18 DE FEVEREIRO DE 2022 - COLUNA JCF - TRADIÇÃO E CULTURA - EDIÇÃO Nº 00156-2022 TEMA - OS INDÍGENAS MUNDURUNCUS - JCF
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Clovis - Tradição e Cultura
Viajando
pela história e cultura
00156-2022-2022-
Nesta
edição nº 0156-2022 vou fazer o registro DOS INDÍGENAS MUNDURUNCUS –
Nesta Edição nº 00156/2022 farei o registro dos
indígenas MUNDURUNCUS- Cultura e Costumes
1ª fonte: Mundurucus – Wikipédia, a
enciclopédia livre (wikipedia.org)
Mundurucus
Os Mundurucus, também
chamados Munduruku, Weidyenye, Paiquize, Pari, Maytapu e Caras-Pretas,
e autodenominados Wuyjuyu ou Wuy jugu, são
um grupo indígena
brasileiro que habita as áreas indígenas Cayabi,
Munduruku, Munduruku II, Praia do Índio, Praia do Mangue e Sai-Cinza, no
sudoeste do estado do Pará; as terras
indígenas Coatá-Laranjal e São José do Cipó, no leste do estado do Amazonas; e a Reserva Indígena Apiaká-Kayabi, no oeste do
estado do Mato Grosso. Têm uma
população de 11 630 (Fundação
Nacional de Saúde, 2010 ou mais indivíduos, distribuídos em cerca de
trinta aldeias.
História
Segundo seu mito de origem, os mundurucus foram criados por Karosakaybo na aldeia Wakopadi, próximo às cabeceiras do rio Krepori. Na segunda metade do século XVIII, começaram os primeiros contatos registrados com os não índios. Nessa época, os mundurucurus dominavam o vale do rio Tapajós, região que era conhecida como Mundurucânia. na mesma época os mundurucus iniciaram uma perseguição sistemática aos índios mura, que habitavam o baixo Rio Madeira, levando estes a buscarem abrigo junto aos portugueses. Tornaram-se conhecidos pelos colonizadores como caçadores de cabeças, aterrorizando as primeiras vilas portuguesas na área, o que levou os administradores locais a solicitar à Coroa armas e proteção militar. Foram cogitadas expedições punitivas, mas sua terra de origem, o Alto Tapajós, ainda era pouco acessível e uma intervenção direta se revelou inviável. Por isso os portugueses preferiram a estratégia de formar alianças.
Falam
a língua mundurucu, a qual pertence à família linguística mundurucu e ao tronco linguístico tupi.
O nome "mundurucu" é o nome com que um grupo rival dos mundurucus,
os parintintins, os denominam. Significa "formigas
vermelhas" e é uma referência ao ataque em massa que os mundurucus
costumavam realizar sobre seus inimigos.
Foi
estabelecido um acordo de paz, e então os mundurucus se tornaram importantes
aliados dos portugueses em suas lutas contra outros povos indígenas, além de os
auxiliarem de outras formas, fornecendo alimentos e extraindo borracha. Em
função desta condição de aliados, os mundurucus puderam preservar uma notável
autonomia durante o período colonial.[4]
Seu povo foi impactado pela revolta da Cabanagem (1835-1840), quando índios foram perseguidos e mortos e muitos buscaram refúgio em lugares afastados. Nesta época o Estado mudava seu tratamento dos mundurucus, passando a vê-los como inimigos ou indesejados e procurando desalojá-los de suas terras. A partir de então a perseguição, o desrespeito e a violência marcariam suas relações com os brasileiros....
A partir
de meados do século XIX, o advento
do ciclo da borracha marcou
o aumento da presença de não índios em território tradicional mundurucu. Isso,
junto com o estabelecimento de uma missão franciscana em suas terras em 1872 e
a ocorrência de epidemias de sarampo, exerceriam um profundo impacto em seu
modo de vida, fazendo com que a maioria da população deixasse suas aldeias
tradicionais nas áreas de campo para se fixar às margens de alguns rios,
especialmente o Cururu, onde suas tradições e costumes passaram por uma
transformação. Na década de 1940 esse processo foi acelerado com a chegada do
Serviço de Proteção aos Índios, que criou em 1940 o Posto de Atração Kayabi, no
Rio São Manoel, e em 1942 o Posto de Atração Munduruku, no rio Cururu.
Terras indígenas
Ainda década de 1940 iniciou um movimento para demarcação das terras mundurucu, que só chegou a bom termo com sua homologação em 2004, mas apesar da demarcação, o território foi reconhecido pelo Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação apenas em abril de 2016, e ainda não estava devidamente demarcado. Assim, os mundurucu decidiram iniciar por conta própria a demarcação efetiva. Encontraram madeireiras em operação ilegal e iniciaram conflitos e ameaças às lideranças indígenas.
A posse ainda é disputada e
as terras são frequentemente invadidas e exploradas ilegalmente. Entre 2017 e
2018 o desmatamento ilegal
nas suas terras aumentou seis vezes. Nos anos recentes o garimpo é o principal
responsável pela destruição, além de contaminar os rios com substâncias
tóxicas. Para Danicley Aguiar, do Greenpeace, "os Munduruku sobreviveram a
519 anos de guerras e massacres, mas agora temem pelo futuro, porque a ameaça
de hoje não se limita a destruir florestas e rios. Ela desestrutura também a
organização social e política desse povo .
Por outro
lado, segundo Scopel, Dias-Scope & Langdon, "a demarcação da terra
indígena dinamizou a memória coletiva e impulsionou os diversos segmentos da
sociedade Munduruku à ação, à participação e à colaboração, reforçando
coesivamente sua própria coletividade. [...] A reconquista do território,
segundo os próprios Munduruku da TI Kwatá Laranjal, é vista como um passo
importante para a garantia de sua reprodução biossocial. Nesse processo, os
indígenas estabeleceram e adquiriram habilidade em diversas práticas de
organização social, que permitiram efetivar tal reprodução, a exemplo da
organização de conselhos de líderes e de reuniões, da participação dos jovens
etc. Conclui-se que o envolvimento coletivo em atividades políticas se
constituiu como uma estratégia coletiva de sobrevivência".
FINALIZANDO.......
Atualidade
Protesto
de índios mundurucu contra a Usina de Belo Monte.
Atualmente, o Estado mantém políticas ambíguas
de hidrovias. Seus repetidos protestos e
reivindicações raramente recebem resposta positiva de governos que já
empregaram violência para fazer valer interesses econômicos na região. Também
enfrentam a ameaça de perda de suas tradições e costumes. Vários desses
empreendimentos destroem lugares que para eles são sagrados e fazem parte de
sua história social e cultural. Missões cristãs exercem há muitos anos uma
significativa influência no sentido de aculturar os
índios à civilização e convertê-los ao cristianismo, embora por outro lado
tenham desempenhado um papel na área de fomento da saúde e da educação,
inclusive desenvolvendo projetos de difusão da escrita em língua mundurucu.
- Segundo Dioney Gomes, "os historicamente famosos 'cortadores de cabeça', autodenominam-se wuyjuyu 'povo, gente, pessoas'. Considerada no passado 'uma das tribos mais guerreiras, poderosas e inteligentes do Brasil' (Hartt, 1884), essa comunidade indígena brasileira procura hoje 'cortar a cabeça' dos inimigos por meio da palavra, do diálogo. Não apenas disputas territoriais fazem parte dessa 'guerra', mas também disputas por saúde, educação e autopreservação linguística, social e cultural. [...] Povo organizado, com lideranças fortes e politicamente atuantes, os índios Mundurucus fazem parte de um movimento nacional que envolve dezenas de etnias indígenas, que buscam maior respaldo do Estado às suas demandas por saúde, educação e sobrevivência cultural e social".
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ATÉ A PRÓXIMA...JCF
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