29 DE SETEMBRO DE 2021 - COLUNA JCF - YTADIÇÃO E CULTURA... edição nº 0255-2021 (2ª temporada) porto velho - trilhando na historia - parte 1
COLUNA
JCF – TRADIÇÃO E CULTURA
JCF
Clovis - Tradição e Cultura
Viajando
pela historia e cultura
0255-2021
– TRILHANDO NA HISTORIA – PORTO VELHO
28/09/2021 – É sabido que resido nesta
Rondônia e mais precisamente na Capital Porto velho esta edição 0255-2021 iniciarei
recontando historia de Rondônia e claro que como abertura desta série de
“Rondônia nos trilhos da historia na Historia...JCF
Borracha, ferro, suor e sangue: Conheça a História de como Porto
Velho começou
A capital
completa 105 anos nesta quarta-feira (2). O G1 entrevistou historiadores para
relembrar a história local.
Por Ana Kézia Gomes, G1 RO
Os navios e embarcações no Porto Velho com farol à noite - Imagem em Alta Resolução
Porto Velho completa 105 anos de "criação" neste 2 de outubro de 2019. A história da cidade é quase sempre contada a partir da construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, mas outro ponto de partida pode ser traçado: 40 léguas* acima da cidade de Santo Antônio, onde existia o núcleo de povoamento São João Batista do Crato.
Segundo o historiador
Dante Fonseca, a comunidade de Crato foi criada em 1798 para dar apoio aos
viajantes durante as expedições de navegação no Rio Madeira. As pesquisas do
historiador apontam que em 1866 quase 6 mil pessoas moravam no distrito de
Crato.
Já Santo Antônio surgiu
devido a produção extrativista da borracha que gerou crescimento na navegação.
Com o passar do tempo, por causa da maior comodidade, ela virou favorita no
roteiro de viagens pelo Rio Madeira, no lugar de Crato.
Ainda de acordo com Dante, em Santo Antônio
foram construídos galpões para guardar as mercadorias. Além disso foi criado um
comércio para equipar as tripulações de embarcações durante a espera pelas
cargas que subiam e desciam o Madeira.
O monumento tombado que
resiste até hoje é a Capela de Santo Antônio de Pádua, a primeira construída no
estado de Rondônia e se diferencia de uma igreja por não possuir pia batismal.
Capela Santo Antônio de
Pádua em Porto Velho — Foto: Ana Kézia Gomes/G1
Porto Velho
Quando
a última tentativa de construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré começou, em
1907, Porto Velho surgiu como novo núcleo de povoamento.
Crato deu lugar a Santo
Antônio, e esse deu lugar a Porto Velho - criado oficialmente como município em
2 de outubro de 1914.
Cidade construída também
a partir da lenda do Eldorado, ela é indígena, boliviana, inglesa, africana,
norte-americana, grega, peruana, libanesa, caribenha muitas outras.
Canteiro de obras da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, em 1910, no momento em que trabalhadores montavam uma locomotiva — Foto: Luiz Brito/Divulgação
Tudo começou a partir do
desejo de transportar o líquido branco que saia das seringueiras. O interesse e
o capital estrangeiro perceberam que seria mais fácil levar a borracha sob o
ferro do que pela natureza selvagem dos trechos encachoeirados.
Porém o trabalho internacional não foi suficiente para vencer a floresta, como
mostram as duas primeiras tentativas de construção da EFMM.
Secadores da borracha em
Porto Velho — Foto: IBGE/ Arquivo
Na primeira, em 1872, a Public Works que
não conhecia o território, nem a fauna e flora, por isso perdeu para a
natureza. O placar ficou 2 a 0 quando a empresa P.&T. Collins, contratada
pelo coronel Church, foi encarregada da segunda tentativa de construção da
ferrovia. Dessa vez, principalmente, as revoltas dos trabalhadores provocadas
pela falta de pagamento levou o empreendimento ao fracasso.
Somente em 1907 a
terceira tentativa acontece. O responsável pela execução foi Percival Farquhar,
um engenheiro norte-americano que trabalhava para a Madeira-Mamoré Railway CO.
Com maior experiência
técnica do local e com estratégia a ferrovia foi aos poucos, dormente por
dormente, fazendo Porto Velho surgir.
Locomotiva na Estrada de Ferro Madeira-Mamoré — Foto: IBGE/
Arquivo
"
Porto Velho foi nascendo, assim,
estrangeira, alienígena, no dizer de alguns, por conter em seu território um
número significativo de trabalhadores estrangeiros e por tentar impor uma nova
ordem à selva e a seus habitantes. A cidade que aos poucos ia se esboçando
tentou abandonar de imediato todos os símbolos impeditivos ao projeto de
construção da ferrovia. Um exemplo claro é o fato de Porto Velho nascer à beira
do rio, porém de costas para ele", explica a historiadora Mara Centeno.
Não há registros
oficiais precisos sobre a quantidade de pessoas que morreram durante a
construção da Ferrovia do Diabo, há quem acredite que cada dormente representa
um trabalhador morto na estrada. Mas é certo que os cemitérios de Porto Velho também ajudam a contar essa
história.
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