do semicírculo da aldeia, para a reclusão
dos wapté durante o período de iniciação para a fase adulta), onde os meninos vão viver reclusos
por cinco anos. Todo menino xavante, de 10 a 18 anos,
passa por esse período de reclusão de cinco anos na casa dos solteiros, onde o jovem permanece sem contato
com a tribo. Nesse período, o jovem fica todo o tempo no Hö. Ele só
deixa a casa para rituais e para atividades fora da aldeia, como caça e pesca.
O ritual de furo de orelha acontece quando os wapté saem
definitivamente do Hö, ou seja, na passagem da adolescência para a vida adulta. Após os cinco anos, acontece, na
aldeia, a festa chamada Danhono, onde a orelha dos jovens é furada,
sendo o furo preenchido com um cilindro de madeira que os xavantes acreditam ser
indutor de sonhos. Atualmente, os xavantes jovens criaram
uma analogia entre esses cilindros e as antenas: os cilindros seriam como
"antenas" que captam os pensamentos dos ancestrais xavantes durante
os sonhos. Após o ritual, os jovens passam a ser considerados adultos e voltam
ao convívio social com
a tribo.
A alimentação tradicional dos xavantes baseia-se
na coleta de raízes silvestres,
castanhas e frutos, principalmente pelas mulheres. Complementa-se
com a caça e a pesca praticadas pelos homens. Secundariamente, existe o cultivo de milho (principal
produto agrícola, muito importante nos mitos xavantes), feijão e abóbora.
Os xavantes falam a língua aquém, porém os homens costumam falar a língua portuguesa quando
se relacionam com não xavantes. A maioria das mulheres e crianças e alguns
velhos não sabem falar português.
Destaca-se, ultimamente, a grande popularidade da prática
do futebol entre os xavantes. Também tem
aumentado o número de xavantes cristãos, devido à ação de missionários nas aldeias. Isso tem gerado
críticas por parte dos defensores da cultura xavante tradicional.
Comentários
Postar um comentário