24 DE MAIO DE 2022 - COLUNA JCF TRADIÇÃO E CULTURA - EDIÇÃO Nº 0251-2022 TEMA: AS CONSEQUÊNCIAS APÓS A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA -
COLUNA
JCF – DESDE 11/05/2015
JCF
Clovis - Tradição e Cultura
Viajando
pela historia e cultura
0251-2022
– AS CONSEQUENCIAS DA ABOLIÇÃO DA
ESCRAVIDÃO
23/05/2022 – MINHA COLUNA
CRIADA EM 15/05/2015 TEM O PERFIL DE PUBLICAR HISTORIA NACIONAL OU
INTERNACIONAIS E SENDO ASSIM ESTA EDIÇÃO Nº 0251 - 2022 TERÁ O REGISTRO DAS
CONSEQUENCIAS ORIUNDAS DA ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL...JCF
Fonte: As
consequências da escravidão no brasil | Trabalhosfeitos
Quais foram as consequências da escravidão? As consequências da
escravidão para toda a sociedade brasileira foram imensas, a começar pela exclusão,
marginalização e práticas desumanas praticadas contra os escravos. Em segundo lugar tem-se a construção do racismo e do
preconceito étnico, onde o fenótipo negro e mestiço acabou sendo associado à ABOLIÇÃO...
As consequências da escravidão no brasil
Temos em nosso Brasil a mistura de várias raças que formam a identidade
de nosso povo, historicamente sabemos que os negros foram marginalizados pela
sociedade da época e isso refletiu negativamente para a realidade que temos
hoje.
Fazemos parte de uma sociedade de pré-conceitos
que foram estabelecidos ao longo de nossa história. Um destes conceitos,
erroneamente concebido coexiste nos dias de hoje que é a discriminação racial,
principalmente com os negros. É preciso considerar que este povo foi arrebatado
de sua pátria, na maioria das vezes pertencia a grupos diferentes, de
diferentes etnias, origens, línguas regionais/ nacionais e foram obrigados a
conviver todos juntos e a se entender num país estranho, sendo vistos como
seres inferiores pelos brancos.
A escravidão no Brasil foi uma instituição cruel que existiu durante
mais de 300 anos.
Escravidão no Brasil
A escravidão no Brasil foi uma instituição violenta e
desumana que existiu durante mais de 300 anos e foi responsável pela
escravização de milhões de indígenas e africanos.
A escravidão foi uma instituição que se estabeleceu no Brasil por volta da década de
1530, quando as primeiras medidas efetivas de colonização foram implantadas
pelos portugueses. Essa escravização ocorreu, a princípio, com os nativos, e,
entre os séculos XVI e XVII, foi sendo gradativamente substituída pela
escravização dos africanos que chegavam no Brasil pelo tráfico negreiro.
A escravidão no Brasil atendia à demanda dos portugueses por trabalhadores braçais (tipo
de trabalho que os portugueses desprezavam) e, nos séculos XVI e XVII, isso
está relacionado, principalmente, com o trabalho nas roças. A princípio, a
relação de trabalho utilizada pelos portugueses foi a do escambo com os
indígenas, mas logo optaram por implantar a escravidão.
A escravidão no Brasil foi tão cruel e a quantidade de africanos que
foram trazidos durante três séculos foi tão grande que a imagem do trabalhador
escravo em nosso país associou-se com a cor de pele do africano. Um sintoma
evidente do racismo que estava por trás da instituição da escravidão em nosso
país.
A escravidão no Brasil foi cruel e desumana e suas consequências,
mesmo passados mais de 130 anos da abolição, ainda são perceptíveis. A pobreza,
violência e a discriminação que afetam os negros no Brasil são um reflexo
direto de um país que normalizou o preconceito contra esse grupo e o deixou à
margem da sociedade.
Importante nos atentarmos que a escravidão também afetou milhões
de indígenas e
disseminou preconceitos em nosso país contra esse grupo também. O reflexo
direto disso, além do próprio preconceito contra os indígenas, foi a redução
populacional desses povos que de milhões de habitantes, no século XVI, passaram
para cerca de 800 mil, atualmente, segundo o IBGE.
Origem
A escravidão no Brasil foi
implantada nas primeiras décadas da colonização e aconteceu na década
de 1530, quando os portugueses implantaram o sistema das capitanias hereditárias e deram
início ao processo de colonização da América Portuguesa. Até então, a relação
de trabalho utilizada pelos portugueses baseavam-se no escambo com os indígenas
na exploração do
pau-brasil.
A partir de 1534, os portugueses implantaram as capitanias
hereditárias, com isso, passaram a incentivar o cultivo de cana-de-açúcar e o
desenvolvimento de engenhos para produzir açúcar.
Como essa era uma atividade complexa e que necessitava de mão de obra, os
portugueses encontraram na escravidão a saída para a falta de trabalhadores –
já que eles próprios não queriam realizar o trabalho pesado. Assim, o primeiro
grupo a sofrer com a escravização foram os indígenas.
Escravização dos indígenas
Os indígenas
foram o primeiro grupo a ser escravizado no Brasil e em outras partes da
América.*
Os indígenas foram a principal
mão de obra escrava dos portugueses até meados do século XVII, quando, então,
começaram a ser superados em números pelos escravos africanos. Escravizar um
indígena, em comparação com um africano, era muito mais acessível para os colonos
portugueses, mas uma série de questões tornavam essa prática mais problemática.
Primeiro, havia a questão cultural, uma vez que os índios não
estavam familiarizados com a ideia de trabalho contínuo para produção de excedente, o
que fazia parte da cultura europeia. Além disso, os indígenas eram vistos pelos padres jesuítas como
rebanho em potencial para serem convertidos ao catolicismo. Isso criava um
impasse muito grande, porque os colonos queriam escravizar os indígenas
irrestritamente, enquanto que os jesuítas criavam barreiras para isso.
Os conflitos entre colonos e
jesuítas foram frequentes, e foi muito comum que bandeirantes atacassem
missões jesuíticas para sequestrar os índios instalados lá e revendê-los como
escravos. De toda forma, a pressão dos jesuítas contra
a escravização dos indígenas poderia gerar inúmeros problemas jurídicos para os
colonos que não os escravizavam em caso de “guerra justa”.
A pressão dos jesuítas sobre a Coroa para proibir a escravização
dos indígenas resultou em uma lei proibindo a escravização dos
índios em 1570. Apesar da lei, os índios continuaram sendo
escravizados, sobretudo em locais que não tinham economia tão próspera, e que a
quantidade de africanos enviados era pequena.
Outro obstáculo para a escravização dos indígenas era a
suscetividade deles para doenças, como varíola, gripe, sarampo etc. A falta
de defesa biológica foi algo marcante na história da
colonização da América. Ao longo desse período, aconteceram inúmeras epidemias
que mataram indígenas aos milhares. A mortalidade dos indígenas também ocorria
por meio da guerra e da própria escravização.
Escravização de africanos
Os primeiros africanos começaram a chegar no Brasil na década de 1550 e
foram trazidos por meio do tráfico negreiro, negócio
que fez fortunas ao longo de três séculos. Os portugueses tinham feitorias
instaladas na costa africana, desde o século XV, e, desde então, mantinham
relações comerciais com reinos africanos, dos quais incluía a compra de
escravos.
A medida que a colonização do Brasil se desenvolveu, a necessidade por trabalhadores
era tão grande que fez que esse comércio prosperasse em larga escala. O sucesso
do tráfico negreiro está relacionado, dessa forma,
com a necessidade da colônia por trabalhadores e esse negócio foi altamente
lucrativo para os traficantes, assim como para a Coroa.
Ao longo dos 300 anos de existência do tráfico negreiro, cerca de 4,8
milhões de africanos foram trazidos para o Brasil, o que significa
que nosso país foi o que mais recebeu
africanos para serem escravizados ao longo de três séculos em todo o continente
americano.
O trabalho dos escravos africanos, a princípio, foi utilizado para
atender as demandas da produção de açúcar nos engenhos. A vida de um escravo
era dura e era marcada pela violência dos senhores e das autoridades coloniais.
A jornada diária de trabalho poderia se estender por até 20 horas por
dia e o trabalho no engenho era mais pesado e perigoso que trabalhar
nas plantações.
Nas moendas – local onde a cana era moída para extrair
o seu caldo – eram comuns acidentes que faziam com que escravos perdessem mãos
ou braços. Nas fornalhas e caldeiras – local
de cozimento do caldo da cana – as queimaduras eram o acidente mais comum que
atingia os escravos. Essa etapa do trabalho era tão dura, que era reservada
para os escravos mais rebeldes e fujões.
Engenhos grandes chegavam a possuir 100 escravos ou mais e, por isso, o
senhor de escravos nem sempre tinha contato direto com todos os escravos. Os
escravos dormiam no chão duro na senzala e lá eram monitorados
para evitar que fugissem. A alimentação era pobre e insuficiente, e
os escravos precisavam complementá-la com os alimentos obtidos de uma pequena
lavoura que cultivavam aos domingos.
Os escravos que trabalhavam na casa-grande, residência do senhor de
escravos, eram mais bem tratados, mais bem alimentados e mais bem-vestidos em
relação aos escravos que trabalhavam na lavoura ou no engenho. Existiam também
escravos que trabalhavam nas cidades em ofícios dos mais variados tipos.
Muitos dos escravos eram acorrentados para evitar que
fugissem e outros utilizavam máscaras de ferros, como a máscara de
flandres, utilizada para impedir os escravos de engolir diamantes (nas
regiões mineradoras), ou para impedir que se embriagassem ou mesmo para impedir
que cometessem suicídio por meio da ingestão de terra.
A violência praticada sistematicamente contra os escravos tinha o
objetivo de incutir-lhes o temor de seus senhores e impedir
que fugas e revoltas acontecessem. No caso das escravas, a violência ganhava
outra dimensão, pois além de tudo que sofriam em relação ao trabalho, ainda
eram vítimas de estupros frequentes praticados por seus senhores e feitores.
Os escravos rebeldes ou os que cometessem algum delito (por menor que
fosse) poderiam receber punições pesadas. Entre as punições praticadas contra
os escravos, podem ser destacados os açoitamentos. Muitos dos
escravos punidos com o açoite eram castigados com 300 ou mais chibatadas – o
suficiente para levar um ser humano à morte.
O historiador Thomas Skidmore resgatou um relato que afirma que “por
ofensas insignificantes jogavam seus escravos vivos na fornalha, ou os matavam
de várias maneiras bárbaras e desumanas”. A forca e o envenenamento também eram
formas utilizadas para executar os escravos.
Os escravos africanos, porém, não aceitavam a
escravização e a violência direcionadas a eles de maneira passiva. A história
da escravização africana no Brasil é marcada pela resistência e luta dos africanos que fugiam, formavam quilombos, revoltavam-se, matavam seus feitores e senhores etc. Dois
grandes episódios de resistência escrava foram a formação do Quilombo dos Palmares e a Revolta
dos Malês.
Fim da escravidão
O Brasil foi o último país do
continente americano a abolir o trabalho escravo e isso ocorreu por meio da Lei Áurea,
aprovada pelo Senado e assinada pela princesa Isabel,
em 13
de maio de 1888. O fim da escravidão no Brasil não
foi por um ato de bondade da monarquia brasileira, mas
foi uma conquista realizada por meio do engajamento popular e da resistência
dos escravos.
O abolicionismo ganhou força em nosso país a partir da década de
1870, mas um ponto de partida importante a ser considerado foi a proibição
do tráfico negreiro, que aconteceu por meio da Lei
Eusébio de Queirós, em 1850. Com essa lei, cortava-se a fonte
que renovava os números de escravos no território brasileiro.
A força do abolicionismo em
nosso país apresentou-se de diversas maneiras. Associações abolicionistas
surgiram aos montes no país, conferências abolicionistas foram organizadas,
eventos públicos realizados, levantaram-se fundos para pagar a alforria de
escravos, advogados passaram a atuar efetivamente contra senhores de escravos,
jornalistas publicavam textos defendendo a abolição e populares abrigavam
escravos fugidos em suas casas.
Os escravos também atuaram na desestabilização da escravidão e
realizavam fugas em massa ou fugas individuais, formavam quilombos que
se tornavam centros de resistência, organizavam revoltas que resultavam na
morte de seus senhores etc. A década de 1880 registrou inúmeros casos de
revoltas e fugas de escravos.
A pressão realizada pela população livre e pelos escravos era tamanha
que o clima de desordem no final da década de 1880 era
evidente: o Império não tinha mais o controle sobre a situação. Pressionado, o
Império teve de agir, dessa forma, aprovou-se a Lei Áurea em 13 de maio de
1888.
A reação da população mediante a lei
foi de festa, e as celebrações estenderam-se por dias. A
abolição, porém, não foi acompanhada por medidas de suporte aos negros
libertos, e eles continuaram sendo vítimas do preconceito, violência e sofreram
com a falta de acesso ao estudo e às boas oportunidades.
Completamente satisfeito termino esta edição voltando com outra onde
registrarei as consequências após a abolição...
ATÉ A PR[OXIMA...JCF
Comentários
Postar um comentário