29 DE NOVEMBRO DE 2021 - COLUNA JCF TRADIÇÃO E CULTURA - EDIÇÃO Nº 0305-2021-TEMA: RESUMO BIOGRÁFICO DE DAZRCY RIBEIRO...JCF
COLUNA
JCF
DESDE
11/05/2015
JCF Clovis - Tradição e Cultura
Viajando
pela historia e cultura
0305/2021
– DARCI RIBEIRO
28/11/2021 – NESTA EDIÇÃO Nº 0304-2021
FAREI O REGISTRO BIUOGRÁFICO DO INDIGENISTA DARCI RIBEIRO......JCF
1ª FONTE: https://fundar.org.br/etnologo-e-indigenista/
Darcy com pintura Kadiwéu, Mato Grosso do Sul, 1947
Darcy Ribeiro
graduou-se em Etnologia pela Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo
em 1944 e as contribuições do sociólogo Donald Pierson e do antropólogo alemão
Herbert Baldus foram importantes para sua formação intelectual. Darcy foi
também fortemente inspirado pelo espírito humanitário e pelo respeito aos povos
indígenas de Cândido Mariano da Silva Rondon que o indicou para o cargo de
etnólogo do Serviço de Proteção aos Índios, onde realizou pesquisas de campo
junto a diversos grupos indígenas, a exemplo dos Bororo, Xokleng, Kaiowá,
Terena, Ofaié, Guarani e, principalmente, os Kadiwéu e os Urubu Kaapor. Alguns
dessas pesquisas geraram trabalhos reconhecidos como Religião e Mitologia Kadiwéu (1950),
vencedor do Prêmio Fábio Prado de Ensaios e Arte Plumária dos Índios Kaapor, escrito em
parceria com sua esposa, a antropóloga Berta G. Ribeiro.
Ainda no SPI, na chefia da Seção de Estudos, Darcy concebeu o Museu do
Índio, inaugurado em 1953 no Rio de Janeiro e reconhecido pela Unesco
-Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura – como o
primeiro no mundo contra o preconceito e com o objetivo de difundir a cultura
indígena e promover o respeito aos povos indígenas. É também no Museu do Índio
que Darcy Ribeiro, juntamente com o antropólogo Eduardo Galvão, organizou o
primeiro Curso de Pós-Graduação em Antropologia Cultural.
Tornou-se professor de Etnologia na Faculdade Nacional de Filosofia da
Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, cargo para o qual é reconduzido,
após a anistia, em 1979, na condição de professor titular.
Darcy entre os Urubu-Kaapor, Maranhão, 1949
A
criação do Parque Indígena do Xingu, em 1961, representou um marco do
indigenismo, estabelecendo novos parâmetros de reconhecimento e regularização
de terras indígenas. Concebido pelos antropólogos Darcy Ribeiro e Eduardo
Galvão e pelos sertanistas Villas-Boas, ainda na década de 1950, todos imbuídos
de uma visão rondoniana, o Parque do Xingu constituiu-se num novo modelo para a
demarcação de terras indígenas, ao considerar a intrínseca relação dos índios
com os ambientes naturais que habitavam, em uma concepção simbiótica da
necessidade de preservar uma extensa área de natureza como forma de garantir a
sobrevivência desses povos e a perpetuação de suas culturas.
A obra
de Darcy Ribeiro no campo da Antropologia é vasta, com edições no Brasil e no
exterior. No exílio, após o golpe de 1964, Darcy Ribeiro escreveu a coleção
Estudos de Antropologia da Civilização composta cinco livros: Processo Civilizatório (1968), As Américas e a Civilização, Os índios e a civilização, Dilema da América Latina e Os Brasileiros–Teoria do Brasil. Essa
coleção só foi concluída, ao final de sua vida, com O Povo Brasileiro, na qual
Darcy consolida suas reflexões sobre a formação e a realidade do país.
Sua
experiência e encantamento com os povos indígenas ficaram presentes ao longo de
sua vida marcando, direta ou indiretamente, seus fazimentos.
Visita
dos integrantes do 1º Seminário Latino-americano de Ciências Sociais ao Museu
do Índio. Rio de janeiro, 9/12/1955. BR_RJANRIO_EH_0_FOT_EVE_08066_d000
O melhor professor que tive foi Herbert Baldus, poeta prussiano e
etnólogo apaixonado de nossos índios. Frequentei por três anos seu seminário
pós-graduado de etnologia brasileira (…) Aprendi muito com Baldus. Aprendi
sobretudo a fazer meu, seu ideal científico de estudar a natureza humana pela
observação dos modos de ser, de viver e de pensar os índios do Brasil”
Darcy Ribeiro, in Confissões
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