04 DE OUTUBRO DE 2021 - COLUNA JCF - TRADIÇÃO E CULTURA - 2ª TEMPORADA - EDIÇÃO Nº 0259 - 2ª TEMPORADA...TEMA: A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA
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11/05/2015
JCF Clovis - Tradição e Cultura
Viajando
pela historia e cultura
0258/2021
– A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA
04/10/2021 – NESTA EDIÇÃO Nº 0258-2021
TEREMOS O REGISTRO DA REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA...JCF
1ª FONTE: https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Pernambucana
Revolução
Pernambucana
A Revolução Pernambucana, também conhecida como Revolução dos Padres, foi um movimento de caráter liberal e republicano que eclodiu no dia 6 de março de 1817 em Pernambuco, no Brasil. Dentre as suas causas, destacam-se a influência das ideias iluministas propagadas pelas sociedades maçônicas, o absolutismo monárquico português e os enormes gastos da Família Real e seu séquito recém-chegados ao Brasil — a Capitania de Pernambuco, então a mais lucrativa da colônia, era obrigada a enviar para o Rio de Janeiro grandes somas de dinheiro para custear salários, comidas, roupas e festas da Corte, o que dificultava o enfrentamento de problemas locais (como a seca ocorrida em 1816) e ocasionava o atraso no pagamento dos soldados, gerando grande descontentamento no povo pernambucano.
Único movimento por liberdade
do período de dominação portuguesa que
ultrapassou a fase conspiratória e atingiu o processo de tomada do poder,
a Revolução Pernambucana provocou o adiamento da aclamação de João VI de Portugal como Rei e
o atraso da viagem de Maria Leopoldina
de Áustria para o Rio de Janeiro, mobilizando forças políticas e
suscitando posicionamentos e repressões em todo o Reino
do Brasil. Foi durante a insurreição de 1817 que a República foi proclamada pela primeira
vez em terras brasileiras.
A repressão foi violenta.
Quatorze revoltosos foram executados pelo crime de
lesa-majestade (a maioria enforcados e esquartejados, enquanto
outros foram fuzilados), e centenas morreram em combate ou na
prisão. Ainda em retaliação, Dom João VI desmembrou
a então comarca das Alagoas do
território pernambucano (sete
anos mais tarde, Dom Pedro I tiraria
de Pernambuco as terras que
correspondem ao atual Oeste da Bahia como
punição pela Confederação do
Equador). Apenas na data de sua coroação, em 6 de fevereiro de
1818, Dom João VI ordenou
o encerramento da devassa. Diferentemente da Inconfidência Mineira,
cujo mártir Tiradentes era
trabalhador braçal, e da Conjuração Baiana,
que resultou na execução de quatro jovens negros e pardos, no movimento pernambucano os homens condenados à morte
eram em sua maioria brancos e de classes sociais mais abonadas.
A Revolução Pernambucana contou
com relativo apoio internacional: os Estados Unidos, que dois anos antes tinham
instalado no Recife o seu primeiro Consulado no Brasil e no Hemisfério Sul devido às relações
comerciais com Pernambuco, se mostraram favoráveis à insurreição, bem como os
ex-oficiais de Napoleão Bonaparte que
pretendiam resgatar o seu líder do cativeiro em Santa Helena,
levá-lo a Pernambuco e
depois a Nova Orleans. Os revolucionários,
oriundos de várias partes da colônia, tinham como objetivo principal a
conquista da Independência do
Brasil em relação a Portugal, com a implantação de uma república
liberal. O movimento abalou a confiança na construção do império americano
sonhado por Dom João VI, e por este motivo é considerado o precursor da independência
conquistada em 1822.
Antecedentes
No começo do século XIX, Pernambuco era a capitania mais rica do Brasil. Recife e Olinda, as duas maiores urbes pernambucanas, tinham juntas cerca de 40 mil habitantes (o Rio de Janeiro, capital da colônia, possuía 60 mil habitantes). O porto do Recife escoava grande parte da produção de açúcar — das centenas de engenhos da Zona da Mata, cujo litoral se estendia da foz do rio São Francisco até a vila de Goiana —, e de algodão. Além de sua importância econômica e política, os pernambucanos tinham participado de diversas lutas libertárias. A primeira e mais importante tinha sido a Insurreição Pernambucana, em 1645. Depois, na Guerra dos Mascates, foi aventada a possibilidade de proclamar a independência de Olinda.
As ideias liberais que entravam em terras
brasileiras junto com os viajantes estrangeiros e por meio de livros e de outras
publicações, incentivavam o sentimento de revolta entre a elite pernambucana,
que participava ativamente, desde o fim do século XVIII, de sociedades secretas. Em 1796,
o naturalista Manuel Arruda Câmara fundou
a Sociedade Secreta
Areópago de Itambé, primeira loja maçônica do Brasil, que difundiu
ideias libertárias, contra a repressão colonial. Havia ainda a Patriotismo,
a Restauração, a Pernambuco do Oriente e a Pernambuco
do Ocidente, que serviam como locais de discussão e difusão das "infames
ideias francesas". Nelas, reuniam-se intelectuais religiosos e
militares, para elaborar planos para a revolução.
Em 1801 ocorreu a Conspiração dos Suassunas, cujo objetivo era constituir em Pernambuco uma república sob a proteção de Napoleão Bonaparte. Participaram os membros do Areópago e do Seminário de Olinda, com a liderança de Francisco de Paula, Luís Francisco e José Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque, proprietários do Engenho Suassuna e homens de relevo econômico e social. Dois dos irmãos Suassuna foram presos e tiveram seus bens sequestrados, e o terceiro, que se encontrava em Lisboa, de onde se correspondera comprometedoramente com os dois outros, fugiu para a Inglaterra. Os irmãos estariam, supõe-se, à espera de um ataque espanhol ao Reino de Portugal, decorrente da aliança entre Paris e Madri, pelo que tentaram criar um governo de defesa da capitania — um ensaio prematuro da fórmula de emancipação adotada depois na América hispânica.
Causas imediatas
·
Presença maciça de portugueses na liderança do governo e na
administração pública;
·
Criação de novos impostos por Dom João VI provocando
a insatisfação da população pernambucana. Segundo escritor inglês então
residente no Recife, era grande a insatisfação local ante a obrigatoriedade de
se pagarem impostos para a manutenção da iluminação pública do Rio de Janeiro,
enquanto no Recife era praticamente inexistente a dita iluminação;
·
Grande seca que havia atingido a região em 1816 acentuando a
fome e a miséria e ocasionando uma queda na produção do açúcar e do algodão,
produtos que eram a base da economia de Pernambuco e que começaram a sofrer
concorrência do algodão nos Estados Unidos e
do açúcar na Jamaica;
·
Influências externas com a divulgação das ideias liberais e
iluministas, que estimularam as camadas populares de Pernambuco na organização
do movimento de 1817;
· A crescente pressão dos abolicionistas da Europa que vinha criando restrições gradativas ao tráfico de escravos, mão de obra que se tornava cada vez mais cara e que era o motor de toda a economia agrária pernambucana;
O decorrer da revolução
A revolução iniciou-se com a ocupação do Recife, em 6 de março de 1817. No regimento de artilharia, o capitão José de Barros Lima, conhecido como "Leão Coroado", reagiu à voz de prisão e matou a golpes de espada o comandante Barbosa de Castro. Depois, na companhia de outros militares rebelados, tomou o quartel e ergueu trincheiras nas ruas vizinhas para impedir o avanço das tropas monarquistas. O governador Caetano Pinto de Miranda Montenegro refugiou-se no Forte do Brum, mas, cercado, acabou se rendendo.
cONTINUA NA EDIÇÃO Nº 0259 COM A PARTE 2...JCF
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