17 DE JUNHO DE 2021 - COLUNA JCF TRADIÇÃO E CULTURA - NL Nº. 0151-2021 -
A GUERRA DOS EMBOABAS - JCF
COLUNA
JCF
DESDE
11/05/2015
JCF Clovis - Tradição e Cultura
Viajando
pela historia e cultura
0151/2021
– A GUERRA DOS EMBOABAS
16/06/2021- NESTA EDIÇÃO Nº 0151- 2021 FAREI O REGISTRO RESUMIDO DA GUERRA
DOS EMBOABAS
1ª FONTE: https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_dos_Emboabas
A Guerra dos Emboabas foi um confronto travado de 1707 a 1709 pelo
direito de exploração das recém-descobertas jazidas de ouro na região do atual
estado de Minas Gerais, no Brasil. O conflito contrapôs os desbravadores
vicentinos e os forasteiros que vieram depois da descoberta das Minas.
Guerra dos Emboabas
A Guerra dos Emboabas foi
um confronto travado de 1707 a 1709 pelo
direito de exploração das recém-descobertas jazidas de ouro na região do atual
estado de Minas Gerais,
no Brasil. O conflito contrapôs os desbravadores vicentinos e
os forasteiros que vieram depois da descoberta das minas. O primeiro grupo,
formado pelos bandeirantes paulistas, havia
descoberto a região das minas e, por esta razão, reclamava a exclusividade de
explorá-las. Já o grupo heterogêneo composto de portugueses provenientes da
Europa e migrantes das demais partes do Brasil, sobretudo da costa leste nordestina,
liderado por Manuel Nunes Viana,
era pejorativamente apelidado de "emboabas" pelos paulistas.
Em novembro de 1708, Cachoeira do Campo,
hoje distrito de Ouro Preto, foi um dos palcos do sangrento conflito
envolvendo os direitos de exploração de ouro na futura Capitania de Minas Gerais. Este episódio não foi todo
esclarecido ainda, sendo que, nele, várias passagens permanecem obscuras. Uma
das teses levantadas é a que diz que tudo começa quando a frente
luso-nordestina se choca com os paulistas subindo o rio São Francisco com
seu gado.
Guerra dos Emboabas – 1707 – 1709
Local |
|
Desfecho |
Derrota dos paulistas. |
Os emboabas
Logo que a notícia da
descoberta do ouro se espalhou, milhares de pessoas se deslocaram para a
região, ficando pejorativamente conhecidos como "emboabas". O termo é
proveniente do termo da língua geral paulista mbóaba,
que significa literalmente "pata peluda" (mbó, pata + aba,
peluda). Originalmente, o termo designava as aves com pernas cobertas de penas.
Como os forasteiros sempre usavam calças e sapatos, ao contrário dos
bandeirantes, estes começaram a utilizar o termo para se referir aos
forasteiros.
Em sentido diverso, segundo o Dicionário Houaiss, emboaba seria
a junção das palavras tupis mbo ("fazer que")
+ aba ("ferir"), sendo que mbo'aba seria
um epíteto coletivo, aplicado a um grupo, e não apenas a um indivíduo. Assim,
"os que invadem, agridem".
Contexto
A corrida pelo ouro atraiu,
para a região, cerca de 50 mil pessoas "que fervilhavam à beira dos rios e
caminhos, nos sertões distantes e inóspitos". Os bandeirantes se achavam com maiores direitos
sobre o ouro das minas, seja por eles terem sido os descobridores do lugar,
seja por aquela região fazer parte da capitania de São Vicente, seja pela debilidade
recente demonstrada pela coroa portuguesa ao ter de recorrer à ajuda dos
bandeirantes paulistas para vencer a Guerra dos Palmares e a Confederação dos Cariris. Prova
disso foi petição da Câmara de São Paulo,
de 7 de Abril de 1700,
que requereu que a outorga do território aurífero fosse dada exclusivamente
pelas autoridades dessa capitania. Teve papel, no conflito, o protetor de Manuel Nunes Viana, Pascoal da Silva Guimarães.
Enquanto isso, os colonos da Bahia e de Pernambuco estavam muito mais ligados aos reinóis portugueses que aos colonos paulistas. Os nomes que trocaram entre si mostravam suas diferenças. Os da terra eram chamados de "nômades", ou "bandoleiros sem lei"; estes, por sua vez, apelidaram os estrangeiros e os vindos de outras capitanias brasileiras de "emboabas".
Para os paulistas, aqueles que não participaram dos esforços na
procura de ouro não deveriam ter os mesmos direitos na exploração. A tensão entre os paulistas (também
chamados de vicentinos) e os demais exploradores crescia, motivada pelo aumento
no fluxo populacional e pela insistência dos paulistas e emboabas de
controlarem a região.
Apesar de se misturarem pelas regiões povoadas das minas,
paulistas e emboabas não se uniam: ao contrário, se juntavam cada grupo com um
representante. O ex-bandeirante Manuel de Borba Gato era
o líder dos paulistas, enquanto os emboabas eram liderados por Manuel Nunes Viana,
português que veio para Bahia jovem,
e era conhecido por atos de coragem que o trouxeram para a região onde era
proprietário de lucrativas minas.
Outra causa da guerra seria o alto preço dos mantimentos,
inclusive pela limitada oferta em ocasião do aumento da demanda. Os
comentários de Antonil em 1709 o
provam e se tornou clássico o trecho em que relata: "a abundância de
mantimentos e de todo o usual que hoje há nas Minas e do pouco caso que se faz
dos preços extraordinariamente altos: um alqueire de farinha em São Paulo
custava 640 réis, mas em Minas 43 000 réis! E assim por diante,
uma libra de açúcar 120 réis em São Paulo e 1 200 nas Minas, uma galinha de 160
para 4 000 réis etc." Eliane Teixeira Lopes cita, em sua obra, um ensaio
de Eduardo Frieiro, "Feijão, angu e couve", de 1966,
que corrobora os acontecimentos. E J. Soares de Mello, em seu livro
"Emboabas", de 1979, página 48, comenta: "Foi na
época da fome como medida de prudência que Artur de
Sá concedeu a Amaral Gurgel o estanco ou monopólio dos
açougues. Não tardaram nada os abusos. O povo foi esmagado. E quando o
monopólio chegou aos seus anos derradeiros e veladamente começaram as
transações para o prorrogar, os paulistas se levantaram."
Por carta, o rei, para suprir a
falta de gado, ordenara a dom
Álvaro conceder a maior parte possível das terras entre o Rio
de Janeiro e a serra dos Órgãos "com a obrigação de cada
um dos donatários de
pôr um curral de gado dentro de dois e até três anos no sitio que se lhes der,
por se entender que com a fertilidade destas terras abundarão as capitanias em
gado." Mas nada era assim tão simples. Em 1702,
o governador dom Álvaro da Silveira e Albuquerque fizera
doação, aumentando o domínio de Muribeca, no Espírito Santo, propriedade do
colégio dos jesuítas do Rio de Janeiro, fundado no século XVII em terras doadas
pelo Conde de Castelo Melhor, e que em 1701 possuía
apenas 1 630 cabeças de gado - enquanto isso, suas fazendas no Rio e em Santa
Cruz, Campos dos Goitacases e Campos Novos de São João em 1701 teriam 20 mil.
Foram baldadas, de 1702 a 1705,
as providências do governador da Bahia,
dom Rodrigo da Costa,
para obstar a emigração que, das províncias beira-mar, se estava dando para as
minas descobertas no atual Estado de Minas, principalmente vinda da Bahia,
donde se transportavam muitas pessoas com seus escravos. Dom Rodrigo estabeleceu
diversos presídios no interior para apreensão de escravos que fossem conduzidos
para as minas. O ouro foi a pedra ímã, uma veemente atração: e formaram-se dois
partidos, o dos paulistas e o dos emboabas. O historiador Diogo de Vasconcelos comenta:
"paulistas e taubateanos teriam declarado talvez guerra pela posse de
terrenos em Minas se não surgissem os forasteiros, inimigo comum que os
amedrontou e uniu. Do reino, vinha o exemplo - formado de senhorios e conselhos
autônomos, fabricado aos poucos e aos pedaços, federação de distritos fundidos
pela política e nacionalizados pela história. Quando, no Brasil, as capitanias
passaram a ser incorporadas à Coroa, ao governo direto do reino, o fizeram na
forma por que antes existiam, não se tinha concebido a ideia abstrata e
consolidária da pátria: forasteiro, para a gente paulista, ou quase inimigo,
era o natural de outras províncias, porque entendiam pertencer-lhes domínio
exclusivo das minas por eles descobertas e povoadas no sertão."
O conflito
Datam de 1706 as
primeiras dissensões no arraial da Ponta do Morro, depois do Rio das Mortes,
pela "morte injusta e tirânica que fez um paulista de um humilde
forasteiro que vivia de uma pobre agência". Outro cronista diz por haver
alguns índios carijós embriagados matado um português. Diogo
de Vasconcelos, por sua vez, descreve: "Viajando por ali uns carijós para
São Paulo, entraram a beber na venda de um novato reinol; rivalidade era tema
assentado de todas as conversas; os carijós começam a falar de reinóis,
defendidos pelo novato, pouco experiente, entre a bebida, houve altercação, e
no ardor da discussão, foi morto o português pelos carijós. Fugiram estes pelo
brejo do vale, saindo assim na lagoa Jucunem , e houve dois dias de batida para
os descobrir - voltaram os do arraial, os moradores tinham-se reunido e
determinado enviar ao Rio uma comissão de procuradores pedir a dom Fernando
Martins Mascarenhas Lencastre compadecer-se da situação e lhes
mandar autoridade para reprimir malfeitores e bandidos."
Em 1707, no Arraial Novo do Rio das
Mortes, dois chefes importantes dos paulistas foram linchados pelos
emboabas. Com medo de uma vingança, fugiram para a mata, ficando apenas um
pequeno grupo na resistência. Os paulistas, apesar de terem motivos para agir,
limitaram-se a enterrar seus chefes, e não enfrentaram os emboabas. Isso
encorajou os emboabas que haviam fugido para a mata a voltar e a não mais se
aterrorizarem com os paulistas.
Não se deve pensar, segundo os historiadores, que estava em jogo
apenas o ouro: intervieram, também, criadores de gado e não apenas mineradores
emigrados de São Vicente. Os criadores reagiram ao sistema de contratos com o
objetivo de assegurar, com exclusividade, o fornecimento a açougues de animais
para o abate e de arbitrar a venda da carne ao consumidor.
Vou abortar esta edição e
retornar em outra próxima para concluir o tema escolhido...jcf
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