23 DE JULHO DE 2022 - COLUNA JCF - TRADIÇÃO E CULTURA - EDIÇÃO Nº 304-2022 - TEMA: OS POVOS INDÍGENAS MUNDURUCUS...JCF

COLUNA JCF

JCF Clovis -  Tradição e Cultura

Viajando pela história e cultura

0304-2022-

Nesta edição nº 0304-2022 vou fazer o registro DOS INDÍGENAS MUNDURUNCUS –

Nesta Edição nº 00156/2022 farei o registro dos indígenas MUNDURUNCUS- Cultura e Costumes

1ª fonte: Mundurucus – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Mundurucus

Os Mundurucus, também chamados MundurukuWeidyenyePaiquizePariMaytapu e Caras-Pretas, e autodenominados Wuyjuyu ou Wuy jugu, são um grupo indígena brasileiro que habita as áreas indígenas Cayabi, Munduruku, Munduruku II, Praia do Índio, Praia do Mangue e Sai-Cinza, no sudoeste do estado do Pará; as terras indígenas Coatá-Laranjal e São José do Cipó, no leste do estado do Amazonas; e a Reserva Indígena Apiaká-Kayabi, no oeste do estado do Mato Grosso. Têm uma população de 11 630 (Fundação Nacional de Saúde, 2010 ou mais indivíduos, distribuídos em cerca de trinta aldeias.

 

JCF Clovis -  Tradição e Cultura

Viajando pela história e cultura

0304-2022-

Nesta edição nº 0304-2022 vou fazer o registro DOS INDÍGENAS MUNDURUNCUS –

Nesta Edição nº 00156/2022 farei o registro dos indígenas MUNDURUNCUS- Cultura e Costumes

1ª fonte: Mundurucus – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Descrição: Desenho de rosto de pessoa

Descrição gerada automaticamente com confiança média

Mundurucus

Os Mundurucus, também chamados MundurukuWeidyenyePaiquizePariMaytapu e Caras-Pretas, e autodenominados Wuyjuyu ou Wuy jugu, são um grupo indígena brasileiro que habita as áreas indígenas Cayabi, Munduruku, Munduruku II, Praia do Índio, Praia do Mangue e Sai-Cinza, no sudoeste do estado do Pará; as terras indígenas Coatá-Laranjal e São José do Cipó, no leste do estado do Amazonas; e a Reserva Indígena Apiaká-Kayabi, no oeste do estado do Mato Grosso. Têm uma população de 11 630 (Fundação Nacional de Saúde, 2010 ou mais indivíduos, distribuídos em cerca de trinta aldeias.

 

História

Segundo seu mito de origem, os mundurucus foram criados por Karosakaybo na aldeia Wakopadi, próximo às cabeceiras do rio Krepori. Na segunda metade do século XVIII, começaram os primeiros contatos registrados com os não índios. Nessa época, os mundurucurus dominavam o vale do rio Tapajós, região que era conhecida como Mundurucânia. na mesma época os mundurucus iniciaram uma perseguição sistemática aos índios mura, que habitavam o baixo Rio Madeira, levando estes a buscarem abrigo junto aos portugueses. Tornaram-se conhecidos pelos colonizadores como caçadores de cabeças, aterrorizando as primeiras vilas portuguesas na área, o que levou os administradores locais a solicitar à Coroa armas e proteção militar. Foram cogitadas expedições punitivas, mas sua terra de origem, o Alto Tapajós, ainda era pouco acessível e uma intervenção direta se revelou inviável. Por isso os portugueses preferiram a estratégia de formar alianças.

 

Falam a língua mundurucu, a qual pertence à família linguística mundurucu e ao tronco linguístico tupi. O nome "mundurucu" é o nome com que um grupo rival dos mundurucus, os parintintins, os denominam. Significa "formigas vermelhas" e é uma referência ao ataque em massa que os mundurucus costumavam realizar sobre seus inimigos.

Foi estabelecido um acordo de paz, e então os mundurucus se tornaram importantes aliados dos portugueses em suas lutas contra outros povos indígenas, além de os auxiliarem de outras formas, fornecendo alimentos e extraindo borracha. Em função desta condição de aliados, os mundurucus puderam preservar uma notável autonomia durante o período colonial.[4]

Seu povo foi impactado pela revolta da Cabanagem (1835-1840), quando índios foram perseguidos e mortos e muitos buscaram refúgio em lugares afastados. Nesta época o Estado mudava seu tratamento dos mundurucus, passando a vê-los como inimigos ou indesejados e procurando desalojá-los de suas terras. A partir de então a perseguição, o desrespeito e a violência marcariam suas   relações com os brasileiros...


 João, o chefe dos mundurucu em 1862. Ilustração de Auguste François Biard

A partir de meados do século XIX, o advento do ciclo da borracha marcou o aumento da presença de não índios em território tradicional mundurucu. Isso, junto com o estabelecimento de uma missão franciscana em suas terras em 1872 e a ocorrência de epidemias de sarampo, exerceriam um profundo impacto em seu modo de vida, fazendo com que a maioria da população deixasse suas aldeias tradicionais nas áreas de campo para se fixar às margens de alguns rios, especialmente o Cururu, onde suas tradições e costumes passaram por uma transformação. Na década de 1940 esse processo foi acelerado com a chegada do Serviço de Proteção aos Índios, que criou em 1940 o Posto de Atração Kayabi, no Rio São Manoel, e em 1942 o Posto de Atração Munduruku, no rio Cururu.

Terras indígenas

Ainda década de 1940 iniciou um movimento para demarcação das terras mundurucu, que só chegou a bom termo com sua homologação em 2004, mas apesar da demarcação, o território foi reconhecido pelo Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação apenas em abril de 2016, e ainda não estava devidamente demarcado. Assim, os mundurucu decidiram iniciar por conta própria a demarcação efetiva. Encontraram madeireiras em operação ilegal e iniciaram conflitos e ameaças às lideranças indígenas.

A posse ainda é disputada e as terras são frequentemente invadidas e exploradas ilegalmente. Entre 2017 e 2018 o desmatamento ilegal nas suas terras aumentou seis vezes. Nos anos recentes o garimpo é o principal responsável pela destruição, além de contaminar os rios com substâncias tóxicas. Para Danicley   Aguiar, do Greenpeace, "os Munduruku sobreviveram a 519 anos de guerras e massacres, mas agora temem pelo futuro, porque a ameaça de hoje não se limita a destruir florestas e rios. Ela desestrutura também a organização social e política desse povo".


Ilustração de índio mundurucu em 1828, por Hércules Florence

Por outro lado, segundo Scopel, Dias-Scope & Langdon, "a demarcação da terra indígena dinamizou a memória coletiva e impulsionou os diversos segmentos da sociedade Munduruku à ação, à participação e à colaboração, reforçando coesivamente sua própria coletividade. [...] A reconquista do território, segundo os próprios Munduruku da TI Kwatá Laranjal, é vista como um passo importante para a garantia de sua reprodução biossocial. Nesse processo, os indígenas estabeleceram e adquiriram habilidade em diversas práticas de organização social, que permitiram efetivar tal reprodução, a exemplo da organização de conselhos de líderes e de reuniões, da participação dos jovens etc. Conclui-se que o envolvimento coletivo em atividades políticas se constituiu como uma estratégia coletiva de sobrevivência".

de hidrovias. Seus repetidos protestos e reivindicações raramente recebem resposta positiva de governos que já empregaram violência para fazer valer interesses econômicos na região. Também enfrentam a ameaça de perda de suas tradições e costumes. Vários desses empreendimentos destroem lugares que para eles são sagrados e fazem parte de sua história social e cultural. Missões cristãs exercem há muitos anos uma significativa influência no sentido de aculturar os índios à civilização e convertê-los ao cristianismo, embora por outro lado tenham desempenhado um papel na área de fomento da saúde e da educação, inclusive desenvolvendo projetos de difusão da escrita em língua mundurucu.

Segundo Dioney Gomes, "os historicamente famosos 'cortadores de cabeça', autodenominam-se wuyjuyu 'povo, gente, pessoas'. Considerada no passado 'uma das tribos mais guerreiras, poderosas e inteligentes do Brasil' (Hartt, 1884), essa comunidade indígena brasileira procura hoje 'cortar a cabeça' dos inimigos por meio da palavra, do diálogo. Não apenas disputas territoriais fazem parte dessa 'guerra', mas também disputas por saúde, educação e autopreservação linguística, social e cultural. [...] Povo organizado, com lideranças fortes e politicamente atuantes, os índios Mundurukú fazem parte de um movimento nacional que envolve dezenas de etnias indígenas, que buscam maior respaldo do Estado às suas demandas por saúde, educação e sobrevivência cultural e social".

Segundo Dioney Gomes, "os historicamente famosos 'cortadores de cabeça', autodenominam-se wuyjuyu 'povo, gente, pessoas'. Considerada no passado 'uma das tribos mais guerreiras, poderosas e inteligentes do Brasil' (Hartt, 1884), essa comunidade indígena brasileira procura hoje 'cortar a cabeça' dos inimigos por meio da palavra, do diálogo. Não apenas disputas territoriais fazem parte dessa 'guerra', mas também disputas por saúde, educação e autopreservação linguística, social e cultural. [...] Povo organizado, com lideranças fortes e politicamente atuantes, os índios Mundurukú fazem parte de um movimento nacional que envolve dezenas de etnias indígenas, que buscam maior respaldo do Estado às suas demandas por saúde, educação e sobrevivência cultural e social".

3ª fonte: Os Aspectos Religiosos da Tribo dos Mundurucus (webartigos.com)

OS ASPECTOS RELIGIOSOS DA TRIBO DOS MUNDURUCUS

Os Mundurucus dominavam boa parte do Pará. Essa tribo pertence ao tronco linguistico dos Tupis, e existem poucos menos de 15.000 índios em toda a Amazônia.
Os primeiros contatos com a tribo datam de 1768, onde foram encontrados andando completamente nus.
Os Mundurucus possuem vários rituais, um deles chama atenção, o ritual das Cabeças Mumificadas, onde as mesmas que são de seus inimigos servem como troféus.
Com a chegada das Missões Católicas nas aéreas indígenas, perdeu-se um pouco das tradições religiosas locais, entretanto, os índios Mundurucus, fortaleceram-se mais com as práticas religiosas.

* Índios Mundurucus
A tribo dos índios Mundurucus está localizada à margem direita do rio Tapajós no Pará, no Amazonas na região do Rio Negro e no Mato Grosso em TI Apiaká, município de Juaru. Pertencentes ao tronco linguistico dos Tupis, e sua população é cerca de 7.000 ou mais índios.
Eles viviam em aldeias de círculos que eram uma espécie de unidades políticas autônomas sob a liderança dos chefes e dos mais velhos, que se encontrava em volta de uma praça central limpa.

Os primeiros contatos com os Mundurucus datam de 1768. Foram vistos, pela primeira vez, andando completamente nus. Os homens usavam um canudo de folhas que disfarçavam o sexo e, as mulheres usavam um tecido de palha. Eram altos, peitos largos, musculatura forte, de cor muito clara com feições largas, bem pronunciadas e, afáveis, rudes cabelos pretos luzidos, cortados na testa, e todo o corpo tatuado com linhas finas. Esses índios eram guerreiros respeitados até pelos portugueses, que lhes pediram ajudar para enfrentar povos inimigos.

Os Mundurucus tatuam todo o rosto ou pintam no meio da face da malha meio elíptica, da qual partem numerosas linhas paralelas sobre o queixo, mandíbula e pescoços, até o peito. Do meio de uma espádua até a outra, correm sobre o peito duas ou três linhas, separadas meia polegada uma de outra, até ao fim do peito, se acham desenhos romboidais verticais, ora cheios, ora vazios. O resto do tronco é riscado com linhas paralelas ou formando redes. As costas são igualmente tatuadas, porém menos completamente, e nas extremidades repete-se a série de linhas, com ou sem rombos. Nas mulheres, é raro ver-se o rosto todo enegrecido, a malha que elas trazem tem forma de lua crescente, de pontos voltados para cima." (Martius, 1981, p. 275 ? 276).

Após um combate, os índios cortavam as cabeças dos inimigos mortos, retiravam o cérebro, os olhos e a língua. Em seguida, mergulhavam as cabeças no óleo de andiroba (carapa guianiensis) e punham para secar. Depois, enfeitavam as cabeças com penas e as espetavam em pedaços de paus. Essas cabeças tornavam-se então o Pariuá-á   Os Mundurucus viviam da colheita de produtos naturais da terra e faziam farinha. Com a chegada dos portugueses, eles passaram a se dedicar especialmente a coleta de borracha.

A partir de 1912, a população dos Mundurucus foi sumindo, devidos aos deslocamentos das aldeias para os estabelecimentos onde eram preparada a borracha. Algumas vezes, não voltam para aldeia e não criavam outras.

Rituais dos Mundurukus

Os deslocamentos das aldeias tradicionais para o estabelecimento nas margens dos rios, por certo contribuiu também para o desaparecimento da casa dos homens, unidade importante na aldeia tradicional e na permanência de alguns rituais de caráter coletivo que estavam   relacionados às atividades de provisão de alimentos, divididas entre a estação da seca (abril a setembro) e a estação das chuvas (outubro a março). Entre estes rituais estava o da mãe do mato, realizado no início do período das chuvas, visando obter permissão para as atividades de caça, proteção nas incursões pela floresta e bons resultados na caçada. Alguns elementos desta atividade ainda estão presentes, ou foram recriados com novos significados, especialmente na relação de respeito com os animais caçados, nas práticas do cotidiano do homem caçador para obter caça e nas regras alimentares.

Outro ritual é o Sairê2, uma dança em círculos formada por homens, mulheres, crianças, jovens e anciãos da aldeia.

E o principal ritual, as Cabeças Mumificadas, que era praticado após vencerem uma batalha. Ele era composto por três partes.

A primeira denominada inyenborotaptam3, ornamentação de brincos de penas. A decoração da cabeça representava a sua introdução em um segmento daquela sociedade. Cada matador adornava o seu troféu com penas que eram específicos de seu clã. Além disso, o rito consagrava o seu dono na condição de dajeboishi4 e marcava o inicio de um longo e rigoroso resguardo, que se fosse descumprido, levava o matador a perder antecipadamente sua qualidade de proporciador da caça.
A segunda parte do ritual era realizado no período de chuva, o yashegon5, quando ela era cozida e esfolada.

No inverno, completava-se o clico com a festa taimetoröm6, na qual os dentes extraídos para confecção do troféu eram enfileirados em um cinto de algodão7, denominado Pariuaete-ran. Essa era a mais elaborada das cerimonias e os donos das cabeças convidavam os aliados para comerem os couros da caça do dejaboishi. Antes da festa, era realizada uma grande caçada, na qual adquiriam as provisões para o dia marcado. Nesse dia, toda a tribo se reunia para assistir o tuchaua8 confeccionar o cinto e   enfeitá-lo com os dentes dos inimigos, os quais eram limpos e furados, para serem depois pendurados. Durante este trabalho, todos os presentes permaneciam nus e sentados, entoando hinos guerreiros. Terminado o cinto, todos se dirigiam à Casa dos Homens, denominada por eles de exçá, para vestirem os seus trajes de festa e se armarem.

 Deuses Cultuados

A Missão católica, além de ter exercido influência na concentração da população nas margens do rio Cururu, difundiu princípios do catolicismo, como o batismo do recém-nascido como obrigatório e o casamento religioso. No entanto, em relação ao mundo da religião indígena, mesmo considerando que as práticas de conversão não diferem em essência das praticadas no período colonial, com a condenação dos rituais de pajelança, os avanços em termos de conversão católica podem ser considerados modestos tendo em vista que os Munduruku são extremamente ligados ao mundo de sua religião tradicional.
Um dos principais deuses dos Mundurucus, é o Caro Sacaibu9, um criador onisciente e herói civilizador, pois ensinou aos homens e a caça e a agricultura. Ele foi maltratado pelos Munducurus, retirou-se ao mais alto do céu, onde se confunde com a cerração. No fim do mundo, ele queimará os homens no fogo. Mas, é benévolo e atende as preces dos que a ele recorrem (antes da caça, da pesca, e nas doenças). Castiga os maus e acolhe benignamente os bons....


Uma índia mundurucus...jcf

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ATÉ A PRÓXIMA...JCF - 23/07/2022

 


 



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