31 DE JULHO DE 2022 - COLUNA JCF - TRADIÇÃO E CULTURA - EDIÇÃO Nº 0310-2022 - TEMA: A HISTORIA DA OSB - ORQUESTRA SINFONICA BRASILEIRA - JCF



Concerto popular da Orquestra Sinfônica Brasileira, Campo de São Cristóvão, Rio de Janeiro, RJ, abril de 1952.

Rio Branco, onde até hoje é a sede da orquestra, no centro do Rio de Janeiro. E mandou comprar nos Estados Unidos o instrumental que a orquestra necessitava. Pela amizade com o presidente Getúlio Vargas, Guinle conseguiu que a Orquestra, que era uma sociedade privada, recebesse verbas públicas do governo federal. Nesta temporada, pela primeira vez a orquestra publicou uma lista de músicos efetivos. Anteriormente os músicos trabalhavam em contratos por períodos muito curtos. Entre os músicos desta lista, alguns dos que adquiriram mais notoriedade: Hans Joachin Koellreutter (flauta), José Gagliardi (trombone), Elza Guarnieri (harpa), Jorge FainiOscar Borgeth e Claudio Santoro (violinos), e Iberê Gomes GrossoNewton Pádua e Aldo Parisot (violoncelos).

Segunda metade do Século XX

Entre 1949 e 1951 a direção artística esteve provisoriamente a cargo de Lamberto Baldi, que dividia-se entre Montevidéu, Buenos Aires e o Rio de Janeiro. Seu trabalho na OSB era dividido com Eleazar de Carvalho, que vinha se afirmando como um grande regente, após voltar de um período como aluno de Serge Koussevitzky em Tanglewood. Ambos os regentes deram mais importância à música moderna, enquanto Szenkar tinha privilegiado o repertório romântico. A partir de 1952 Eleazar de Carvalho assumiu a direção artística da OSB, permanecendo até 1968.

Em 1952, o Conselho da OSB recebeu como membro outro político de peso: Euvaldo Lodi. Com   seu apoio, Eleazar de Carvalho conseguiu trazer uma leva de músicos europeus de altíssimo nível para reforçar os naipes mais deficitários da orquestra. Entre os que vieram estavam Noel Devos (fagote) e Odette Ernest Dias (flauta), que se instalaram definitivamente no país e desenvolveram atividade importantíssima para o meio musical brasileiro

Em 1956 a OSB fez sua primeira gravação em disco, sob patrocínio do Itamaraty, para distribuição em embaixadas brasileiras. Entre as obras gravadas estava a Sinfonia n° 3 de Camargo Guarnieri, cuja primeira audição mundial tinha sido dada pela OSB.

Vivendo novas situações de crise financeira, a OSB sofreu interferência federal em 1957. O ministro da educação - Clóvis Salgado, indicou como interventor Mozart de Araújo, que nomeou uma comissão para fazer a direção artística da OSB: Eleazar de Carvalho, Francisco Mignone e o escritor Guilherme Figueiredo, que passou a redigir os programas de concerto.

Descrição: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/94/Timbre_da_Orquestra_Sinf%C3%B4nica_Brasileira.jpg/220px-Timbre_da_Orquestra_Sinf%C3%B4nica_Brasileira.jpg

Timbre oficial com os regentes 

A história da Orquestra Sinfônica Brasileira merece respeito

A Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), uma das mais importantes do Brasil, é um patrimônio da sociedade. Contudo, uma crise interna, que tem como pivô seu regente, levou a OSB a enfrentar um momento lamentável. Uma crise que ficou ainda mais evidente depois que os profissionais da   Orquestra Jovem abandonaram o palco do Teatro Municipal em protesto à arbitrariedade de demissões promovidas pelo maestro Roberto Minkzuk, na noite do último sábado (9/4). O que seria uma justa homenagem ao pintor Cândido Portinari durante concerto da série Topázio, transformou-se num dos maiores constrangimentos públicos documentados pelas câmeras de celulares e exibidas em rede nacional pelas tevês brasileiras.

Fundada em 1940, a OSB desenvolveu importantes projetos ao longo da sua história, como a criação da Orquestra Jovem, a Master Classes, Escola da OSB e NTB.  Mas, a atual crise nos convida a refletir sobre o real papel do regente e os limites de suas responsabilidades no desempenho de um cargo tão notável dada a especificidade, talento e expertise exigidos para o exercício da função.


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